Por José Carlos de Assis

O hospital Albert Schweitzer acaba de receber mais de 57 mil itens de medicamentos, encerrando definitivamente a fase de dificuldades de abastecimento na rede municipal de saúde. Assim como todos os demais hospitais de urgência e emergência da Prefeitura do Rio, está de portas abertas, sem recusar pacientes que precisem de atendimento e tenham o perfil de assistência de urgência e emergência. Mas a Globo ainda não viu isso.

Para as urgências clínicas, a rede municipal de saúde conta ainda com sete centros de emergência regional (CERs) e 14 UPAs (apenas uma delas com o funcionamento temporariamente suspenso para obras).

Com isso, ficam patentes as segundas intenções da Rede Globo em sua campanha de ataques à saúde do Rio. A Prefeitura sempre reconheceu que enfrentava dificuldades financeiras, não só na saúde, mas assim mesmo manteve em pleno funcionamento, com salários em dia, sua rede própria. Tentou, por outro lado, apertar a fiscalização sobre a parte privada da rede, isto é, as Organizações Sociais, ou OS – estas, lucrativas, manifestamente incompetentes e oportunistas. Agora, finalmente, a situação está normal, embora a Globo, insista-se, ainda não o reconheceu.

O que se espera na próxima fase é a participação efetiva da rede estadual e federal na prestação de serviços de saúde ao povo fluminense. Por um ato de solidariedade humana, a rede municipal tem tido, entre seus pacientes, cerca de 20% oriundos da Região Metropolitana. É fato que isso sobrecarregou a rede da Prefeitura, mas era humanamente impossível negar o atendimento, mesmo com oposição de alguns servidores municipais temerosos da sobrelotação nos hospitais. Felizmente, ficou superada também essa situação.

Agora, segundo o Prefeito, o que é importante é a efetiva participação da rede estadual na operação da saúde. Em primeiro lugar, é preciso que o governador ou aceite de volta os hospitais indevidamente municipalizados, o Albert Schweitzer e o Rocha Faria, ou repasse à Prefeitura o dinheiro combinado no acordo para a municipalização. Caso não tenha o dinheiro, o Estado deveria fazer o que Crivella fez, nas mesmas circunstâncias de dificuldade financeira: cessar toda a publicidade institucional na Globo em nome do interesse público, abandonando o fantasioso propósito de concorrer à Presidência da República em 22.