Por González Gonzalo Fernando –
Um olhar prospectivo sobre a agenda política na Argentina.
A emergência sócio-sanitária global recria na Argentina velhos problemas de governança moderna e aprofunda todos os indicadores de desenvolvimento econômico. Perante esta situação, devemos conceber e implementar políticas públicas numa dupla dimensão, não só universal, mas também centrada nos vários grupos populacionais que dela necessitam (mulheres, minorias sexuais, pessoas com deficiência, jovens, etc.).
Nesse quadro, devemos instalar a renda básica universal, assumindo em um sentido mais humanista da política que é um piso mínimo, garantindo as necessidades básicas. Não podemos correr o risco de velhas discussões que os contratualistas descreveram, quando Hobbes mencionou no “Leviatan” o estado de natureza, da “guerra de todos contra todos”, “sendo o homem o lobo do homem”.
É preciso conceber o acesso universal aos recursos básicos de vida como política de Estado, sem esquecer o desenvolvimento de uma matriz industrial e produtiva que aprofunde o mercado interno, sendo as pequenas e médias empresas o motor do desenvolvimento. Toda ação do Estado deve girar em torno do incentivo à geração de empregos, a geração de empregos no setor privado terá o desenvolvimento local como eixo central (em cada município do país). A partir do intercâmbio regional, para isso é necessário promover meios alternativos de circulação, sendo central o controle sobre os excessos de custos de transporte terrestre, fluvial e aéreo.
🔵Relatório feito a partir dos seguintes indicadores🔴
👉 Índice da população abaixo da linha da pobreza: 42% no segundo semestre de 2020 (Fonte: Indec)
👉 Produto interno bruto: -10,2%, variação interanual do terceiro trimestre de 2020 (Fonte: Indec)
👉 Inflação anual: 40,7%, Índice de Preços ao Consumidor, em fevereiro de 2021 (Fonte: Indec)
👉Uso da capacidade instalada da indústria: 57,2%, em janeiro de 2021 (Fonte: Indec)
👉Dívida externa: ocupa 89% do PIB junho de 2020, (Fonte: CEPAL)
🔵Custos e preços🔴
Em matéria de política de preços, o Estado deve ter capacidade para regular, como os países desenvolvidos, o comércio exterior agroindustrial, aproveitando a experiência do IAPI (Instituto Argentino de Promoción del Intercambio) durante o peronismo, mas aprofundando-se na produção de insumos e produtos acabados que gerem mais valor. mercado, a partir da lógica da multipolaridade, com o objetivo final de mobilidade social ascendente.
Outra página refere-se aos altos custos de alimentos e bens básicos, não se pode pensar em uma estabilidade inflacionária com a atual estrutura cartelizada de geração de preços, para isso o Estado deve estimular a criação de novos atores econômicos que participem de toda a cadeia produtiva, não só no marketing, sendo papel central a empresa de médio porte, com incentivos fiscais, mas com controles rígidos quando não garantem os direitos mais básicos dos consumidores.
Pensando nessa categoria a partir da transversalidade, sendo o povo o agente transformador, do imaginário coletivo o consumidor é representado a partir das práticas de consumo dos setores médio e alto, portanto é necessário propor políticas públicas e legislações em sentido universal, onde elas estão representados os setores populares.
🔵Política de energia e soberania🔴
É preciso passar gradativamente das energias fósseis (petróleo, etc.) às renováveis, o modelo de primeira geração mostra seu processo de extinção. Para isso, o Estado deve promover o desenvolvimento, a invenção de formas alternativas e mais ecologicamente corretas, criando um sistema de incentivos que seja acessível não só para o desenvolvimento industrial, mas também para o consumo familiar.
Diante da atual situação de emergência sanitária, em que os países desenvolvidos e a região propõem padrões de desenvolvimento “para dentro”, a partir de modelos neoprotecionistas, o Estado argentino deve propor – por um lado – políticas de comércio exterior multipolares, logradas macroeconômicas saldos em termos de balança comercial; e, por outro lado, gerar condições a partir do capital privado e público que deem início aos processos de fabricação dos insumos exigidos do exterior, tanto para a indústria leve quanto para a pesada, onde novas tecnologias devem ser aplicadas a esses setores, bem como aos serviços.
Depois do que se desenvolveu e diante do cenário complexo, é preciso reduzir ao máximo os custos logísticos das economias regionais, pesando as formas de geração de empregos da economia circular e popular, em áreas de mão de obra intensiva em áreas urbanas. e áreas rurais O Estado é o motor da geração de crédito a taxas baixas, tanto para as PMs como para as grandes empresas de capital nacional.
No que diz respeito aos programas de emprego social, o Estado deve criar as condições para que o sector privado absorva progressivamente essa população-alvo através de um sistema de recompensa fiscal para as referidas empresas.
GONZÁLEZ GONZALO FERNANDO – Representante do Jornal Tribuna da Imprensa Livre na Argentina; Diretor da Conperspectiva Consultores (www.conperspectiva.com); Graduado e Professor em Sociologia da Universidade de Buenos Aires. Perito sociólogo do Supremo Tribunal de Justiça (Bs. As). Mestre em Políticas Públicas e Governo (UNLa). Atuou como coordenador de estudo no âmbito do Observatório da Criança em convênio com a UAI. Foi responsável pela área em projetos realizados por diversas empresas multinacionais como pelo Instituto Gino Germani, na área de Saúde e População e no Centro de Estudos de Opinião Pública. Foi chefe de Instrução do Distrito de Ezeiza no Censo INDEC 2010 e professor de metodologia de pesquisa na Universidade de Lanús e Lomas de Zamora no Mestrado em Sistemas Alternativos de Resolução de Conflitos. Foi responsável pelo tema Comportamento do consumidor no Instituto Universitário Escola Argentina de Negócios. Funcionou como coordenador técnico e professor do Curso de Bacharelado em Interpretação e Tradução em Formas de Comunicação Não-verbais da Universidade Nacional de Lanus. Realiza consultorias para diferentes organizações privadas e públicas nos níveis municipal, provincial, nacional e internacional.
MAZOLA
Related posts
Editorias
- Cidades
- Colunistas
- Correspondentes
- Cultura
- Destaques
- DIREITOS HUMANOS
- Economia
- Editorial
- ESPECIAL
- Esportes
- Franquias
- Gastronomia
- Geral
- Internacional
- Justiça
- LGBTQIA+
- Memória
- Opinião
- Política
- Prêmio
- Regulamentação de Jogos
- Sindical
- Tribuna da Nutrição
- TRIBUNA DA REVOLUÇÃO AGRÁRIA
- TRIBUNA DA SAÚDE
- TRIBUNA DAS COMUNIDADES
- TRIBUNA DO MEIO AMBIENTE
- TRIBUNA DO POVO
- TRIBUNA DOS ANIMAIS
- TRIBUNA DOS ESPORTES
- TRIBUNA DOS JUÍZES DEMOCRATAS
- Tribuna na TV
- Turismo