Por Eusébio Pinto Neto –

O investimento em educação e qualificação profissional, bem como a implementação de políticas públicas inclusivas, são fundamentais para a redução das desigualdades no mercado de trabalho.

As mulheres e os negros são as maiores vítimas das distorções sociais. São destinados a eles empregos com grande vulnerabilidade, baixos salários e maior informalidade. Além disso, estão mais sujeitos ao desemprego e à precariedade das suas condições de vida.

Apesar dos esforços do governo Lula para diminuir as desigualdades e melhorar a qualidade de vida do brasileiro, estamos longe de atingir um Índice de Capital Humano (ICH) adequado. A classificação é baseada na quantidade e qualidade da educação e nas condições de saúde da população.

A crise sanitária da Covid 19 escancarou as desigualdades e fez com que o país perdesse uma década de progresso no ICH. Entre os 157 países que fazem parte da pesquisa do Banco Mundial, o Brasil ocupa a 89.º lugar, atrás da maioria dos países da América Latina. Isto tem um efeito direto na produtividade no mercado de trabalho.

A parceria firmada entre os presidentes Lula e Joe Biden, dos Estados Unidos, para viabilizar direitos e melhorias para os trabalhadores, tem pela frente o grande desafio de combater a precarização, a discriminação no local de trabalho e promover a criação de empregos.

A desigualdade no Brasil é histórica, portanto, o atual modelo de políticas públicas inclusivas é desigual. Um por cento dos mais ricos detém quase metade da riqueza do país. O Bolsa Família, que deve retirar mais de 10 milhões de pessoas da pobreza em 2023, não pode, sozinho, enfrentar todos os obstáculos estruturais para atingirmos a justiça social. É preciso mais para atender toda a demanda dos grupos mais atingidos pela vulnerabilidade financeira.

Para as populações desiguais, é necessário investir mais em educação e saúde pública. É imprescindível adotar medidas como aprimorar a oferta de creches, educação infantil em tempo integral, formação profissional e capacitação da força de trabalho. Essas iniciativas, ainda que pontuais, precisam ganhar escala para que ocorram mudanças nos indicadores sociais e no mercado de trabalho. Só assim conseguiremos melhorar a renda e a qualidade de vida dos mais vulneráveis. Precisamos agir rápido para preparar um futuro melhor para os jovens e para as crianças.

A consolidação de uma democracia está diretamente ligada à redução da desigualdade.

EUSÉBIO PINTO NETO é presidente do SINPOSPETRO-RJ e da Federação Nacional dos Frentistas (FENEPOSPETRO)

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