Redação –
O Estadão recorreu à Justiça Federal de São Paulo nesta terça-feira (19/5) para que Hospital das Forças Armadas, o Laboratório Sabin e a Fiocruz deem explicações sobre os resultados dos exames de coronavírus do presidente Jair Bolsonaro entregues ao STF (Supremo Tribunal Federal) no dia 12 de maio.
Em abril, o jornal garantiu na Justiça o direito de obter os testes de covid-19 feitos pelo presidente, após mais de 20 pessoas que estiveram com ele na comitiva oficial que foi aos Estados Unidos em março testarem positivo. Após idas e vindas de recursos na Justiça e o caso chegar no STF, a Advocacia-Geral da União (AGU) entregou o resultado de três exames, que testaram negativo, atribuídos ao chefe de Estado.
Segundo o recurso do Estadão, os laudos apresentados, em vez de “apaziguarem incertezas sobre a saúde do presidente, fizeram surgir indagações”.
No caso da Fiocruz, como assegurar que o “paciente 5” é Jair Bolsonaro, já que o laudo não possui CPF, RG, data de nascimento ou outra informação que o vincule ao presidente ou outra pessoa. Segundo as regras da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o cadastro do paciente deve trazer número de registro de identificação do paciente gerado pelo laboratório, o nome dele, idade, sexo e procedência.
No exame do laboratório Sabin, Bolsonaro utilizou como codinome o nome do filho de uma das responsáveis pela coleta do material, uma farmacêutica que trabalha no HFA.
Os advogados também questionam por que nunca foi informada oficialmente a existência de um terceiro exame e o seu resultado, embora realizado em meados de março, somente tenha sido protocolado na Presidência em 6 de maio, “coincidentemente a mesma data em que o STJ manteve a ordem de apresentação do resultado dos exames”.
A defesa do jornal solicita ainda que a Justiça interrogue Marilda Mendonça Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo (LVRS) da Fiocruz, que assinou o laudo do “Paciente 05”, e o general Rui Yutaka Matsuda, comandante logístico do HFA.
“Foram juntados apenas três laudos. E nenhum deles, ao arrepio de regulamento técnico aprovado pela Anvisa, faz referência ao nome do presidente. Para piorar, o terceiro documento, expedido pela Fiocruz, é ainda mais vago: não traz data de nascimento, não aponta números de CPF ou de RG, nem indica qualquer outro dado que minimamente permita a identificação inequívoca do indivíduo examinado”, diz o advogado do Estadão, Afranio Affonso Ferreira Neto.
Fonte: Portal Imprensa
MAZOLA
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