Por Daniel Mazola –

A tribuna do sindicalismo brasileiro, coluna semanal – N.8.

Justiça condena Uber a pagar indenização de R$ 1 bilhão e registrar motoristas

As relações de emprego — mesmo em seu âmbito coletivo — não podem ultrapassar o limite do razoável, já que a dignidade da pessoa humana e o valor social do trabalho são bens de primeira grandeza de qualquer sistema jurídico democrático. E a liberdade de empreender e buscar lucros encontra limites no artigo 170, III, da Constituição Federal, que estabelece a função social da empresa.

Justiça condena Uber a pagar R$ 1 bilhão e assinar carteira de trabalho de todos os motoristas: 'valor irrisório', diz juiz | São Paulo | G1

Esse foi o entendimento do juiz Maurício Pereira Simões, da 4ª Vara do Trabalho de São Paulo, para condenar a Uber a pagar indenização de R$ 1 bilhão por danos morais coletivos e registrar os motoristas que atuam por meio da plataforma.

A decisão foi provocada por ação civil pública do Ministério Público do Trabalho que pediu o reconhecimento do vínculo de emprego entre a Uber e os motoristas, alegando que a empresa provocou dano moral coletivo. O MPT também solicitou que a decisão tenha alcance nacional e que a Uber se abstenha de contratar motoristas a partir de relações contratuais diversas do emprego.

Em sua defesa, a empresa alegou que as provas produzidas pelo MPT são imprestáveis, negou a existência de vínculo de emprego e sustentou que os pedidos formulados na ação violam a livre concorrência, além de contestar a existência de dano moral coletivo.

Ao analisar o caso, o magistrado reconheceu o vínculo de emprego entre motoristas e empresa. Segundo ele, o caminho da interpretação de uma norma deve partir da Constituição, de modo que, como o texto constitucional prestigia o valor social do trabalho, a realidade dos motoristas da plataforma não pode ser encarada como algo imutável em razão das circunstâncias econômicas.

“Condeno a Ré à obrigação de fazer, qual seja, observar a legislação aplicável aos contratos firmados com seus motoristas, devendo efetivar os registros em CTPS digital na condição de empregados, de todos os motoristas ativos, bem como daqueles que vierem a ser contratados a partir da decisão, sob pena de multa diária de R$ 10.000,00 para cada motorista não registrado.”

Assim, para cumprir a decisão, a empresa terá de registrar centenas de milhares de motoristas que atuam na plataforma. O magistrado também deu razão ao MPT em relação à existência de dano moral coletivo decorrentes do modelo de negócio e da atuação da empresa.

“Evidenciou-se a ocorrência das ofensas perpetradas pela Ré contra toda a sociedade civil, no âmbito das relações de trabalho, mas também com claros reflexos na condição concorrencial, de segurança pública, segurança no trânsito, da assistência social. Como é cediço, as condutas abusivas suso mencionadas caracterizam o dano moral coletivo, que atenta contra a dignidade psíquica da população, de forma repetitiva e prolongada, e que expõe a classe trabalhadora a situações humilhantes e constrangedoras, capazes de causar ofensa à personalidade, à dignidade ou à integridade psíquica, e que tenha por efeito excluir a posição da parte trabalhadora no emprego ou deteriorar o ambiente de trabalho durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções”, registrou ele ao estipular a multa de R$ 1 bilhão contra a empresa.

De acordo com a decisão, o valor da multa será destinado ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (90%) e às associações de motoristas (10%) que tenham registro em cartório.

Outro lado
Por meio de nota, a Uber do Brasil se manifestou sobre a decisão. A empresa afirmou que vai recorrer e que não vai adotar nenhuma das medidas elencadas pelo juiz da 4ª Vara do Trabalho de São Paulo.

Leia a nota na íntegra:

“A Uber esclarece que vai recorrer da decisão proferida pela 4ª Vara do Trabalho de São Paulo e não vai adotar nenhuma das medidas elencadas na sentença antes que todos os recursos cabíveis sejam esgotados.

Há evidente insegurança jurídica, visto que apenas no caso envolvendo a Uber, a decisão tenha sido oposta ao que ocorreu em todos os julgamentos proferidos nas ações de mesmo teor propostas pelo Ministério Público do Trabalho contra plataformas, como nos casos envolvendo Ifood, 99, Loggi e Lalamove, por exemplo.

