Por Sérgio Cabral Filho

Você já reparou que no período do carnaval, assim como no do Natal e Ano Novo, as notícias ruins divulgadas pela mídia são amenizadas por matérias sobre pessoas e histórias incríveis destacadas pelo seu trabalho, pelo altruísmo, pela plástica, pelo talento, etc?

As matérias buscam abordar os que chegam e os que saem de suas cidades, suas sensações e alegrias.

Matéria ruim nesse período precisa ser, de fato, importante e significativa para entrar na edição do veículo.

Sou jornalista, amo o jornalismo. O veículo tem a obrigação de veicular os fatos, ok! Mas será que só há má notícia no mundo? No Brasil? No Rio?

No setor público, por exemplo: as boas práticas de gestão não as vejo destacadas. Não precisa exaltar o gestor, mas a política pública aplicada com êxito. Quantas vezes o terceiro setor, super importante na democracia e nas práticas solidárias, é exaltado? Diversas. Entretanto, quem tem escala para atender a população é o poder público. Na saúde, na educação, na ciência, na cultura, e, sobretudo, na segurança.

Obras de infraestrutura foram amaldiçoadas nesse país. Hoje, ando pelo meu Rio e não encontro uma obra com mais de 2 mil operários, técnicos, engenheiros empregados nela.

A engenharia brasileira foi abalada pelo último frisson midiático de cunho moral e destruidor da política: a operação lava jato.

Peço licença ao carioquíssimo cientista internacional, Marcelo Gleiser, astrofísico e professor titular da Dartmouth College, em filosofia natural, física e astronomia e primeiro brasileiro detentor do prêmio Templeton, que une a ciência e a espiritualidade.

No seu magnífico livro “O Caldeirão Azul”, editora Record, ele faz a seguinte reflexão:

“Se a intenção dos noticiários ao nos informar dos horrores de que somos capazes é mudar nosso comportamento, podemos com segurança absoluta afirmar que esse experimento fracassou. É hora de tentarmos outro, que enalteça o espírito humano, e não o esmague continuamente.”

SÉRGIO CABRAL FILHO – Jornalista e Consultor Político da Tribuna da Imprensa Livre.

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