Por Sérgio Cabral Filho

Não há dúvida que o planeta ficou mais quente. E que, se não tomarmos as medidas necessárias, a Terra se tornará inóspita para nós, humanos, para a fauna e para a flora.

Feita a constatação, troco de assunto sem sair do calor. Imagine, cara leitora, caro leitor, uma sala de aula com mais de 30 alunas e alunos, uma professora ou um professor e a temperatura acima dos 30 graus, sem ar condicionado!

Pois essa é a realidade da maioria das escolas públicas brasileiras. Alunos e professoras dentro de um forno micro-ondas, além das demais precariedades que caracterizam o ensino público no Brasil. Salários ruins, escolas com problemas estruturais seríssimos e falta de condições mínimas de conforto para alunos, alunas e professores.

Aqui no Rio, já no meu primeiro governo, climatizamos todas as salas de aula da rede estadual. A princípio, o sindicato dos professores criticou nossa iniciativa. Afirmavam que não era prioridade. Hoje é pauta mínima da luta sindical nas demandas aos governos.

Claro que reajustei anualmente o salário do magistério e profissionais de apoio. Além de estender aos aposentados todos os reajustes. Com exceção óbvia, das gratificações intrínsecas aos que estão em atividade.

Todos os professores ativos da rede receberam um laptop com acesso pago pelo Estado. Além de milhares de alunos que também receberam seu laptop pelo desempenho escolar. Feiras de Livros, Cinema para Todos. Mais de mil unidades escolares foram reformadas e modernizadas.

Bem, após 7 anos de esforços, o Rio saiu da 26ª posição no IDEB —Índice de Desenvolvimento da Educação Básica — no ensino médio, para 4º lugar no Brasil. A um milésimo dos três primeiros. O melhor desempenho da história do estado do Rio, desde que o IDEB foi criado pelo Ministério da Educação. E qual foi o início da jornada? Ar condicionado em todas as unidades escolares!

O governo Lula, em boa hora, vai implantar uma bonificação de permanência e desempenho aos alunos do ensino médio público do país. Fizemos isso com milhares de alunas e alunos que pertenciam ao universo da famílias cadastradas no Bolsa Família. O resultado foi fenomenal!

Parabenizo o governo federal por essa bela iniciativa. Mas insisto: foco nas condições mínimas aos nossos alunos. Claro que a climatização obrigará a investimentos na rede elétrica da escola e a outras questões que envolvam a infraestrutura predial. Mas isso é o mínimo!

Pode-se citar casos de escolas incríveis em ambientes inóspitos? Claro que sim. Entretanto, não é a regra. E cabe ao poder público dos três níveis da federação assumir essa bandeira mínima de conforto para os profissionais da educação e nossos milhões de alunas e alunos.

Se moramos num país tropical, abençoado por Deus, como canta nosso gênio Benjor, que façamos o mínimo pelo conforto de nossas crianças e jovens e de quem as cuida e educa em nossas escolas.

SÉRGIO CABRAL FILHO – Jornalista e Consultor Político da Tribuna da Imprensa Livre.

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