Por Sérgio Vieira –

Portugal / Europa – Séc. XXI

Uma recente enquete feita a nível mundial, deu como a Finlândia sendo o país onde as pessoas são mais felizes.

O Brasil tinha todos os condimentos para ser uma Finlândia, sol, costa marítima, um interior maravilhoso, um cerrado lindo, uma Amazônia única, um pantanal único, um sub-solo que tudo dá.

Mas porque não somos a Finlândia? Falta-nos organização acima de tudo. Educação, fome zero, execrar a corrupção, dar condições dignas de vida a dezenas de milhões de pessoas.
Depois de uma depressão econômica no início de 1990, os sucessivos governos do país reformaram o sistema econômico finlandês, mantendo entretanto um papel do Estado preponderante, servindo tanto como financiador de empresas privadas como sendo ele próprio um stakeholder (parceiro), através de empresas públicas muito eficazes. O sistema de bem-estar social e uma tradição de estado presente impediram que as experiências de privatizações e desregulamentação econômica europeias fossem plenamente incorporadas na Finlândia.

Carrega consigo o feliz fardo de ser o povo mais feliz do mundo.

Um país onde se pode ver a Aurora Boreal em algumas de suas noites. Um país extremamente frio, mas que reúne condições para que todos os seus habitantes tenham aquecimento em suas casas e o frio que predomina 9 meses por ano seja amenizado por um sistema de aquecimento em todos os estabelecimentos individuais de comércio e Centros Comerciais, fazendo amenizar o frio agreste.

Ao contrário de que muitos pensam o Estado, pode, pode sim e deve interferir nos privados. Evitando o desmando que é entregar de mão beijada a privados que só pensam no lucro imediato estando pouco querendo saber se aquilo gera prejuízos ao meio ambiente, se prejudica o Estado ou não.

Tenho um parente na Finlândia com o qual me encontrei recentemente e que garantiu que lá todos os direitos básicos de vida são assegurados pelo Governo.

Finlândia – Catedral de Helsinque e Praça do Senado. (Crédito: Visit Finland)

Vejam bem. Se em uma turma da escola básica tiver mais de 4 meninos/meninas de nacionalidades diferente o estado obriga que hajam aulas nesses idiomas.

A Constituição da Finlândia define o sistema político do país. A Finlândia é uma Democracia representativa com um sistema semipresidencialista parlamentar. Além da Política em nível estadual, os moradores usam o seu voto nas eleições autárquicas e nas eleições da União Europeia.

Segundo a Constituição, o Presidente da Finlândia é o chefe de Estado e responsável pela política externa (que exclui os assuntos relacionados com a União Europeia) em cooperação com o gabinete. Outras competências incluem ser o comandante-em-chefe, decretos e os poderes nomeados. A votação direta é usada para eleger o presidente para um mandato de seis anos, sendo no máximo dois mandatos consecutivos. O atual presidente (início do mandato em 2012) é Sauli Niinistö (PCN).

Fortaleza de Suomenlinna. (Divulgação)

O Parlamento unicameral de 200 membros da Finlândia exerce a suprema autoridade legislativa na Finlândia. O Parlamento pode alterar as leis e a constituição, provocar a demissão do Conselho de Estado e derrubar vetos presidenciais. Seus atos não estão sujeitos à revisão judicial. Várias comissões parlamentares ouvem especialistas e preparam a legislação.

O voto proporcional em distritos eleitorais é usado para eleger o Parlamento para um mandato de quatro anos. O Presidente do Parlamento é atualmente Sauli Niinistö (Partido da Coligação Nacional). O gabinete (o Conselho do Estado Finlandês) exerce poderes mais executivos. É chefiado pelo primeiro-ministro da Finlândia e inclui outros ministros e o ministro da Justiça. A maioria do parlamento decide a sua composição e um voto de confiança pode ser usado para modificá-lo. A atual primeira-ministra é Sanna Marin, do Partido Social Democrata.

Os políticos têm como missão representar o povo e não procurar mordomias. Vivem em casas minúsculas, normalmente perto do Parlamento para não terem que se deslocar em carros oficiais onerando assim, o Estado.

Não têm empregados, suas roupas são lavadas em lavanderias comunitárias, onde nelas se servem vários parlamentares. Enfim…vários exemplos que num Brasil onde as mordomias fazem parte do cargo, seriam taxados como atos ditatoriais. Ou então não haveria a corrida desenfreada a posições políticas.

Porque não mudo para lá então? Fica a pergunta. Porque não é pelo meu vizinho viver melhor que eu, que vou me mudar para a casa dele. Vou procurar os bons exemplos dele parta tentar igualar o meu nível de vida.

Para terminar: eles falam dois idiomas o finlandês e o sueco, daí… Suomen tasavalta (finlandês) ou Republiken Finland (sueco) ou simplesmente República da Finlândia.

SÉRGIO VIEIRA – Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, representante e correspondente internacional em Aveiro, Portugal. Jornalista, bancário aposentado, radicado em Portugal desde 1986.


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