A decisão representa um entendimento isolado e contrário à jurisprudência que vem sendo estabelecida pela segunda instância do próprio Tribunal Regional de São Paulo em julgamentos realizados desde 2017, além de outros Tribunais Regionais e o Tribunal Superior do Trabalho.

A Uber tem convicção de que a sentença não considerou adequadamente o robusto conjunto de provas produzido no processo e tenha se baseado, especialmente, em posições doutrinárias já superadas, inclusive pelo Supremo Tribunal Federal.

Na sentença, o próprio magistrado menciona não haver atualmente legislação no país regulamentando o novo modelo de trabalho intermediado por plataformas. É justamente para tratar dessa lacuna legislativa que o governo federal editou o Decreto Nº 11.513, instituindo um Grupo de Trabalho ‘com a finalidade de elaborar proposta de regulamentação das atividades executadas por intermédio de plataformas tecnológicas’, incluindo definições sobre a natureza jurídica da atividade e critérios mínimos de ganhos financeiros”.

Clique aqui para ler a decisão
Processo1001379-33.2021.5.02.0004

(Fonte: ConJur)

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SP: Centrais farão amanhã (19/09) ato contra juros altos

As centrais sindicais  realizam na próxima terça-feira (dia 19) em frente ao Banco Central, em São Paulo, protesto contra os juros altos.. Os trabalhadores vão se concentrar a partir das 10 horas,  na porta do prédio do Banco Central, na avenida Paulista, nº 1.804.

Charge do Amarildo. (A Gazeta)

Vale ressaltar que o Copom (Comitê de Política Econômica), órgão do Banco Central, estará reunido nos dias 19  e  20 de setembro para decidir sobre a nova taxa de juros, que hoje está em 13,25% a.a.

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, lembra que juros altos inibem o consumo , a produção e a geração de empregos.

Agenda: Ato contra Juros e Desemprego

Data: 19 de setembro

Horário: 10 horas

Local:  sede do Banco Central

Endereço: Avenida Paulista, nº 1.804, São Paulo

(Fonte: Força Sindical)

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Taxa de sindicalização cai a 9,2% em 2022, menor nível da série

Em 2022, das 99,6 milhões de pessoas ocupadas, 9,2% (9,1 milhões de pessoas) eram associadas a sindicato. Esse é o menor contingente da série iniciada em 2012, quando havia 14,4 milhões de trabalhadores sindicalizados (16,1%). Em 2019, essa taxa era de 11,0% (10,5 milhões). As informações são do módulo Características Adicionais do Mercado de Trabalho 2022, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.

Em 2022, menos de 10% dos trabalhadores eram sindicalizados, chegando ao menor contingente da série iniciada em 2012. (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Todas as grandes regiões tiveram redução de sindicalizados em 2022. O Sul (11,0%) registrou a maior taxa, seguido por Nordeste (10,8%), Sudeste (8,3%), Norte (7,7%) e Centro-Oeste (7,6%). Em relação a 2012, a maior queda foi registrada pela região Sul (9,2 p.p) e, em relação a 2019, a maior queda se deu no Sudeste (2,4 p.p.), que pela primeira vez ficou com taxa abaixo dos 10%.

“A redução na população sindicalizada acentuou-se a partir de 2016, quando a queda da sindicalização foi acompanhada pela retração da população ocupada total. A partir de 2017, embora com a população ocupada crescente, o número de trabalhadores sindicalizados permaneceu em queda”, analisa Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE.

Em 2022, a população ocupada atingiu sua maior estimativa, alcançando 99,6 milhões de pessoas. Esse contingente representou acréscimo de 4,9% em relação a 2019 (95,0 milhões de pessoas) e de 11,0% frente à população de 2012 (89,7 milhões de pessoas).

No entanto, “a expansão da população ocupada nos últimos anos não resultou em aumento da cobertura sindical. Isso pode estar relacionado a diversos elementos, como aprofundamento das modalidades contratuais mais flexíveis introduzidas pela Reforma Trabalhista de 2017, formas independentes de inserção dos trabalhadores na produção em alternativa à organização coletiva, e o uso crescente de contratos temporários no setor público”, destaca a coordenadora.

