Por Iata Anderson –

Locutor da copa, na Globo, claro, descobriu uma “bolinha” no tornozelo de jogador mexicano, contra a Polônia. Aquela “bolinha”, gente boa, chama-se maléolo. O lateral, que vocês chamam “externo” fica na porção distal da fíbula. O medial, também chamado pela mídia de “interno”, fica na extremidade da tíbia. Já não basta chamar “músculo posterior da coxa?”. Mudei de “canal”, embora o xerife seja o mesmo, mas eles querem fazer crer que há diferença. Bobagem, tudo igual, como um caminhão cheio de japoneses indo para a lavoura, onde são muito melhores que jogando bola. Vi e ouvi um grupo que mais parecia playboys reunidos no play jogando futebol pelo computador, não sei o nome daquilo. Um inferno, fim de festa. E o jogo era bom, dava para fazer “copa do mundo”, literalmente, como dizia o mestre Valdir Amaral, ainda hoje fazendo uma falta danada.

Em jogo marcado pelo excesso de cautela, México e Polônia empatam

Era Alemanha e Espanha, cinco títulos na mesa, um clássico mundial, tudo para fazer a coisa direito. A moça da “central do apito”, ex-árbitra, dizem, não sabe a diferença entre impedimento e posição de impedimento. Aliás, na filial, ninguém sabe. No mais, um castigo ouvir as transmissões dessa copa, sem opção, monopólio absurdo, mas os caras não têm culpa se não há concorrência. A gente paga a conta, altíssima, por sinal.

Alemanha arranca 1 a 1 com Espanha, germânicos só se classificam se vencerem Croácia na última rodada

Antonio Feliz Carbajal Rodrigues (7 de junho de 1929) também conhecido como La Tota, goleiro mexicano, foi o primeiro jogador a disputar cinco copas, começando no Brasil, em 1950, com 21 anos, fez três jogos. Estreou contra o Brasil, enfrentou Iugoslávia e Suiça. Na copa de 1954, na Suiça, fez apenas uma partida, contra a França, machucado, não pode estrear contra o Brasil; na Suécia, em 1958, 3 jogos, mais 3 partidas em 1962, sendo titular nos dois mundiais. Apenas 1 partida no mundial de 1966, realizada e vencida pela Inglaterra, foi na reserva de Ignácio Calderón, jogando apenas contra o Uruguai, em Wembley, seu último jogo com a seleção. Mais três mexicanos jogaram cinco mundiais. O zagueiro Rafa Márquez, retirou-se, Andrés Guardado e Guillermo Ochoa, ambos no Catar. Mais ainda Lotar Matthaus, Gianluiggi Buffon, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, também no Catar. Ochoa estará com 41 anos, no mundial de 2026 e poderá ser o único jogador a participar de seis copas, jogando em casa, seleção mexicana com vaga garantida.

Cristiano Ronaldo tenta levar Portugal ao triunfo máximo no Catar

Considerado um presente pela imprensa espanhola jogar contra a Alemanha, a seleção de Luis Henrique saiu na frente, impôs seu toque de bola, muito distante do impressionante Tica-Taca de Pep Guardiola, é verdade, mas o suficiente para impor seu domínio por grande parte do tempo de bola rolando. Um time jovem, em formação, provavelmente base da seleção para a copa de 2026, que deverá buscar substitutos para Busquets, o mais veterano mas ainda muito habilidoso e útil, único remanescente do time campeão do mundo na África do Sul, e Jordi Alba, lateral do Barcelona, que voltou como titular mas deverá anunciar sua despedida após o mundial. Um time que aposta na renovação, nos meninos Gavi (18 anos), Pedri (20), Pino (20), Balde (19), Nico Williams (20), Eric Garcia (21), Ferran Torres (22), Guillamón (22), média de 25,4 anos. Um dos bons times no Catar. A Alemanha, sempre muito forte, pragmática como em toda sua vitoriosa história, sem empolgar, todavia, muito dependente de Manuel Neuer, um dos três melhores goleiros do mundo.

Chama-se Mitchell Duke, joga no Fagiano Okayama, da segunda divisão japonesa, um dos candidatos a destaque desse mundial fora de época, levado aos trancos e barrancos, com mais trancos e muita pressão sobre os turistas, em razão das rígidas leis que sustentam os países muçulmanos naquela região. Basta se comportar e tudo vai correr bem. Quem foi sabia o que iria encontrar, não dá para dizer que foi enganado. Mitchel Duke, eu dizia, acaba de entrar para a história do futebol da Austrália ao marcar, de cabeça, o gol da vitória sobre a Tunísia, que deixa seu time pensando em classificação para as oitavas de final, 16 anos depois.

Austrália se reabilita de goleada para França e bate Tunísia

Diogo Costa quase estraga uma vitória histórica de Portugal (3×2 sobre Gana), ao pôr uma bola em jogo, aos 100 minutos, com um jogador por trás, absolutamente inconcebível para o futebol de hoje. Por sorte Iñaki Williams demorou a chutar e a zaga chegou para impedir o empate. Impressionante a falta de atenção da maioria dos goleiros, rebatendo sempre com o adversário muito próximo, causando sempre muita apreensão entre seus torcedores. De positivo na boa seleção de Portugal a histórica marca de Cristiano Ronaldo, único jogador a fazer gol em cinco mundiais. CR7 não tem medo, não se assusta com tabus eles estão aí para serem derrubados. O que ele sabe fazer como poucos.

atual vice-campeã, Croácia vira sobre Canadá e vence pela 1ª vez. Triunfo deixa seleção do Leste Europeu na liderança do Grupo F

Atiba Hutchinson entrou para a história das copas por dois fatos. Por ser o capitão da seleção do Canadá em seu regresso, 36 anos depois de estreia no México e por ser o mais velho jogador a participar da fase de grupo, aos 39 anos e 288 dias. Superou Angel Labruna, lendário jogador argentino que tinha 39 anos e 256 dias, no mundial de 1958, quando o Brasil ganhou seu primeiro título mundial, na Suécia. Naquele dia a seleção sul-americana foi esmagada pela Tchecoslováquia por 6×1.

IATA ANDERSON – Jornalista profissional, titular da coluna “Tribuna dos Esportes”. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, TV Manchete e Tupi; Atuou em três Copas do Mundo, um Mundial de Clubes, duas Olimpíadas e todos os Campeonatos Brasileiros, desde 1971.

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