Por Luiz Carlos Azedo –

A tentativa de golpe de 8 de janeiro levou o ex-presidente Bolsonaro e seus aliados para o canto do ringue, em função das investigações que estão sendo realizadas pela Polícia Federal (PF), no âmbito do inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O vice-presidente Geraldo Alckmin, em entrevista à jornalista Miriam leitão, na GloboNews, resumiu a narrativa do governo: “Eu tenho a convicção de que o presidente Lula salvou a democracia, quando eles tentaram dar um golpe de Estado. Quem defende a Constituição, defende eleição, defende o povo, é democrata. O inverso disso é golpista. Se perdendo a eleição eles tentaram um golpe, imagina se tivessem ganhado. E isso é a pior coisa também para a economia. As ditaduras suprimem a liberdade em nome do pão, não dão o pão nem devolvem a liberdade que tomaram”.

CENTRO-ESQUERDA – O ex-governador paulista, que deixou o PSDB para ser o vice de Lula pela legenda do PSB, ao lado de Simone Tebet, é um representante dos setores de centro-esquerda que apoiaram Lula já no primeiro turno.

Como ministro do Desenvolvimento, é o principal porta-voz da política industrial do governo, que provoca muita polêmica. Entretanto, que ninguém se iluda, é um aliado de Fernando Haddad, como Simone Tebet:

“Na política, você conquista. A questão econômica é central. O risco Brasil era 254, baixou para 130. A inflação estava em 6%, e baixou para 4,5%, dentro do teto da meta. A Bolsa subiu. O dólar baixou de R$ 5,40 para R$ 4,90. O desemprego caiu. É uma combinação de três coisas: eficiência econômica, rede de proteção social e liberdade individual”, avalia.

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ACOMODAÇÃO – Fernando Haddad, Geraldo Alckmin, Simone Tebet, Marina Silva, todos foram candidatos a presidente da República e estão bem acomodados no governo.

Isso fecha a porta para o surgimento imediato da terceira via defendida pelo ex-governador de Minas e deputado federal Aécio Neves, um ator decisivo nos bastidores do PSDB.

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, é o candidato natural dos tucanos, mas não quer pôr o seu bloco na rua e ficar no sereno. Precisa cuidar do seu próprio quintal do ponto de vista administrativo e eleger o maior número possível de prefeitos e vereadores nas eleições municipais deste ano.

CAIADO SE LANÇA – Entretanto, há um movimento de placas tectônicas na oposição, apesar da demonstração de força de Bolsonaro no domingo passado, com o ato realizado na Avenida Paulista.

Nesta quinta-feira, houve uma troca de guarda no União Brasil, patrocinada pelos velhos caciques do antigo DEM, que destituíram o deputado Luciano Bivar (União-PE).

Com apoio do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, o advogado  E ex-deputado Antônio Rueda, vice-presidente, assumiu o comando da legenda. Por trás da manobra, está a candidatura à Presidência do governador de Goiás, Ronaldo Caiado.

LUIZ CARLOS AZEDO é colunista no Correio Braziliense e Estado de Minas

Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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