Redação –
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), foi hostilizado por manifestantes pró-Bolsonaro que foram às ruas de Goiânia neste domingo. Médico e aliado do presidente Jair Bolsonaro, Caiado foi xingado por bolsonaristas ao tentar impedir a realização da manifestação, na Praça Cívica, em Goiânia, em decorrência do novo coronavírus. “Vocês vão estar chorando na porta do palácio, este que é um absurdo. O que vocês precisam de ter é seriedade. Não se mostra apoio ao governo colocando em rico a sua população”, afirmou o governador.
Veja o vídeo da discussão:
Debaixo de um guarda-chuva, Caiado foi aplaudido quando disse que sempre enfrentou a esquerda e que era um dos poucos a apoiarem Bolsonaro. Mas começou a ser xingado e vaiado quando afirmou que estava ali para cumprir um decreto assinado por ele que impedia a aglomeração de pessoas no estado como forma de impedir o avanço do coronavírus. Há quatro casos de covid-19 confirmados em Goiás.
“Vocês têm de entender uma coisa só. Antes de ser governador de estado, eu sou médico. E vocês precisam entender, a menos que vocês não estejam olhando para o mundo, o que está ocorrendo. Vocês precisam ter responsabilidade e não fazer com que aglomerações provoquem a disseminação do vírus do coronavírus”, disse.
A advertência de Caiado foi ignorada por Bolsonaro neste domingo, que, sem máscara, interagiu com o público que o aguardava em frente ao Planalto em ato de apoio ao seu governo. Pelas recomendações do Ministério da Saúde, o presidente deveria ficar em isolamento por ter viajado com um secretário que está infectado. Também não levou em conta decreto do governo do Distrito Federal que restringia a aglomeração de pessoas.
Caiado pediu a retirada do carro de som. Vaiado, aumentou o tom de voz e disse que não precisava dos votos dos manifestantes. Como médico, afirmou, precisava “tratar de vidas”. “É um risco para a população. Estão entendendo bem? Essa é minha ordem e minha ordem será seguida. Não preciso dos seus votos. Eu sou médico, eu trato é de vidas. Eu trato é de vidas. Quando seu filho estiver doente, você vai me procurar como médico. Não tem carro de som. Não tem carro de som. Isso aqui vai contaminar todo mundo”, afirmou, em meio a muitas vaias.
Decreto assinado na última semana pelo governador suspendeu, entre outras coisas, a realização de eventos públicos, como cursos, seminários e formaturas organizadas pelo estado. Shows marcados foram cancelados. Eventos esportivos, só com portões fechados.
Após o bate-boca, Caiado gravou um vídeo explicando sua posição e cobrando bom senso das pessoas: “Vamos pensar na saúde da população como um todo”. “Para mim a vida está acima de tudo. E é ela que vou defender”, completou.
Fonte: Congresso em Foco
MAZOLA
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