Por Siro Darlan e Silvana do Monte Moreira –

Série Especial: ADOÇÕES – Parte III.

No capítulo de hoje apresentaremos o dever de cuidado para com todas as crianças do mundo. São o futuro da humanidade, mas já nascem com direitos e a dignidade da pessoas humana desde sua concepção. Todos devem envidar seus melhores esforços para assegurar o reconhecimento do princípio de que ambos os pais têm obrigações comuns com relação à educação e ao desenvolvimento da criança. Os pais ou, quando for o caso, os tutores legais, serão os responsáveis primordiais pela educação e pelo desenvolvimento da criança.

Sua preocupação básica será a garantia do superior interesse da criança.

Para garantir e promover os direitos enunciados nas leis e nos tratados internacionais, todos os responsáveis devem prestar assistência adequada aos pais e aos responsáveis legais no desempenho de suas funções na educação da criança e devem assegurar a criação de instituições, instalações e serviços para o cuidado da criança. É dever adotar todas as medidas apropriadas para garantir aos filhos de pais que trabalham acesso aos serviços e às instalações de atendimento a que têm direito.

Vejamos como se manifestam as crianças que tiveram uma segunda chance de família e como elas se sentem

Meu nome é Isabela (Cabo Frio – RJ)

Fui acolhida parque a minha genitora tem problemas no coração.
Minha família é Maravilhosa, espetacular, linda.
Minha vida Mudou tudo, meus pais me dão carinho, apoio.
Hoje eu Sou uma menina muito feliz , sorridente e a mais linda do mundo.
Para mim a adoção representa emoção, esperança, felicidade.
Hoje Tenho 8 anos, Cheguei com 5 anos.

Sou Rafael, estou com 12 anos e moro no Rio de Janeiro

Fui adotado com 1 ano e 7 meses no Rio da Janeiro, no no mês de Abril de 2011. Eu era muito pequeno e meus souberam que meu acolhimento se deu por abandono de incapaz. A minha família me acolheu com todo o amor do mundo e eles me amam imensamente. Eu sou um menino muito feliz porque recebi um pai e uma mãe que me receberam com todo o amor do mundo. Eu me sinto amado pelos meus pais, recebo todos os ensinamentos deles como respeitar o próximo, ajudar quem precisa, amar as pessoas, recebo educação. A adoção para mim trouxe muita felicidade. Amo os meus pais e eles são as pessoas mais importantes da minha vida. Eles cuidam de mim, me protegem e fazem tudo para que eu seja feliz.

Meu nome é Samuel e tenho 8 anos

Moro no Rio de Janeiro e fui adotado em 2019. Eu fui para o abrigo porque ninguém me queria (a mãe ficou impressionada com essa resposta) Minha família é legal e carinhosa, o que mudou na minha vida foram meus amigos, minha casa e o lugar que eu moro, minha escola, minhas roupas, o estado …. (Falou coisa pra caramba, disse a mãe)

Quem é o Samuel? Um menino Legal. O que a adoção representa na sua vida? Uma coisa que me ajudou.

Sou Helena, tenho 4 anos, fui Adotada em 2017

A minha genitora me deixou na maternidade e não tinha genitor ou família extensa que pudesse ou quisesse ficar comigo. Minha família é como qualquer outra, tem meu pai, minha mãe e um irmãozinho mais novo, o Valentin. Minha vida Não mudou em nada, já que foi adotada muito bebê, com 15 dias e só fiquei 7 dias no Abrigo, não tinha noção de todo o processo. Hoje eu sou uma menina amada, amorosa, sapeca, inteligente, curiosa, comportada na escola. A adoção é somente a forma como eu cheguei para o papai e para a mamãe, pelo coração. Meu irmão Valentin tem 10 meses. A genitora deixou na maternidade e também não tinha genitor ou família extensa reconhecidos. Quando conhecemos Valentin no Abrigo, embora tivesse um olhar muito atento, era apagado e triste, com 3 dias em casa, já era outra criança, sorridente e os olhinhos brilhavam Foi adotado aos 3 meses e hoje tem 10 meses.

Meu nome é Maria Luiza e tenho 15 anos

Fui adotada com 11 anos, pela minha mãe, através de adoção compartilhada, tardia e monoparental. Quando minha mãe me visitou no abrigo, eu soube que seria irmã da minha melhor amiga, Luísa Vitória, que morava comigo no mesmo abrigo. No início foi um pouco difícil, pois precisei me separar dos meus irmãos. Embora a gente conviva, é bem menos do que eu gostaria. Meus irmãos não moram longe de mim, mas os encontros não são frequentes. Minha mãe é maravilhosa! Me dá tudo, me faz feliz e me dá muito amor. Eu amo minha família! Luísa Vitória é a melhor irmã do mundo! Também tive o melhor avô do mundo, que sempre me protegeu e cuidou de mim. Nesse ano ele se foi. Foi muito triste, mas ficamos mais unidas e cuidadas.

Anna Júlia Costa dos Santos/ 12 anos/ Cascadura

Fui adotada no dia 22 de dezembro se 2015. Fui para o abrigo porque minha antiga vó me deixou. Minha família é Muito boa, e divertida, Mudou tudo na minha vida com a adoção. Hoje eu sou a Anna Júlia Costa dos Santos, tenho 12 anos, minha vida ficou muito melhor pois antes eu não tinha comida mas agora eu tenho, e a adoção me fez mudar de escola, de nome e de vida. Hoje tenho 12 anos e fui adotada quando tinha 6 anos.

Leia também:

Dia 11 estreia a série “Adoções”

ADOÇÕES I – Família Harrad Reis

ADOÇÕES II – Do direito à convivência familiar e comunitária

SIRO DARLAN – Editor e Diretor do Jornal Tribuna da imprensa Livre; Juiz de Segundo Grau do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ); Mestre em Saúde Pública, Justiça e Direitos Humanos na ENSP; Pós-graduado em Direito da Comunicação Social na Universidade de Coimbra (FDUC), Portugal; Coordenador Rio da Associação Juízes para a Democracia; Conselheiro Efetivo da Associação Brasileira de Imprensa; Conselheiro Benemérito do Clube de Regatas do Flamengo. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2019 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do Jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.

SILVANA DO MONTE MOREIRA – Advogada, militante da Adoção Legal, mãe sem adjetivos. Presidente da Comissão de Direito da Criança e do Adolescente da OAB/RJ (2016/2018, 2019/2021), coordenadora dos Grupos de Apoio à Adoção Ana Gonzaga I e II, membro fundador da Comissão de Direito Homoafetivo da OAB-RJ, Representante para o estado do Rio de Janeiro da Associação Brasileira Criança Feliz, dentre outras atividades que desempenha. @silvanamonteadv


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NOTA DO EDITOR: Quem conhece o professor Ricardo Cravo Albin, autor do recém lançado “Pandemia e Pandemônio” sabe bem que desde o ano passado ele vêm escrevendo dezenas de textos, todos publicados aqui na coluna, alertando para os riscos da desobediência civil e do insultuoso desprezo de multidões de pessoas a contrariar normas de higiene sanitária apregoadas com veemência por tantas autoridades responsáveis. Sabe também da máxima que apregoa: “entre a economia e uma vida, jamais deveria haver dúvida: a vida, sempre e sempre o ser humano, feito à imagem de Deus” (Daniel Mazola). Crédito: Iluska Lopes/Tribuna da Imprensa Livre.