Por Daniel Mazola

Vocacionados para a inquietação e a liberdade, seres maduros exercitam a memória e são fascinados por Política, Filosofia e História, sendo assim estamos abrindo os arquivos e reeditando artigos e reportagens assinadas por Daniel Mazola, Editor-chefe do jornal Tribuna da Imprensa Livre.

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Manifestação no Rio pediu ‘Tarifa Zero’ no transporte coletivo [21.12.13]

Cerca de 500 pessoas gritaram palavras de ordem contra aumento.

Mais uma manifestação tomou conta do Centro do Rio, nesta sexta-feira. Desta vez, os manifestantes pediram tarifa zero no transporte coletivo da cidade. O ponto de encontro foi na Igreja da Candelária.

Centenas de pessoas caminharam pela Avenida Rio Branco em direção à Cinelândia, acompanhadas de perto por policiais militares. Os manifestantes gritavam palavras de ordem, pedindo que a prefeitura custeie o transporte público e não reajuste as tarifas em 2014.

Mais cedo, o Tribunal de Contas do Município recomendou que a prefeitura carioca não reajuste o valor das passagens de ônibus, enquanto o órgão analisa a auditoria feita nas empresas de transporte.

“Isso, mais uma vez, prova que a nossa luta tem legitimidade e tem fundamento, o pessoal está se manifestando contra esse aumento”, disse o estudante, que se identificou apenas como Rodrigo, ao comentar a decisão do tribunal. Ele é integrante do Movimento Passe Livre (MPL).

Detenções e truculência

Ocorreram algumas detenções arbitrárias quando parte dos manifestantes saíram da Cinelândia em direção a Alerj, e depois seguiram pela Avenida Presidente Vargas rumo a Aldeia Maracanã. Um menor de idade foi detido, o motivo seria uma mochila cheia de pedras, mas alguns manifestantes afirmam que a prova foi plantada pela PM. Uma advogada que tentou atendê-lo foi impedida por policiais. No entanto, a advogada disse que não existe crime por portar pedras, pois não existe “pretensão de crime”. Para ser de fato crime, o menor de idade teria que estar atirando as pedras.

Pouco depois, outra detenção absurda: um passageiro de um táxi, a caminho da rodoviária, questionou de forma exaltada o que estava acontecendo. O Choque arrancou o homem à força do carro, com uma arma apontada. O homem foi colocado numa blazer da PM e não foi informado para qual DP seria encaminhado. A esposa, desesperada, repetia a todo o momento que eles iam para rodoviária. E próximo à Aldeia Maracanã, outro manifestante foi detido e encaminhado para a 17a ou 19a DP.

Há relatos de que foram lançadas bombas de gás na altura da Praça da Bandeira, e que a ação indiscriminada da polícia teria sido motivada após alguns manifestantes terem apedrejado uma cabine policial. Desde cedo, havia um número significativo de ativistas indígenas no ato, e freqüentemente ouviram-se gritos de apoio à causa.


DANIEL MAZOLA é Jornalista, Editor-chefe do jornal Tribuna da Imprensa Livre, Consultor de Imprensa da Revista Eletrônica OAB/RJ e do Centro de Documentação e Pesquisa da Seccional. Pós-graduado, especializado em jornalismo sindical. Apresentador do programa TRIBUNA NA TV (TVC-Rio). Ex-presidente da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e Direitos Humanos da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Conselheiro efetivo da ABI (2004 a 2017). Foi Assessor de Imprensa da Federação Nacional dos Frentistas (Fenepospetro) e do Sindicato dos Frentistas do Rio de Janeiro (Sinpospetro-RJ). Vice-presidente de Divulgação do G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira (2010/13), editor do jornal FAFERJ (Federação das Associações de Favelas do Estado do RJ), editor do jornal do SINTUFF (Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal Fluminense-UFF), editor do jornal Folha do Centro (RJ), editor do jornal Ouvidor Datasul (gestão empresarial e tecnologia da informação), subeditor de política do jornal O POVO, repórter do jornal Brasil de Fato, radialista e produtor na Rádio Bandeirantes AM1360 (RJ).