Por Biagio Marasciulo 

Aqui estamos nós para um novo encontro com a correspondência da Itália.

ESTAMOS SEMPRE AQUI.. Amigos brasileiros queridos, da Itália esta “correspondência” não vai faltar para trazer a vocês as notícias que …… falam sobre a Itália e suas tradições, sua história, sua cultura e o amor que os italianos têm pelo grande Brasil. Nos últimos meses o mundo foi atingido por eventos que trouxeram um clima de guerra para a Europa, mas de fato na Itália desde que a crise sanitária da pandemia do vírus covid-19 se desenvolveu o clima é como se fosse um “guerra”.

A cidade de Veneza ficou totalmente fazia em função da pandemia, na imagem vemos sendo limpa em ação de combate ao coronavírus. (Comune di Venezia/Reprodução)

Há algumas semanas muito se fala sobre a crise internacional e os desdobramentos da invasão da Rússia em um país vizinho nos lembram os trágicos acontecimentos das invasões russas na Hungria em 1956 e na Tchecoslováquia em 1968. Ambos foram letais para esses dois países, mas deram uma mudança nas relações com a “antiga União Soviética”, abrindo o caminho, que é muito longo, para a Europa, mas também para a Itália em particular, desejar uma mudança geral de política de “controle territorial e expansão para o Ocidente” que levou ao colapso do Muro de Berlim em 1989 e ao fim do chamado “comunismo de regime” que dominou a Rússia e os países satélites até então sob o nome de ” soviético”.

7 de novembro de 1990, o último desfile militar e de apoiadores do Partido Comunista da Rússia no 73º aniversário da Revolução Comunista. (Imagem: arquivo Google)

Ao longo do tempo, no final do século passado, um regime político diferente foi instalado na Rússia, mas muito ligado a certos sistemas de controle sobre a população, a imprensa, a TV e vários canais “sociais” que reuniam associações e novas culturas liberais contra o sistema político estabelecido pela atual liderança do governo; as consequências foram as sanções deliberadas por grande parte da Comunidade Mundial que certamente contribuíram para piorar o clima das relações diplomáticas com a própria Rússia. A intervenção deste país na diáspora interna em diferentes nações, na Chechénia, no Afeganistão, na Crimeia, na Síria, no sul da Ucrânia, determinou muitas razões para arruinar as já ténues relações internacionais com o Ocidente europeu.

Cultivo de ópio no Afeganistão. (Imagem: arquivo Google)

Agora toda a Comunidade Mundial está perdida e ansiosa diante da perigosa virada que esta nova “invasão” na Ucrânia, uma nação não alinhada nas relações com a Rússia, o que levou a uma guerra muito discutida com muitos lados obscuros por interesses, de tipos diferentes que muitas nações têm com a Rússia do ponto de vista econômico no qual se distingue por importações e exportações comprometidas; e isto está causando uma enorme crise económica a muitas populações europeias, mas também extra europeias. A posição de grandes países como China e Estados Unidos, mas também de países distantes do conflito, incluindo os sul-americanos Brasil e Argentina, é a de querer impor um acordo de paz que ponha fim à guerra no campo; a entrada direta dos Estados Unidos, movida por interesses econômicos e militares particulares, não é vista por bons olhos pela maioria dos próprios europeus.

Um homem passa por uma tela de transmissão digital transmitindo notícias do conflito entre a Rússia e a Ucrânia na Bolsa de Valores de Bombaim (BSE) em Mumbai em 24 de fevereiro de 2022. (Crédito: Indranil MUKHERJEE / AFP)

Sabemos que o poder militar americano nem sempre encontrou posições de consenso, mas os temores dos povos europeus são muitos e eles se reconhecem em deplorar a guerra como método de opressão; a Ucrânia, que necessita fortemente de ajuda, não só para a população, mas sobretudo militar com todo tipo de armamento para conter a invasão russa, deve também esclarecer a guerra interna em seu território entre populações pró-russas, de etnia russa e população de ucranianos de origem; esta diáspora existe desde 2014 e esconde, sob a imagem da guerra civil pelo reconhecimento das suas identidades nacionais, um conjunto de interesses económicos e identitários que nunca foram colocados numa mesa de negociações de paz reais para encerrar autonomamente os conflitos; há responsabilidades de um lado e de outro, e isso dificulta muito as relações que podem ser orientadas para um desejo claro de pacificação.

Reservistas de defesa territorial da Ucrânia. (Imagem: Reuters)

A Itália continua a ser um país “equidistante”, embora condenando a intervenção militar da Rússia por decisão unanimemente partilhada pelo Parlamento, Câmara dos Deputados e Senado, tendo já aderido às sanções a que foi submetida. Ainda há um debate político aberto que questiona muitos pontos obscuros dessa guerra violenta e inesperada, que levou à emigração de mais de quatro milhões de ucranianos para a Europa e, portanto, também para a Itália; ambos os “contenciosos” têm pesadas culpas e responsabilidades e a propaganda que fazem fora das suas fronteiras com imagens e efeitos por vezes distorcidos não traz qualquer benefício em termos de credibilidade.

