Por Luiz Carlos Prestes Filho –
Para o candidato a vereador do município de Valença, Estado do Rio de Janeiro, Marcos da Silva Marques: “Valença é uma cidade com grande potencial para investimentos. Temos riqueza hídrica e espaço físico para instalação de empresas. A indústria do turismo aqui tem muitos horizontes. Possuímos um território rico em belezas naturais. Todo o município é interligado por estradas bem asfaltadas e por estradas vicinais rurais de qualidade.” Nascido e criado em Conservatória, Capital brasileira das Serestas e Serenatas, Marquinhos como é conhecido, defende que:
“A alternância de poder é saudável para a democracia. O atual sistema político não é perfeito, sempre deve ser aprimorado por novas forças. A democracia é o melhor sistema existente.”
Luiz Carlos Prestes Filho: Como você vê a cidade de Valença hoje?
Marquinhos: Vejo Valença como uma cidade de grande potencial para investimentos. Temos riqueza hídrica e espaço físico para instalação de empresas. A indústria do turismo aqui tem muitos horizontes. Possuímos um território rico em belezas naturais. Todo o município interligado por estradas asfaltadas e por estradas vicinais rurais de qualidade. Temos como desenvolver trilhas treking, mountain bike, turismo rural; visitação a fazendas do Ciclo Histórico do Café. Aqui a Gastronomia da Roça poderia ser mais bem explorada. A pesca esportiva poderia ser desenvolvida em vários açudes e junto aos rios Preto e Paraíba. Todas as atividades citadas gerariam trabalho e renda. Sempre considerando o impacto ambiental de cada uma destas atividades.
Prestes Filho: Meio Ambiente a desenvolvimento econômico devem caminhar juntos?
Marquinhos: As Políticas Ambientais são essenciais para o desenvolvimento sustentável. Devemos ser bem rígidos na proteção do Meio Ambiente e na preservação da vegetação e das nascentes, garantindo o abastecimento de água de qualidade hoje e no futuro.
Prestes Filho: Qual é a importância da música no desenvolvimento local de Conservatória?
Marquinhos: Através da aplicação da modelagem do Arranjo Produtivo Local (APL), no início do século, visualizamos que para Conservatória a música é o fator de desenvolvimento econômico. Mas foi com a construção do Hotel Fazenda Vilarejo que Conservatória aconteceu como polo turístico. A aliança da tradição cultural com os interesses empresariais criou uma estrutura robusta que promoveu o desenvolvimento. Depois, surgiram muitos outros empreendimentos como a Pousada Martinez, a Pousada Sol Maior, o Hotel Fazenda Rochedo e a Pousada Serras Verdes. Além da serenata tradicional, que acontece faz 100 anos, Conservatória realiza os eventos: Carnaval Antigo; a Festa do Padroeiro; a Solarata; a Noite do Chorinho; entre outros. Tudo começou com o Hotel Fazenda Vilarejo… e lá se vão 38 anos! Temos hoje três hotéis fazenda, 85 pousadas que recebem turistas que desejam ouvir a música romântica brasileira. A música é o nosso motor!
Prestes Filho: As atividades esportivas são valorizadas no município?
Marquinhos: Como vereador, tenho realizado encaminhamentos junto a Secretaria Municipal de Esportes. O prefeito Fernando Graça tem apoiado essas minhas sugestões. Em 2018 e 2019, por exemplo, foi possível implantar, em parceria com o ex-ministro dos Esportes, Leonardo Picciani, dois Núcleos Esportivos. O primeiro na sede de Valença e outro em Conservatória. O esporte é fundamental para o lazer e o bem estar da população. Inclusive, vamos procurar conversar com o futuro prefeito sobre atividades esportivas para a Melhor Idade. Oferecer aulas de dança, passeios, recreação, atividades físicas.
Prestes Filho: Como estão as políticas de ocupação do solo da cidade?
Marquinhos: Essas políticas nunca foram adequadas e ordenadas, apesar de existirem os códigos de postura. Nunca foram cumpridas corretamente, mas o município foi notificado pelo Ministério Público para atualizar os códigos municipais de obras, de posturas e tributário. Também, temos que ter a exata divisão de bairros e arruamento. Neste momento estamos passando por reformulações elaboradas por comissões constituídas de funcionários de carreira que conhecem o tema. Sempre de acordo com os Conselhos Municipais e os seus respectivos representantes.
Prestes Filho: O vereador tem responsabilidades diferentes do executivo.