O módulo de Características Adicionais do Mercado de Trabalho é investigado nas primeiras visitas aos domicílios da amostra da Pnad Contínua. Devido a pandemia de Covid-19, não houve divulgação dos dados de 2020 e 2021. A coordenadora esclarece ainda que as primeiras visitas do painel da pesquisa ocorrem durante todos os meses do ano e captam, assim, a sazonalidade do mercado de trabalho ao longo do ano.

Transporte, armazenagem e correios tem a maior queda na taxa de sindicalização

A taxa de sindicalização recuou em todos os grupamentos de atividades, tanto em relação a 2019 como a 2012. A exceção foi Serviços domésticos, que manteve os 2,8% registrados em 2019 e cresceu 0,1 p.p ante 2012 (2,7%), mas sempre com a menor taxa entre os grupamentos.

A maior queda foi na atividade de Transporte, armazenagem e correios, que em 11 anos registrou redução de 12,5 p.p., passando de 20,7% em 2012 para 11,8% em 2019 e 8,2% em 2022.

“Nos últimos anos, o crescimento da ocupação nessa atividade tem sido promovido pelo transporte terrestre de passageiros, que congrega muitos trabalhadores (motoristas) com inserção isolada e informal na ocupação, o que pode contribuir para a queda na sindicalização”, declara a coordenadora.

A maior taxa de sindicalização foi de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (16,5%). “Essa atividade possui participação importante dos sindicatos de trabalhadores rurais, por meio dos quais muitos trabalhadores da agricultura familiar buscam assistência e informações sobre a organização de sua produção, principalmente na região Nordeste”, explica Beringuy.

Também com importante cobertura sindical, a Administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (15,8%) seguiu em queda em 2022. O mesmo movimento foi demonstrado pela Indústria geral, que até 2015 exibia taxa de sindicalização próxima a 20%, baixando a estimativa para 11,5% em 2022.

Embora o Comercio, reparação de veículos automotores e motocicletas seja responsável por cerca de 19,1% da população ocupada total, essa atividade registrou taxa de sindicalização de 5,6%, inferior à média observada da população ocupada total (9,2%). “Nesse sentido, observa-se que cobertura sindical não depende do contingente de trabalhadores em determinada atividade econômica, mas também de como os trabalhadores se organizam e se inserem na produção e o papel dos sindicatos nas relações de trabalho”, observa Beringuy.

Menos de 20% dos trabalhadores do setor público são sindicalizados

Os empregados com carteira assinada no setor privado e os empregados no setor público (inclusive servidor estatutário e militar) tinham as maiores taxas de sindicalização, respectivamente, 11% e 19,9%. Mas essas duas categorias registraram as principais perdas nos períodos analisados, de 2,9 p.p. e 2,2 p.p, respectivamente, frente a 2019 e de 9,9 p.p. e 8,1 p.p. em relação a 2012.

“Esses grupos são aqueles que historicamente possuem os maiores percentuais de filiação. A queda mostra, que independente do setor de atividade, público ou privado, a retração da sindicalização no Brasil avança em todos os segmentos da ocupação” conclui Beringuy.

Destacam-se ainda as quedas entre a categoria empregador, que passou de 18,4% em 2012 para 10,2% em 2019 e 8,2% em 2022, e conta própria, que saiu de 11,1% em 2012 para 7,1% em 2019 e 6,2% em 2022.

O empregado no setor privado sem carteira de trabalho assinada (3,5%) e o trabalhador doméstico (2,8%) registraram as menores coberturas. “No caso do trabalhador familiar auxiliar (10,3%), o percentual, comparativamente elevado, pode ser explicado pela concentração desses trabalhadores nas atividades agropecuárias de caráter familiar, com participação importante dos sindicatos de trabalhadores rurais”, comenta.

Número de trabalhadores por conta própria e de empregadores com CNPJ cresce frente a 2019

Em 2022, dos 30,2 milhões de empregadores e conta própria, 10,3 milhões (34,2%) estavam em empreendimentos registrados no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ, um crescimento em relação a 2019 (29,3%).

Regionalmente, Norte (15,1%) e Nordeste (20%) tinham as menores proporções, e Sul (46,3%) e Sudeste (41,4%), os maiores. O Centro-Oeste (38,6%) se destacou com o maior avanço, tanto em relação a 2012 (11,3 p.p.) quanto a 2019 (8,4 p.p.)

