Por Bolivar Meirelles

Ano…”1943″…, plena Ditadura. Estado Novo brasileiro.

Tortura, torturadores e torturados. Presos políticos enchendo as cadeias. Muitos letrados e letradas presos. Getúlio, com discursos escritos por outros. Bajuladores de ofício. O Ditador, “cara de pau”, membro da Academia Brasileira de Letras. Monteiro Lobato, o maior escritor para crianças, em todos os tempos. Imbatível! Monteiro Lobato, para adultos também. Reprovado, não passa na Academia. O Ditador sanguinário, chefe de Filinto Muller, Góes Monteiro e Dutra. Três fascistas assumidos, ele também. Grande obra de Getúlio, literária ou não: Olga Benário Prestes, entregue, grávida, a Gestapo, polícia política de Adolf Hitler. A mulher de Harry Berger, Elise, também, Berger torturado, levado à loucura. Sérgio Buarque de Holanda e Drumond de Andrade não aceitam concorrer à Academia de Letras. “Letrado” o Ditador. Graciliano Ramos, também não concorreu a Academia Brasileira de Letras. Bem sabia a história do Ditador Acadêmico. “Memórias do Cárcere”. Chico Buarque de Holanda, todos os méritos atuais. Desde 2006 trabalhado para ser membro. Membro de quê? Dessa Academia de Letras? Das letras do ditatorial General Aurélio Lira Tavares? Dos “Marimbondos” do Sarney? Dos reacionários textos do Merval Pereira? Do Marco Maciel? Do Arnaldo Niskier? Quanta mediocridade! Não! Frequentar essa casa dos absurdos… não… Letras dos desletrados.

Chico Buarque de Holanda respeita seu pai. Sérgio Buarque de Holanda. Chico Buarque admira admiráveis.

Viva Drumond de Andrade! Escritas bem escritas. Salve-se quem puder! Nessa Academia muitos pretendem lá estar. Reconhecimento é de quem consome a criação, a cultura. Quem não cria reconhecido por bajuladores é… Mais fácil aos não leitores bajuladores reconhecerem um Ditador de Plantão. Produtor literário do nada…do que reconhecer um Monteiro Lobato. Bem fizeram Sérgio Buarque de Holanda, Carlos Drummond de Andrade e, hoje Chico Buarque de Holanda, rejeitadores do Fardão e do Chá das Cinco. Vai Chico…continua rascunhando seus belos versos…musicados por si ou por outros e outras. Cantados e bem interpretados. Escrevendo seus romances. Influenciado por bons, nos fazendo lembrar Noel Rosa. Bons poemas…viva, e viva sempre, imortalizado na memória popular sem nunca ter sido medíocre, ditador ou general de ditadura. Contínuo do bom existir. Desfilando na Escola de Samba Preferida. Imortal permanente. Pelo DNA de seu pai ou pela influência dos bons poetas e escritores, Drumond, Monteiro Lobato continuarão vivos. Chico, sua audaciosa presença imortaliza os poetas, os sambistas, os escritores. O seu lado aberto em ser, imortaliza as poetas, as sambistas e as escritoras também. Salva Chico Buarque a cultura tão naufragada em nossos dias, tão tumultuados por esse anti cultura Capitão Presidente Jair Messias Bolsonaro.

Que se cuide a Academia Brasileira de Letras para não vir a ter, como seu membro, mais essa escória, esse capitão que, não dando para ser Oficial do Exército, acabou Presidindo o Brasil. Para a infelicidade geral da nação…

BOLIVAR MARINHO SOARES DE MEIRELLES – General de Brigada Reformado, Cientista Social, Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, Mestre em Administração Pública, Doutor em Ciências em Engenharia de Produção, Pós Doutor em História Política, Presidente da Casa da América Latina.


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