Por Indianarae Siqueira –
Até quando corpos LGBTQIA+ serão perseguidxs e violentadxs ? Após a ameaça de morte, a exilação e o retorno sob proteção de Benny Briolly agora vemos a vereadora Verônica Lima do PT, primeira mulher preta e lésbica eleita pela cidade de Niterói, sofrendo com os machismos, os ataques verbais, as ameaças e a LGBTQIA+ fobia de um homem vereador de esquerda do PSOL branco, cis, heterossexual, que expeliu todas suas toxicidades sob a parlamentar dizendo-a em tom alto frases como: “Se você quer ser homem, vou te tratar como homem”. Apontando o dedo em riste e indo pra cima de Verônica quando as coisas se acaloraram durante a reunião em que se discutia o Projeto de Lei (PL) 85/2019 – que trata da proteção dos direitos de pessoas autistas, de autoria da vereadora e que ela espera a 2 anos um parecer por parte do agressor.
É importante ressaltar aqui que estamos falando de uma mulher preta lésbica que ela foi alvo principal de três opressões principais: A opressão de gênero, a opressão de raça e a opressão por ser LGBTQIA+. Verônica saiu da câmara aos prantos e abriu um boletim de ocorrência para que as devidas providências sejam tomadas e o vereador Paulo Eduardo Gomes seja punido por suas atitudes, assim esperamos.
A comunidade LGBTQIA+ tem sofrido continuamente violências.
Tivemos na Espanha um gay assassinado, tivemos no Brasil casos de assassinatos de gays, lésbicas, transvestis queimada vindo a óbito onde no país saiu mais de 80 assassinatos de trans e travestis.
Essa violência precisa parar.
E pra isso é necessário uma transformação profunda na sociedade.
Essa transformação só será possível através de debates, através de uma educação inclusiva onde se discuta LGBTIfobia desde a infância. Onde se debata opressões de gênero pra desconstrução do binarismo.
Não é mais possível vivermos em uma sociedade opressora onde a comunidade LGBTQIA+ viva ataques constantes inclusive que levam a morte de pessoas dessa comunidade e isso seja naturalizado.
Pra isso devemos também exigir dos políticos leis que criminalizem essas violências mas também de leis que fomentem o debate. De políticos dispostos a colocar como bandeira de luta a repressão a LGBTIFOBIA e que isso se torne uma prática até que seja somente mais um mecanismo que não precise mais ser acessado em uma sociedade justa e igualitária.
A vida de LGBTQIA+ deve importar.
INDIANARAE SIQUEIRA – TransVestiAgenere, pute, ateie, vegane, presidente do Grupo Transrevolução-RJ, da REBRACA LGBTIA+, coordenadora do PreparaNem, Casa Nem Abrigo LGBTIA+, Rede Brasileira de Prostitutas, Fórum TT RJ e Coletivo Davida.
SIRO DARLAN – Editor e Diretor do Jornal Tribuna da imprensa Livre; Juiz de Segundo Grau do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ); Mestre em Saúde Pública, Justiça e Direitos Humanos; Pós-graduado em Direito da Comunicação Social na Universidade de Coimbra (FDUC), Portugal; Coordenador Rio da Associação Juízes para a Democracia; Conselheiro Efetivo da Associação Brasileira de Imprensa; Conselheiro Benemérito do Clube de Regatas do Flamengo. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2019 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do Jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.
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