Os empregadores e os trabalhadores por conta própria estavam principalmente concentrados nas atividades do Comércio Serviços, com estimativas de 22,4% e 41,3%, respectivamente. Essas duas atividades também apresentavam as maiores taxas de cobertura no CNPJ, de 49,0% e 39,6%, respectivamente. Destaca-se, ainda, a Indústria Geral, que respondia por somente 8,8% destes ocupados, tinha a terceira maior taxa de cobertura no CNPJ (32,2%). Com valores menores estavam a Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (10,1%) e a Construção (19,3%).

Frente a 2019, todos os grupamentos apresentaram expansão da cobertura no CNPJ. O principal avanço ocorreu na Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (de 43% para 49%). Frente a 2012, o contingente de registrados teve forte expansão na Construção (216%, alcançando 791 mil pessoas) e nos Serviços (114%, levando sua população a 4,9 milhões de pessoas).

Cobertura do CNPJ cresce entre os conta-própria, mas empregadores mantém estabilidade

Em 2022, dos 25,8 milhões de ocupados por conta própria, 26,3% (6,8 milhões) tinham registro no CNPJ; enquanto entre os 4,4 milhões de empregadores, a cobertura atingia 80,9% (3,5 milhões). Enquanto a cobertura do CNPJ entre os trabalhadores por conta própria cresceu de 20,2% para 26,3% frente a 2019, a dos empregadores ficou praticamente estável (de 80,5% para 80,9%).

Entre os trabalhadores por conta própria, Construção e Serviços mostraram as maiores ampliações na cobertura do CNPJ, tanto em relação a 2012 como a 2019. Na Construção, a cobertura saiu de 3,9% em 2012 para 9,9% em 2019 e atingindo 14,8% em 2022. Nos Serviços, a taxa foi de 21,3% em 2012 para 25,1% em 2019 e 33,0% em 2022. Já entre os empregadores, destaca-se o avanço na Construção, que saiu de 36,1% em 2012 para 54,1% em 2019 e 62,9% em 2022.

Região Sul tem a maior proporção de trabalhadores associados a cooperativas

Do total de empregadores ou conta própria no trabalho principal, 5,3% (1,6 milhão de pessoas) eram associados à cooperativa de trabalho ou produção, o que mostra a baixa adesão dos trabalhadores a esse tipo de arranjo produtivo no Brasil. A maior proporção ocorreu em 2012 (6,3%) e, desde 2015, vem baixando até chegar ao menor valor em 2019 (5,1%). Em 2022 essa proporção ficou em 5,3%. A região Sul (9,1%) tem o maior percentual, seguida pela Região Norte (5,5%); Nordeste (4,6%), Sudeste (4,5%) e Centro-Oeste (3,8%).

(Fonte: IBGE)

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Sindicato do RJ começa série sobre a memória do jornalismo fluminense

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro vai realizar o “Fórum sobre a Memória do Jornalismo Fluminense” no próximo dia 21 de setembro, às 17h, no Solar do Jambeiro (Rua Presidente Domiciano, 195, Ingá). A entrada é gratuita.

Continentino Porto: jornalista e escritor é uma das atrações no Fórum sobre a Memória do Jornalismo Fluminense. (Divulgação/Ascom)

Os palestrantes serão os jornalistas e também escritores Continentino Porto, de Niterói, com o livro “Memórias sobre JK”; Dulce Tupy, de Saquarema, com “Folias de Saquarema”; Célio Pimentel, de Araruama, autora de “Estrada de Ferro de Maricá”; Pinheiro Junior, de Niterói, autor do livro “Febre de Notícias ao Entardecer”; e Adelfran Lacerda, de Campos, que abordará a campanha SOS ao Livro Verde.

Segundo o jornalista Mário Sousa, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro e coordenador do fórum, o objetivo do evento é se tornar o pontapé inicial de um projeto sobre a memória do jornalismo fluminense, destacando neste encontro jornalistas e escritores. Na série também serão convidados jornalistas de TVs, Rádios, colunistas e editores, entre outros.

O Fórum tem o apoio da Prefeitura de Niterói, através da Fundação de Arte de Niterói (FAN), da Neltur, e da Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj).