Com 349 cm de altura por 776,5 cm de comprimento, Guernica, uma das obras mais famosas de Pablo Picasso, pintada a óleo em 1937, é uma “declaração de guerra contra a guerra e um manifesto contra a violência do fascismo”. (Wikipédia)

Um fato óbvio permanece: a violência do uso da força militar armada e qualquer tipo de guerra é abjurada pelo povo italiano, pois nossa Constituição não prevê nenhuma forma de guerra (artigo 11). Estamos, no entanto, muito preocupados com a possível “escalada” que desencadeia uma guerra mundial altamente perigosa também para o uso de armas nucleares. Atualmente, a Itália foi escolhida como país “garante” para ambos os países em guerra, e essa posição política internacional coloca nosso governo em uma situação de “neutralidade” formal que para os italianos parece tranquilizadora. No entanto, como Nação vinculada à adesão à OTAN, organização militar nascida com o compromisso de defesa de todos os países membros, estivemos envolvidos no envio de armas de defesa para a Ucrânia, mas muitos não compartilham dessa decisão devido a visões políticas diferentes; assim sendo, alguns palpiteiros políticos defendem que o envio de armas levaria a um aumento do número de vítimas, enquanto outros defendem a tese de ajudar a Ucrânia a defender-se para repelir os ataques russos… diálogo para a paz.

É realmente difícil ter ideias claras sobre essa estranha guerra que ninguém quer, mas que corre o risco de se espalhar por todo o mundo como a Terceira Guerra Mundial.

Caros amigos brasileiros, muitos europeus também gostariam de se refugiar no Brasil para fugir dos conflitos de hoje, mas sabemos que não seria a melhor escolha, se não fosse…. Encontrar-se nas maravilhosas praias do vosso país extraordinário! Esperamos contar novidades mais bonitas e tranquilizadoras em breve na próxima correspondência. Enquanto isso, da Itália enviamos… muitos abraços, bem brasileiros!!!

ARRIVEDERCI.

Correspondência da Itália para TRIBUNA DA IMPRENSA LIVRE de Biagio Marasciulo – Tradução do texto de Miguel Antinarelli. Reprodução PROIBIDA.

QUI ITALIA, … A VOI BRASILE !!! – Corrispondenza per TUTTI

Biagio Marasciulo

SIAMO SEMPRE QUI. Cari Amici Brasiliani dall’Italia non mancherà questa “corrispondenza” per portare a Voi le notizie che ……raccontano a Voi l’Italia e le sue tradizioni, la sua storia, la sua cultura e l’amore che gli Italiani hanno per il grande Brasile. In questi ultimi due mesi il mondo è stato colpito dagli eventi che hanno portato in Europa un clima di guerra, ma in effetti in Italia da quando si è sviluppata la crisi sanitaria della pandemia da virus covid-19 il clima è proprio come se fosse una “guerra”. Da alcune settimane si parla molto di crisi internazionale e gli sviluppi della invasione della Russia in un Paese vicino ci ricordano eventi tragici delle invasioni russe in Ungheria nel 1956 ed in Cecoslovacchia nel 1968. Entrambe risultarono letali per quei due Paesi, ma diedero una svolta ai rapporti con la “vecchia Unione Sovietica”, aprendo la strada, peraltro molto lunga nel tempo, perché l’Europa, ma anche l’Italia in particolare, auspicassero un cambio generale della politica di “controllo del territorio ed espansione ad occidente” che portò al crollo del Muro di Berlino nel 1989 ed alla fine del cosiddetto “comunismo di regime” che aveva dominato fino ad allora la Russia ed i Paesi satelliti sotto il nome di “Soviet”.

Nel tempo verso la fine del secolo scorso in Russia si è installato un regime politico diverso, ma molto legato a determinati sistemi di controllo sulla popolazione, sulla stampa, le tv ed i vari canali “social” che riunivano l’associazionismo e le nuove culture liberali contro il sistema politico instaurato dall’attuale dirigenza governativa; le conseguenze sono state le sanzioni deliberate da buona parte della Comunità Mondiale che certamente hanno contribuito ad inasprire il clima delle relazioni diplomatiche con la stessa Russia. L’intervento di questo Paese nella diaspora interna in Nazioni diverse, in Cecenia, in Afganistan, in Crimea, in Siria, in Ucraina del sud, ha determinato molteplici motivazioni per rovinare i già tenui rapporti internazionali con l’Occidente Europeo. Ora l’intera Comunità Mondiale è smarrita ed ansiosa di fronte alla pericolosa piega che ha preso questa nuova “invasione” in Ucraina, Nazione non allineata nei rapporti con la Russia, che ha determinato una guerra molto discussa e con molti lati oscuri per gli interessi di tipo diverso che molte Nazioni hanno con la Russia sotto il profilo economico che si distingue nelle importazioni ed esportazioni ormai compromesse; ciò sta determinando una crisi economica enorme per molte Popolazioni europee, ma anche extra-europee. La posizione di grandi Paesi come Cina e Stati Uniti, ma anche di Paesi lontani dal conflitto, tra cui anche i Sudamericani Brasile e Argentina è quella di volere imporre un accordo di pace che metta fine alla guerra in campo; l’entrata diretta degli Stati Uniti, mossi da particolari interessi sia economici che militari non è vista di buon occhio da gran parte degli stessi Europei.

