Por Eusébio Pinto Neto –
Na semana em que o Brasil ganhou visibilidade mundial ao dar uma aula de diplomacia, união e justiça social às nações integrantes do G20, os brasileiros foram surpreendidos com a informação de que golpistas tentaram de todas as formas atacar a democracia do país. Não bastassem os ataques de 8 de janeiro, os terroristas capitaneados por Jair Bolsonaro tramaram o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Na grandiosidade do G20, em que o governo brasileiro alcançou um feito inédito ao criar uma Aliança Global contra a Fome e Pobreza que contou com a adesão de mais de 80 países, a tentativa de golpe também ganhou destaque nas redes sociais e nos meios de comunicação.
Os golpistas nunca vão ofuscar a estrela de quem nasceu para brilhar. Lula é um estadista nato e, com habilidade, conseguiu reunir, no Rio de Janeiro, líderes de Estados que representam 85% da economia global, em um momento de grande preocupação devido às duas guerras no mundo.
A divulgação da tentativa de golpe não me surpreendeu, uma vez que existe uma cultura hereditária no país de tomar o poder através da força para manter privilégios. Foi assim em 2016, com o golpe contra a presidenta Dilma, que estancou as políticas públicas implementadas por Lula e jogou o país no retrocesso.
O Brasil fez escola na presidência do G20 e deixou como legado a necessidade de envolver a sociedade civil nos debates para a construção de um mundo mais justo e igualitário. Vivemos um momento único para fazer uma grande mudança em prol de temas relevantes, como a crise climática, o desenvolvimento sustentável e a tecnologia no mundo do trabalho. Embora os países não sejam obrigados a cumprir o que foi acordado, a diplomacia brasileira conseguiu estabelecer uma posição política ao obter o consenso do grupo.
Como participante do G20 Social e ator nesse processo de transformação, vejo esse golpe como um chamado ao movimento sindical. É imperativo que os dirigentes sindicais estejam presentes em todas as ações para assegurar o progresso do país e isolar os golpistas baderneiros. O movimento sindical não pode ficar sem lugar de fala.
A nossa presença é extremamente importante para assegurar a democracia e a igualdade social no país.
EUSÉBIO LUÍS PINTO NETO é presidente do Sindicato dos Empregados em Postos de Serviços de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado do Rio de Janeiro (SINPOSPETRO-RJ) e da Federação Nacional dos Frentistas (FENEPOSPETRO), consultor sindical da Tribuna da Imprensa Livre.
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