Marquinhos: Sim, o legislador é fiscalizador do poder executivo. O vereador tem que servir ao povo e ao município, nunca ao “Prefeito de Plantão“. Vejo que a política municipal não pode ser como era 50 anos atrás. Percebo uma necessidade de mudança no comando do executivo do nosso município. Temos que trazer ideias modernas para implantação de projetos de urbanização mais arrojados. Temos que melhorar os indicadores de trabalho e renda; valorizar a administração pública. Sou candidato porque pretendo legislar a partir do compromisso com os princípios de uma gestão pública transparente. No meu primeiro mandato de vereador a prioridade foi a de buscar, junto ao executivo, soluções para problemas críticos de todos os distritos, em especial de Conservatória. Mas isso é pouco, vejo que temos que aprimorar a gestão pública em geral.
Prestes Filho: As áreas de educação e saúde tem boa infraestrutura humana e física?
Marquinhos: A saúde e a educação tem rubricas orçamentárias bem específicas, tem um orçamento carimbado. Tudo é gerido pelo executivo. Como vereador defendo o funcionalismo destas secretarias. Sugiro melhorias para a administração pública do setor. Agora, a implantação das propostas apresentadas depende do executivo. Nos anos de 2019 e 2020 pude colaborar para com as reformas de duas escolas rurais: (1) a escola “José Alves da Mota”, no Bairro Rancho Novo; (2) a escola “Pedro Carlos”, de Conservatória.
Prestes Filho: Qual sua opinião sobre parceria pública-privada?
Marquinho: Como vereador atuei na câmara com alguns projetos. Aprovei o Projeto de Lei para cessão de espaço industrial para a Instalação da Indústria de Alimentos “Chinesinho”, nas antigas Instalações da 3B Rio. Este investimento gerou 210 empregos. Também, apoiei a instalação da Metalúrgica Valença, que gerou 130 empregos diretos.
Prestes Filho: Sua família tem tradição política local?
Marquinhos: Minha família não tem tradição política, sou o primeiro a ter mandato eletivo. Minha Mãe nasceu em Lima Duarte, cidade do Estado de Minas Gerais. Ela veio para Conservatória jovem, trabalhou com a família do Senhor Carlos Frederico. Casou-se em 1968. Meu pai foi funcionário da Prefeitura Municipal de Valença, ele era da área de serviços gerais. Trabalhava com capina, limpeza e enterros. Papai nasceu em Passa Três. A família de meus avós vieram morar em Pedro Carlos, mas depois vieram para Conservatória. Eu sou nascido e criado em Conservatória. Iniciei a carreira política apoiando um grande amigo que foi candidato a Vereador no ano 2000, Gilson “Dos Correios”. Ele obteve 289 votos na ocasião. Logo depois, o prefeito que nós apoiamos e ganhou, o Dr Luiz Antônio, me convidou para trabalhar na Secretaria Municipal de Saúde. Em 2004, nova eleição, outra vez apoiei o Gilson que obteve 389 votos. Mas m seguida ele não desejou mais concorrer. Por outro lado, o nosso candidato a prefeito, Dr, Luiz Antônio, não se reelegeu. Aliás, interessante, que desde a implantação do instituto da reeleição, em 1996, Valença nunca reelegeu um prefeito! Foram nesses anos que passei a trabalhar no meio político. Fui candidato pela primeira vez em 2008, quando obtive 789 votos. Mas não me elegi. Continuei trabalhando, em 2012 , obtive 964 votos, fui o 6º mais votado! Mas faltaram 53 votos para o quociente, outra vez não me elegi. Continuei trabalhando. Quando em 2016 obtive 1.593 votos, fui eleito sendo o mais votado do município. O meu candidato para prefeito não foi eleito. Não tenho grupo, não tenho equipe contratada e a minha estrutura é mínima. Procuro plantar todo dia as sementes para colher os frutos somente quando estes amadurecem. Continuo trabalhando para multiplicar a força transformadora de nossa cidade. Vou concorrer à reeleição, apostando num candidato novo para prefeito: Fábio Ramos.
Prestes Filho: As eleições valorizam a participação popular, fazem avançar o processo democrático?
Marquinhos: Certamente, as eleições legitimam a vontade do povo e afirmam, de quatro em quaro anos, que a alternância de poder é saudável para a democracia. O atual sistema político não é perfeito, sempre deve ser aprimorado. Mas a democracia é o melhor sistema existente. Democracia é a base da garantia das liberdades individuais e de expressão.
LUIZ CARLOS PRESTES FILHO – Cineasta, formado na antiga União Soviética. Especialista em Economia da Cultura e Desenvolvimento Econômico Local, diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Coordenou estudos sobre a contribuição da Cultura para o PIB do Estado do Rio de Janeiro (2002) e sobre as cadeias produtivas da Economia da Música (2005) e do Carnaval (2009). É autor do livro “O Maior Espetáculo da Terra – 30 anos do Sambódromo” (2015).
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