Sappiamo che la potenza militare americana non sempre ha trovato posizioni di consenso, ma i timori delle Popolazioni Europee sono molti e si riconoscono nel deplorare la guerra come metodo di sopraffazione; l’Ucraina, che richiede fortemente di avere aiuti non solo per la Popolazione, ma soprattutto militari con armamenti di ogni genere per arginare l’invasione russa, dovrebbe anche fare chiarezza sulla guerra interna al proprio territorio fra Popolazioni filo-russo e di etnia russa e Popolazione di origine ucraina; questa diaspora va avanti dal 2014 e nasconde, sotto l’immagine di guerra civile per il riconoscimento delle loro identità nazionali, un insieme di interessi economici ed identitari mai messi su un tavolo di vere trattative di pace per chiudere autonomamente i conflitti; ci sono responsabilità sia da una parte che dall’altra, e questo rende molto difficili i rapporti che possano essere orientati ad un chiaro desiderio di pacificazione. L’Italia attualmente resta un Paese “equidistante”, pur condannando per decisione condivisa in modo unanime dal Parlamento, Camera dei Deputati e Senato della Repubblica, l’intervento militare della Russia, avendo già aderito alle sanzioni cui è stata sottoposta. Vige ancora un dibattito politico aperto che mette in discussione molti punti oscuri di questa guerra così violenta ed inattesa, che ha portato alla emigrazione oltre quattro milioni di ucraini in Europa, per cui anche un buon numero in Italia; entrambe le “parti contendenti” hanno colpe e responsabilità pesanti e la propaganda che portano fuori dai loro confini con immagini ed effetti a volte falsati non apporta alcun beneficio in fatto di credibilità. Resta un fatto evidente: la violenza dell’uso della forza militare armata ed ogni tipo di guerra viene abiurata dal Popolo Italiano in quanto la nostra Costituzione non prevede qualsiasi forma di guerra (art.11). Siamo, tuttavia, molto preoccupati per la possibile “escalation” che inneschi una guerra mondiale altamente pericolosa anche per l’uso di armi nucleari. Attualmente l’Italia è stata scelta come Paese “garante” per entrambi i Paesi in guerra, e tale posizione politica internazionale pone il nostro Governo in una situazione di “neutralità” formale che per gli Italiani appare rassicurante.

Tuttavia come Nazione legata alla appartenenza alla NATO, organizzazione militare nata con l’impegno di difesa di tutti i Paesi aderenti, siamo stati coinvolti nel inviare all’Ucraina armi per la difesa, ma questa decisione sono in molti a non condividerla per via di visioni politiche diverse; infatti alcuni opinionisti politici sostengono che l’invio di armi determinerebbe una crescita di vittime, mentre altri opinionisti sostengono che, invece, aiutando l’Ucraina a difendersi in modo da respingere gli attacchi russi si … aiuta il possibile dialogo verso la pace. Difficile davvero avere le idee chiare su questa strana guerra che nessuno vuole ma che rischia di propagarsi al mondo intero come Terza Guerra Mondiale.

Cari Amici Brasiliani, molti europei vorrebbero rifugiarsi anche in Brasile per allontanarsi dai conflitti di oggi, ma sappiamo che non sarebbe la scelta migliore, se non per …. Ritrovarsi sulle meravigliose spiagge del vostro straordinario Paese! Contiamo di raccontarvi presto notizie più belle e più rassicuranti nella prossima corrispondenza. Intanto dall’Italia inviamo …muitos abraços brasileiros!!!

ATE’-LOGO, cumprimentos e abraços!!!

Corrispondenza dall’Italia per la “TRIBUNA DA IMPRENSA LIVRE” – Rio de Janeiro (BRASIL) – di BIAGIO MARASCIULO – Padova (ITALIA) – Traduzione di MIGUEL ANTINARELLI.

BIAGIO MARASCIULO – Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, representante e correspondente internacional na cidade de Pádua, Itália. 

MIGUEL ANGELO ANTINARELLI –  Tradutor e representante internacional em Roma, Itália. Engenheiro Eletrônico com especialização Pós-Universitária em Engenharia Industrial na Itália. Atuou como bolsista do governo italiano em pesquisa científica na área de Engenharia Biomédica na Universidade de Nápoles (ITA). Além da Itália morou na Alemanha, Estados Unidos, Japão e trabalhou em multinacionais como a Texas Intruments, Goddyear e AGC Asahi Glass.

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