Por Michelle Meneses

A partir da luta incessante das mulheres pelos seus direitos, por melhores condições de vida e por seu reconhecimento dentro da sociedade em todo mundo, foi instituída pela ONU (Organização das Nações Unidas) a data de 8 de março para celebrar o Dia Internacional da Mulher.

Aqui no Brasil, infelizmente não temos muito a comemorar nessa data, basta olharmos diariamente as notícias da imprensa e nas redes sociais para constatar a “via crucis” de como ser Mulher em um país extremamente machista e governado por um misógino.

Nos últimos anos a violência física e ou moral contra a mulher aumentou absurdamente em nosso país, virou rotina os casos de feminicídios, onde na maioria das vezes as mulheres são assassinadas por seus maridos, companheiros e ou namorados. Nunca tantas mulheres foram mortas pelas mãos de seus parceiros, em nome do ” Amor”, ” Honra”, “Ciúmes” ou pelo simples fato de serem Mulheres.

É uma rotina macabra de abusos sexuais, morais, assassinatos e desrespeito às mulheres brasileiras!

Qual seria o motivo de tanto ódio contra as mulheres?

Por que os homens brasileiros têm tanta dificuldade em lidar com uma separação, com a rejeição ou simplesmente com o término de um relacionamento amoroso?

É certo que o Brasil sempre foi machista e patriarcal, mas ao longo dos tempos, mediante lutas intensas, a mulher brasileira foi conquistando seu lugar na sociedade, na vida familiar(segundo o PNAD/IBGE em quase metade dos lares brasileiros a mulher é a chefe da família) e na vida profissional.

Porém, é fato que para muitos homens a ascensão da mulher na sociedade causa um certo desconforto e até mesmo raiva.

Para esse tipo de homem a mulher é vista como “sua propriedade”, como um objeto a ser usado e destruído. Infelizmente muitos se escondem sob o manto de “homens amáveis”, mas ao longo da convivência mostram suas garras de macho dominador e agressivo, e lentamente vão destruindo a autoestima de sua mulher. É o que se chama de uma relação abusiva que em muitos casos tem um fim trágico e violento.

O preconceito contra a mulher ainda é muito grande em nosso país, ainda recebemos salários menores que os dos homens, mesmo quando desempenhamos as mesmas funções, o acesso ao mercado de trabalho é dificultado pela falta de apoio e incentivo público ou privado, e para as mulheres que são mães é ainda mais difícil o retorno ao trabalho.

E para complicar ainda mais essa realidade, somos nós quem arcamos com a dupla jornada de trabalho e afazeres domésticos.

Conforme dados do TSE (Tribunal Superior Eleitor) mesmo sendo a maioria do eleitorado brasileiro (52,6%),a participação da mulher na vida pública e política do país é mínima, e isso reflete diretamente na ausência de políticas públicas para combater a desigualdade, a violência, o preconceito e a falta de empregos formais para as mulheres.

Convoco todas as Mulheres Brasileiras para que no Dia Internacional da Mulher, possamos usar nossa Voz para conscientizar a sociedade brasileira, sobre a importância do nosso papel e exigir que nossas Vidas sejam Respeitadas e nossos Direitos sejam Garantidos.

“O que é ser Mulher?

É Nunca Desistir.”

A luta continua!

Feliz Dia Internacional da Mulher!


MICHELLE MENESES – Advogada, Escritora, Mãe de 4 filhos e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.