(Fonte: O Dia)

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BA: Diretor do sindicato dos servidores de Senhor do Bonfim é “proibido” de participar de mesa de negociação, denuncia UGT

A União Geral dos Trabalhadores da Bahia (UGT-BA) se solidariza com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Senhor do Bonfim (Sismusb) que, em nota, “repudiou” o “ataque” à liberdade sindical praticado, segundo a entidade, pelo prefeito Laercio Júnior (União Brasil).

O Sismusb acusa o gestor municipal de proibir o diretor de comunicação da entidade, Raimundo Nonato, legitimamente eleito e com mandato vigente até 2025, de participar de qualquer reunião ou mesa de negociação com a Prefeitura.

“Pela primeira vez, em 32 anos de história do SISMUSB, um gestor municipal promove uma tentativa deliberada de ingerência sobre a entidade sindical, representando um verdadeiro ataque à liberdade sindical assegurada pela Constituição Federal e por convenções internacionais das quais o Brasil é signatário. Sobretudo, o prefeito Laercio Junior afronta todos os servidores municipais, que legitimamente elegeram a atual diretoria para representá-los”, diz trecho da nota.

Para Marcelo Carvalho, presidente da UGT-BA, entidade a qual o Sismusb é filiado, a atitude do prefeito de Senhor do Bonfim vai de encontro à legalidade de um processo de negociação coletiva de trabalho. “Por isso, a UGT-BA está solidária aos servidores públicos municipais de Senhor do Bonfim e a Raimundo Nonato. Temos um representante na região, que é o nosso vice-presidente, Lúcio Sá, e estamos tomando todas as atitudes que devem ser tomadas na Justiça contra a Prefeitura”, diz o dirigente sindical, ao acrescentar que “vamos acionar também o Ministério Público do Trabalho e o Ministério do Trabalho e Emprego, para mediar esse conflito que, ao meu ver, é desnecessário, ocorrido apenas por perseguição política, e isso nós não vamos aceitar”.

(Fonte: Política Livre)

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CNTA defende NR-36 para ministro do Trabalho e Emprego

A Norma Regulamentadora (NR) 36 deve ser mantida sem modificações. Este foi o pedido que fizeram a CNTA e outras entidades sindicais dos trabalhadores a Luiz Marinho, ministro do Trabalho e Emprego, em 13/9.

A NR 36 traz um conjunto de regras que garante saúde e segurança aos trabalhadores em frigoríficos. Segundo dirigentes da CNTA, houve várias tentativas de “flexibilizar” esta Norma no governo Bolsonaro.17 Como outras NRs, as empresas são obrigadas a cumprir. Cabe ao governo federal fiscalizar e, se for o caso, punir quem não obedece.

Artur Bueno Júnior, vice-presidente da CNTA, comenta: “O governo atual vem sofrendo pressões da chamada ‘Bancada do Boi’ para que a norma seja alterada, mas nós não permitiremos.” Ele explica a conversa com Marinho: “Estivemos com o ministro para reafirmar a atenção, o cuidado e a importância da NR 36 para o setor”.

O encontro teve, também, presença de dirigentes sindicais da CONTAC (Confederação Brasileira dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação – CUT) e da UITA, além de representantes de federações e sindicatos do setor. Juntas, as entidades querem evitar qualquer possível mudança que venha a fragilizar ainda mais quem trabalha no setor de frigoríficos. Além de pedir que o governo não mexa na NR 36, os líderes trabalhistas reivindicaram o pleno cumprimento da norma.

Consulte aqui o que diz a NR 36. MAIS – Acesse o Site da CNTA (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação e Afins).

(Fonte: Agência Sindical)

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Primeira greve no Japão em décadas

A varejista japonesa Seven & i Holdings Co. está vendendo a cadeia de lojas de departamentos Sogo & Seibu Co. para um fundo de investimentos dos EUA, mesmo que o sindicato que representa os trabalhadores de varejo da empresa tenham entrado em greve no Japão antes do anúncio da venda, na quinta feira. É a primeira grande greve que o Japão vê em décadas.

Alguns dos 900 grevistas marcharam e entregaram folhetos nas ruas perto da principal loja de departamentos da Seibu, em Tóquio, onde as venezianas estavam fechadas. Em um dia típico, a loja vê 100.000 clientes passarem por suas portas.

