Por Iata Anderson –
A rodada carioca começou com a vitória do Fluminense sobre o Ceará, estendendo a belíssima festa de despedida de Fred, que se junta definitivamente a Castilho, Valdo, Pinheiro e Telê como maiores ídolos dos tricolores.
Uma festa absolutamente completa, que começou com os três pontos que levaram o time ao quarto lugar, três pontos do líder Palmeiras, com futebol de primeira qualidade, talvez o mais bonito do futebol brasileiro. O Flu, tenho dito, sem nenhum jogador na seleção brasileira, sabe exatamente o que quer em campo, domina seus adversários com autoridade, faz o jogo correr à sua maneira. Troca jogadores e o padrão é o mesmo. Seriíssimo candidato ao título, se mantiver a pegada “toco e me voy”, que acho linda.
Descontando a fraqueza do Tolima na Libertadores, o Flamengo fez a melhor partida da temporada, classificando-se para as quartas-de-final, contra o Corinthians, que eliminou o Boca Juniors, na Bombonera, onde o time argentino é quase imbatível. Tudo indica que o time ideal está muito próximo de ser conhecido, até porque os de Dorival Junior apresentaram padrão de jogo, movimentação, alegria e seriedade. Arrascaeta, sempre o melhor do time, teve que dividir as notas com Rodinei, Pedro, Gabriel, Thiago Mota e João Gomes, que tornaram o meio de campo muito mais sólido, arrumadinho e pegador. Quatro dias depois o time volta a campo, diferente na escalação e na forma de jogar, perde um jogo bom de ganhar, com uma falha incrível de Rodinei, numa posição onde reinaram absolutos Carlos Alberto Torres e Leandro, os dois maiores laterais do futebol brasileiro. “Infelicidade”, disseram os comentaristas e até o excelente Milton Leite, que considero o melhor da TV. Não, gente, falta de categoria, técnica, que sobravam nos dois citados atrás. Zero no principal fundamento do futebol, com o passe, que é o domínio, com certeza coisa estranha para o bravo Rodinei, de excelente “pegada”, só isso. Como mexer num time que vinha de goleada, tirar um cara que tinha feito quatro gols?
“Time de ganha não se mexe”, diz o ditado popular.
Fechando a rodada, o Botafogo, com 21 pontos, como o Flamengo, foi ao Pantanal e não trouxa nada a não ser mais problemas e confusão para a cabeça do treinador. Perdeu (2×0) para o Goiás, terminou o jogo com 9 jogadores – dois expulsos – três machucados e uma semana para catar o que sobrou, agora a 3 pontos da zona de rebaixamento, como o Flamengo. O Vasco venceu o Criciuma (1×0), fora, e foi beneficiado pela derrota do Cruzeiro para o Grarani (1×0) e o empate do Bahia com o Vila Nova (1×1), agora em segundo lugar, com 34 pontos, a 4 dos mineiros e 4 acima dos baianos. Podendo perder na próxima rodada e se manter na posição, com 9 vitórias, 7 empates e apenas 1 derrota, o melhor de todos os times das duas séries.
O corner foi uma excelente chance de gol, por várias razões. Primeiro, caminho direito para a área, onde as coisas acontecem, continuam acontecendo. Segundo, aproveitamento de bons e altos zagueiros, além dos atacantes, esses muito menos cabeceadores que no passado. Mesmo assim, o escanteio bem cobrado tem suas vantagens. Ou teve, no passado, quando o futebol tinha menos “inventores”, “professores pardais”. Bastava jogar a bola perto da marca do pênalti e saco. Não é mais assim, desculpe desapontá-lo amigo leitor. Começa com o batedor, muito preocupado em ganhar cinco centímetros, se isso, posicionando a bola depois da marca permitida, que leva o árbitro a se deslocar para verificar a posição certa. Tudo isso gera desvio de atenção para o apitador e para o jogador. Aí aparece um segundo jogador, junto à bola, para nada, não serve para absoluta nada, pela distância até a bola chegar à área. O primeiro, batedor, toca para o segundo, que recua para o “ala”, que tenta cruzar. Já vi corner recuado até o goleiro, e não foi somente um. Por que não cruzar direto, o caminho mais curto e rápido para a “zona do agrião”, assim batizada por João Saldanha? Porque os técnicos e jogadores copiam tudo que viram um dia. Futebol, às vezes é assim: um passo para frente três para trás. Tudo isso faz parte do passado. Nas três últimas rodadas só vi uma vez sendo cobrado em dois toques, no jogo do Botafogo. Na penúltima foram três gols e cobranças diretas. Finalmente, na quinta-feira, contra o Fortaleza, eliminado, o Estudiantes marcou mais dois e “enterrou” definitivamente uma das maiores invenções da história, o corner dobrado, se assim pode ser chamado.
Mais um modismo que sai do ar, definitivamente, para o bem do futebol.
Não vejo porque razão a CBF insiste em mandar executar o Hino Nacional antes dos jogos do Campeonato Brasileiro. O desrespeito é total. Nenhuma torcida respeita, jogadores ficam se balançando, aquecendo, em sua maioria. As TVs que transmitem os jogos nada dizem, tiram o som das arquibancadas, no lugar de chamar a atenção, criticar, fazer campanha. Contra o racismo, que somos todos a favor da mobilização, eles enchem os pulmões e bradam como cachorros vira-latas, dá audiência, ficam bem com todos, missão cumprida.
Um nojo essa imprensa velha.
Começou, sexta-feira (dia 10) a temporada para o multicampeão Real Madrid, com apresentação dos jogadores na Ciudad de Madrid, em Valdebebas. As novidades são o zagueiro alemão Rüdiger e o meio-campista francês Aurélien Tchouaméni, de 22 anos, escolhido melhor revelação da Europa na temporada passada. Estreou na seleção francesa com apenas 18 anos. Com a saída do recordista histórico Marcelo, 25 títulos em 16 temporadas, Alaba será deslocado para a lateral e a zaga formada por Militão e Rüdiger. Renier – ex-Flamengo – e Kubo, deverão ser emprestados para equipes espanholas. As atenções, com certeza, estarão voltadas para o artilheiro Karin Benzema, candidato a ganhar a Bola de Ouro e Vinicius Junior que viu aumentar sua cotação na bolsa alcançar níveis inimagináveis. Benzema foi artilheiro da Liga e da Champions e o Real vai defender o título da Liga da Espanha, Campeonato (Liga) e Champions.
Jogadores fizeram reconhecimento médico e se exercitaram, sob o comando de Carlo Ancelotti. O Real volta a jogar no verão dos Estados, disputando o Soccer Champions Tour, enfrentando o Barcelona (dia 24 em Las Vegas), Clube América (27 em San Francisco) e Juventus (dia 31) no Rose Bowl, em Los Angeles.
IATA ANDERSON – Jornalista profissional, titular da coluna “Tribuna dos Esportes”. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, TV Manchete e Tupi; Atuou em três Copas do Mundo, um Mundial de Clubes, duas Olimpíadas e todos os Campeonatos Brasileiros, desde 1971.
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