Por Brunno Guedes –
Bem ao centro da Espanha, país com a maior área de vinhas plantadas em todo o mundo e o terceiro maior mercado produtor de vinhos, está localizada a região vitivinícola de Castilla La Mancha. Uma região singular com um enorme patrimônio gastronômico, social, histórico e cultural e cenário das aventuras do famoso personagem literário Dom Quixote de La Mancha, escrito por Miguel de Cervantes.
O nome “La Mancha” tem origem na expressão “Mantxa” que, em árabe, significa “terra seca”, o que de fato caracteriza a região.
Neste território, o clima continental ao extremo provoca grandes diferenças de temperatura. Nos dias quentes de verão, os termômetros podem alcançar os 45°C, enquanto que, nas noites de frio intenso do inverno, as temperaturas negativas podem chegar a até -15°C.
É nessa macrorregião, composta por regiões menores, incluindo sete “Denominações de Origem”, das quais destacamos La Mancha e Valdepeñenas, que se origina quase 50% do total de litros de vinho produzidos anualmente na Espanha. La mancha é a principal região, sendo considerada a maior DO (denominação de origem) da Espanha e a mais extensa zona vinícola do mundo. As principais uvas produzidas são a uva branca Airen e a popular tinta espanhola Tempranillo, também conhecida como Cencibel. Já Valdepeñenas, localizada mais ao sul, mas com as mesmas condições climáticas, tem construído sua boa reputação graças à produção de vinhos de grande qualidade, normalmente varietais da uva Tempranillo ou blends desta com castas internacionais.
Essa semana, tive o imenso prazer de degustar o vinho Benedictum III. Seu produtor, Rdlt Benedictum, possuía um mosteiro localizado num belo vale de Castilla onde cultivava sua horta e árvores frutíferas que serviam para fornecer verduras e frutas frescas a todos que viviam lá. Em uma parte do jardim, os monges tinham vinhedos, dos quais, além de comerem as uvas, também produziam vinho. A elaboração do vinho estava a cargo de Benedictum que, descendente de viticultores, carregava consigo o conhecimento de seus antepassados, dentre eles o manejo dos vinhedos regido pelas fases da lua, algo seguido hoje pela agricultura biodinâmica.
Benedictum III Tempranillo Tinto (750ml), um vinho que possui um bom aroma frutado lembrando cereja, paladar agradável e ótima relação custo-benefício. Uma boa opção para o almoço desse domingo. Feliz Dia das Mães!
Até a próxima semana! Dúvidas? Fale com o sommelier!
BRUNNO GUEDES é sommelier master, empresário e Ceo da VinoArt©. Formado pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS/RJ), possui o nível I da International Sommelier Guild, uma das mais respeitadas escolas de sommeliers do mundo, além do certificado IBRAVIN – Qualidade na taça 2015. Lecionou no Senac do Rio de Janeiro, foi consultor do Empório Cadeg, é colunista especializado em vinhos do jornal Tribuna da Imprensa Livre e já conta com mais de 15 anos de experiência no mercado.
MAZOLA
Related posts
Que jogão!!! – por Kleber Leite
Os Chatos
Editorias
- Cidades
- Colunistas
- Correspondentes
- Cultura
- Destaques
- DIREITOS HUMANOS
- Economia
- Editorial
- ESPECIAL
- Esportes
- Franquias
- Gastronomia
- Geral
- Internacional
- Justiça
- LGBTQIA+
- Memória
- Opinião
- Política
- Prêmio
- Regulamentação de Jogos
- Sindical
- Tribuna da Nutrição
- TRIBUNA DA REVOLUÇÃO AGRÁRIA
- TRIBUNA DA SAÚDE
- TRIBUNA DAS COMUNIDADES
- TRIBUNA DO MEIO AMBIENTE
- TRIBUNA DO POVO
- TRIBUNA DOS ANIMAIS
- TRIBUNA DOS ESPORTES
- TRIBUNA DOS JUÍZES DEMOCRATAS
- Tribuna na TV
- Turismo