Os motivos da greve no Japão

Há especulação generalizada de que o Fortress Investment Group possa ter arrebatado a loja de departamentos a um preço barato, na esperança de lucrar com o valoroso terreno no qual seus pontos de venda estão; há um rumor de que o fundo de private equity dos EUA tem pouco interesse em comandar locais de varejo – colocando assim todos os empregos dos trabalhadores em perigo.

Greve no Japão: raridade

Trabalhadores realizam 1ª greve no Japão em décadas por venda de loja de departamentos Por Reuters

Greves e protestos são raros no Japão, onde o governo costuma ficar ao lado da indústria e grandes negócios ao invés dos trabalhadores e seus sindicatos. A última vez que os trabalhadores entraram em greve em uma grande loja de departamentos foi 61 anos atrás, e por menos de um dia, de acordo com o maior sindicato industrial do Japão, o UA Zensen.

Os mercados de trabalho atualmente são apertados no Japão, onde os trabalhadores nas grandes empresas ganharam os maiores aumentos salariais em 30 anos em negociações trabalhistas neste ano. Esses ganhos salariais foram cortados pela inflação, contudo, e, em termos reais, o pagamento continuou a cair.

Os trabalhadores da Sogo & Seibu tinham o apoio de grupos trabalhistas de lojas de departamentos rivais, incluindo a Takashimaya e Isetan Mitsukoshi.

Construindo solidariedade com o público, os grevistas se desculparam para as câmeras em reportagens na televisão japonesa por qualquer inconveniência que eles possam ter causado, mas disseram que a venda de seu empregador para um fundo de hedge dos EUA coloca em perigo empregos e os deixa sem escolha.

“Até o momento que os selos são colocados no contrato de transferência de ações, nós vamos transmitir nossos pensamentos em uma única voz sem desistir”, Yasuhiro Teraoka, presidente do sindicato, disse à mídia.

Japão vê rara greve enquanto trabalhadores de uma importante loja de departamentos protestam contra liquidação - Plu7

Membros do público saíram em apoio. “Eu acho que a greve é inovadora”, o aposentado de 68 anos Susumo Aso disse aos repórteres, enquanto ele ficava na frente das venezianas pretas que cobriam as normalmente movimentadas janelas do edifício. “Eu estou tão interessado que eu peguei uma viagem de trem de duas horas para ver isso. Eu acho que isso vai ter grande impacto nacionalmente”.

O negócio da Seibu foi adiado desde que foi anunciado pela primeira vez em novembro por causa da oposição generalizada. A transferência para o Fortress Investment Group vai ser concluída sexta-feira, de acordo com a Seven & i Holdings. A decisão veio de uma reunião do Conselho Administrativo. O preço de venda proposto é de 220 bilhões de yens ($1,5 bilhões de dólares), mas não vai ser final até a conclusão da transferência marcada para sexta-feira.

As varejistas Seibu & Sogo totalizam de 10 pontos de venda em todo o país. Embora o desaparecimento de lojas de departamentos tenha atingido o Japão muito mais tarde do que em algumas outras nações, como os Estados Unidos, sua influência está diminuindo com o advento das compras online. A Seven & i Holdings também tem sob sua asa a rede de lojas de conveniência 7-11, assim como a Ito-Yokado, uma cadeia de supermercados que continua relativamente popular, e a Loft, que vende papelaria e bugigangas para casa.

A empresa disse que vai alavancar sua força em lojas de conveniência, assim como lojas de comida, para remodelar seu negócio. O Fortress Investment Group LLC baseado em Nova York foi fundado em 1998 e gerencia cerca de $44,7 bilhões de dólares de ativos.

Esse artigo apresenta reportagem do correspondente da AP Yuri Kageyama. Ele foi suplementado com mais material e citações.

Tradução: Luciana Cristina Ruy (Mundo Sindical).

(Fonte: People´s World)

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DANIEL MAZOLA – Jornalista profissional (MTb 23.957/RJ); Editor-chefe do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Consultor de Imprensa da Revista Eletrônica OAB/RJ e do Centro de Documentação e Pesquisa da Seccional; Membro Titular do PEN Clube – única instituição internacional de escritores e jornalistas no Brasil; Pós-graduado, especializado em Jornalismo Sindical; Apresentador do programa TRIBUNA NA TV (TVC-Rio); Ex-presidente da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI); Conselheiro Efetivo da ABI (2004/2017); Foi vice-presidente de Divulgação do G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira (2010/2013). 

Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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