Por Pedro do Coutto –

Em sua primeira entrevista coletiva à frente da Petrobras concedida, Magda Chambriard afirmou que tentará conciliar o lucro da empresa com os interesses dos acionistas. Em meio a rumores sobre possíveis mudanças na diretoria da Petrobras, Magda Chambriard afirmou nesta segunda-feira que a Petrobras precisa ser rentável e atender aos interesses de seus acionistas, sejam eles privados ou governamentais.

Ela destacou que trata-se de uma empresa de “economia mista”, o que significa que possui capital aberto na Bolsa e acionistas privados, mas é controlada pela União, assim como outras empresas estatais.

CONVERSA –  “Isso (rentabilidade) se busca com conversa. Gerir essa empresa para dar lucro é muito fácil. E vamos fazer isso. Nosso esforço será pela tempestividade e agilidade. Vamos respeitar a lógica empresarial. Dando lucro, sendo tempestiva e atendendo aos interesses tanto dos acionistas públicos e privados, nós vamos fazer. A palavra-chave é conversa. E colocar a empresa à disposição dos acionistas dentro da lógica empresarial”, afirmou.

A entrevista foi bastante longa e Magda Chambriard anunciou ser favorável à exploração do petróleo na margem equatorial do Amazonas e o aumento das atividades de exploração para ampliar as reservas, o que pode criar contradições com os que defendem o meio ambiente acima de tudo. Ela destacou que, sem essas medidas, o declínio da produção a partir de 2030 pode ameaçar a autossuficiência do Brasil.

Fachada da sede da Petrobras, no Rio de Janeiro. (André Motta de Souza/Agência Petrobrás)

AUTORIZAÇÃO –  “Precisamos ter autorização para explorar. Vamos ter que conversar com o Ministério do Meio Ambiente e mostrar o que a Petrobras está ofertando em cuidado com o meio ambiente, muito mais do que a lei demanda. O Ministério de Minas e Energia está louco para perfurar “, afirmou Magda, acrescentando que “o histórico da Petrobras é de respeito à sociedade. O Ministério do Meio Ambiente precisa ser mais esclarecido sobre a necessidade de a Petrobras e o país explorarem petróleo e gás até para liderar a transição energética”. Assim, espera-se que o projeto que ela desenvolverá seja cercado, é claro, de garantias não poluidoras na região.

Magda Chambriard deu ênfase à questão da produção do petróleo para que o Brasil não volte a ser importador, mas esqueceu o problema das refinarias que deve ser uma meta principal da Petrobras. O país tem superávit em matéria de produção de petróleo, mas ao mesmo tempo é importador de derivados.

Portanto, o objetivo essencial deve ser construir refinarias e retomar as obras de algumas delas. Isso poderá tornar, de fato, o país independente na questão do petróleo.

PEDRO DO COUTTO é jornalista.

Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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