Por José Macedo –
O desrespeito desse arruaceiro e de seus acompanhantes desordeiros à fé de milhões de católicos restou condenado, inclusive por outras religiões.
Em mais de 300 anos, ocorre a comemoração de Nossa Senhora Aparecida, frequentada milhões de brasileiros e de devotos.
Em julho de 1930, a Santa foi declarada padroeira do Brasil, pelo papa Pio XI e, a CNBB escolheu o dia 12 de outubro com a data de sua festa.
Em 1980, o Brasil recebeu a visita do Papa João Paulo II e ao Santuário, ocasião em que, através de lei federal, o então presidente da República, João Figueiredo, sancionou lei, determinando o dia 12 de outubro, feriado nacional.
Há rumores de que o presidente da República, Bolsonaro, pretenda aboli-la, a pedido de lideranças evangélicas.
Desde ano passado, 12 de outubro de 2021, o Bolsonaro tenta apoderar-se, politicamente, da comemoração da padroeira.
O presidente ficou, extremamente, irritado com a homilia do Arcebispo, Dom Orlando Grandes, condenando a política de armamento da população, dizendo:
“Pátria amada não pode ser pátria armada”.
Neste dia 12, quarta-feira, o presidente candidato à reeleição foi à Aparecida; lá, com seus seguidores, promoveu inaceitável tumulto, com brigas e arruaças generalizadas, contra jornalistas e telejornalistas, ameaçando quebrar seus instrumentos de trabalho.
Esses lamentáveis fatos estenderam-se por toda a cidade, prejudicando o exercício da fé de milhares de romeiros.
Em contrapartida, um dos padres celebrantes, afirmou: “Aqui, é celebrada uma festa cristã e é local de oração e não para pedir voto”.
No mesmo tom e diapasão, disse o Arcebispo, Dom Orlando: “Temos de vencer o dragão do Ódio, o dragão da Fome, o dragão da Mentira, para isso seu voto é sagrado, o poder emana do povo; você é católico ou evangélico, não pode ser as duas coisas ao mesmo tempo, defina-se, busque sua identidade”.
O Bolsonaro saiu da cidade, irritado, como o grande perdedor.
Assim, confirma-se o ditado popular: “Quem procura acha”.
Lembro: horas antes, o Bolsonaro estava em Belo Horizonte, onde inaugurou um templo do pastor Valdomiro, o do Chapéu e, discursou, no tom conhecido, contra o STF e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Uma repetição de palavras de ódio e de ameaças.
JOSÉ MACEDO – Advogado, economista, jornalista e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.
Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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