Redação

As novas declarações do delegado Carlos Henrique Oliveira, promovido recentemente a diretor-executivo da Polícia Federal, indicam uma contradição nas versões de Alexandre Ramagem, diretor da Abin, e do presidente Jair Bolsonaro no inquérito que apura as acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça, Sergio Moro.

O novo depoimento, nesta terça-feira (dia 19), sugere que o delegado Alexandre Ramagem, cuja nomeação para dirigir a Polícia Federal foi suspensa pelo Supremo, em decisão do ministro Alexandre de Moraes, ocultou dos investigadores que a troca do comando na Superintendência da PF no Rio estava definida. A mudança atendia o desejo do presidente e é considerada elemento importante para provar a interferência presidencial na PF.

RAMAGEM NÃO REVELOU – Ao depor, Ramagem ocultou o fato. De toda forma, porém, o delegado foi promovido a diretor-executivo pelo novo diretor-geral, Rolando de Souza, como seria também com Ramagem.

No depoimento, o diretor da Abin foi perguntado se teria planos para mudar a PF no Rio, conforme desejo de Bolsonaro, mas deu resposta vaga. No depoimento desta terça, porém, o delegado Oliveira foi claro em dizer que além de ter sido procurado, no dia seguinte aceitou o convite.

A oitiva também mostrou que os investigadores já buscam suspeitos do suposto vazamento para Flávio Bolsonaro, antes da Operação Furna da Onça, sobre rachadinhas e enriquecimento ilícito na Assembleia do Rio. Os investigadores perguntaram sobre policiais com relação com a família Bolsonaro e também sobre o agente Bruno Malvacini, citado pelo delegado Alexandre Saraiva como intermediador de uma reunião com o presidente.


Fonte: Folha de SP