Por Carlos Barreto –

Vivemos tempos escuros e sem entender o mapa mundo de influências e o poder que está em constante ebulição e mudança.

Imaginemos um xadrez de influência e ganha aquele que tem a melhor estratégia e consegue colocar as peças na hora certa para fazer xeque match.

O mundo vive de líderes e liderança, e aqueles que mais se entusiasmam e mais falam são os que menos conquistam espaço no cenário da decisão e que menos conseguem a liderança de poder no planeta.

Todos os dias comunico com a China com cidadãos chineses e na maioria das vezes preciso de uma tradutora para me fazer entender, em boa verdade todos os meus contactos falam e entendem inglês, mas só se expressam em mandarim, será uma vantagem? Claramente que sim!

Nem nos apercebemos que a maioria da população chinesa é jovem, e formada em universidades americanas e inglesas, são pessoas cultas, bem informadas de tudo o que se passa no mundo, mas sem exposição conseguem ter o erro de cálculo e a emoção que os ocidentais imprimem na sua comunicação. Ao comunicar com a China os ocidentais fazem tudo para comunicar e agradar, quer seja por expressões, mensagens ou o sorriso característico de sedução na conversa, mas do lado de lá obtemos respostas precisas e calculadas nada foge da caixa, não há o se… talvez… amanhã vemos melhor.

O presidente da China, Xi Jinping. (Valter Campanato/Agência Brasil)

Essa filosofia oriental, traduz-se em todos os contactos sem fugir do registo normal e as comunicações fluem de uma forma natural e precisa, sem erros e no final sempre ganham, pois as decisões são objetivas e de quem decide e manda, não há lugar a ganâncias, a anarquia, e quando a decisão está tomada não há falhas, fica tudo contratualizado.

Essa é a forma de eles conhecerem o mercado, conhecerem os parceiros, saberem o terreno que pisam e seguirem em frente.

Mas com estas considerações onde pretendo chegar?

Que o modelo Asiático vai tomar conta do mundo é uma verdade absoluta, o silêncio, as orientações estratégicas são tomadas à décadas, nada é feito em cima do joelho, por um oportunismo individual, mas sim numa perspectiva global.

A China já toma conta do mundo porque tem um denominador comum que é a liderança quer se goste ou não pensam de uma forma global e para eles as decisões não são individuais mas coletivas.

A China pensa num projeto pensa à frente, pensa no futuro e pensarmos numa China comunista é uma ilusão de ótica, a China adaptou se ao mundo moderno, e é mais capitalista que os ocidentais e não interessa a quem nem como, pensam que o mundo se domina partindo do individual para o coletivo…

Banco Central da China em Pequim. (Divulgação)

Fiquemos à espera nas próximas décadas e vamos ver quem domina o planeta terra, seja no comércio, na política externa, na economia, na aculturação de valores que pertencem a todos.

A China tem o que é a solução, a liderança, a oportunidade e os objetivos.

Goste se ou não é a realidade!

CARLOS BARRETO –  Consultor de Comunicação; Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, representante e correspondente internacional em Lisboa, Portugal.


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