Por Iata Anderson –

O Brasil esportivo vive um momento dramático, em todos os sentidos.

É preciso haver uma mudança radical no trabalho de reestruturação na base, urgentemente. Ou as próximas gerações vão assistir momentos de horror, mais do que estamos assistindo. O trabalho de base, no futebol, ao que tudo indica, é para formar “jogador” e vender, cada dia mais cedo. Os meninos são lançados cada vez mais precocemente e chegam ao time principal sem nenhum trabalho de formação, exigência nos fundamentos, absolutamente nada. Jogam por instinto.

Pode ser que haja algum clube trabalhando diferente. Eu não conheço. Tudo é copiado, não importa o resultado. Basta alguém criar uma jogada, por mais idiota que seja, e será reproduzida à exaustão. Diretores, técnicos e os próprios jogadores nada fazem para mudar.

Como pôr dois jogadores para cobrar um escanteio, marcado por um defensor, que ganha em número, na área. Corner batido para “trás” que acaba no goleiro são repetidos em todos os jogos. A espera que o adversário se aproxime da bola é visto aos montes. Diego Alves deu um gol em jogo importante e contra o São Paulo esperou duas vezes que o adversário se aproximasse. Por pouco não repetiu a lambança.

Ninguém vê isso, não acredito.

Jogador atuando pelo lado oposto ao “pé bom” é usado por todos os treinadores. É mais vantagem ter um canhoto jogando pela direita que na esquerda, usando o pé mais habilidoso, creio que não. Garrincha jogaria pela ponta esquerda, não duvido.  Jogador não sabe conduzir a bola em velocidade, isso fica cada vez mais evidente a cada jogo. Não treinam isso, duvido.

Há uma espera perigosa e irritante, como fazia o Gerson, no Flamengo. Esperam o adversário aproximar, no lugar de definir logo a jogada. Que fazem os treinadores, todos são iguais, o que fazem na base?

Nem todo mundo é Renato Gaúcho, que transforma um time irritantemente lento naquele a ser batido, com três goleadas em quatro jogos e um absurdo de gols a favor. Um verdadeiro mágico.

É visível a alegria dos jogadores do Flamengo depois da saída de Rogério Ceni.

Que tal trocar o Tite um mês antes da Copa, seria interessante ver a seleção jogando como o mais querido. É só um palpite. Tudo isso e mais alguma coisa, sem falar nas lamentáveis transmissões pela TV. Cada dia mais ridícula. Um locutor, do Premiere, claro, descobriu que a bola passa por cima “das traves”, coisa de maluco.

E a gente paga para ouvir essas baboseiras. Como pode isso, explica meu caro Watson.

IATA ANDERSON – Jornalista profissional, titular da coluna “Tribuna dos Esportes”. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, TV Manchete e Tupi; Atuou em três Copas do Mundo, um Mundial de Clubes, duas Olimpíadas e todos os Campeonatos Brasileiros, desde 1971.


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