Por Pedro do Coutto –
Candidatos de todo o Brasil realizaram ontem, o segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio. O presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Educação, Camilo Santana, usaram as redes sociais para desejar aos estudantes uma “boa prova”. Após essa etapa, vem a ansiedade pelos resultados, uma vez que deles dependem a gratuidade do ensino público universitário que está em jogo na competição.
A disputa não seria necessária se a rede pública tivesse condições de receber o número de alunos e jovens que procuram acesso às cadeiras do Ensino Superior. Aliás, deveria haver até um critério de seleção diferente, na minha opinião.
SEQUÊNCIA – O acesso ao curso seria sequencial, após percorrer todas as fases do ensino. O aluno começaria no primário, indo para nível médio até o curso universitário, a partir de um desenvolvimento eficiente, independentemente de provas que levam a uma carga nervosa muito grande.
Os educandos teriam acesso automático, desde o primeiro grau até o universitário, num processo semelhante ao de um colégio militar. Não haveria a necessidade de exames de ingresso, mas resultados que os qualificariam no decorrer dos próprios anos, dentro do que a realidade já considerou satisfatório.
O país necessita mais de estudantes ingressando no nível superior, pois há uma carência de mão-de-obra qualificada que poderia ser atendida com o critério automático de acesso. Mas para isso é preciso que a Educação seja vista, de fato, como um instrumento essencial de transformação.
ACESSO – O investimento em educação no Brasil é fundamental para fortalecer o acesso ao ensino e ao mercado de trabalho. Garantir esses espaços para as pessoas é possibilitar oportunidades de transformação para milhões de brasileiras e brasileiros. A educação é uma ferramenta potente de transformação social, e para além disso é um direito social.
É importante que o poder público priorize o setor educacional a partir do investimento adequado, pois o Brasil é um país desigual e as desigualdades perpassam os marcadores sociais, de raça e gênero.
Somente trilhando novos caminhos é que poderão ser abertas rotas para a redução de desigualdades e a ocupação de espaços, seja de formação ou de trabalho. Está aí um problema que deve ser equacionado.
PEDRO DO COUTTO é jornalista.
Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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