Por Petrônio de Souza –
Em reunião realizada nesta sexta-feira, dia 10 de dezembro, na cidade de Ouro Preto, a Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais promoveu seu primeiro encontro pós-pandemia, em Assembleia Geral.
Na pauta do encontro, prefeitos e secretários municipais de cultura e turismo das cidades pertencentes à Associação – que juntas somam mais de 60% de todo o patrimônio histórico do Brasil – discutiram e debateram sobre o turismo no pós-pandemia, protocolos sanitários e medidas que serão adotados por seus receptivos turísticos. Ponto importante da reunião foi a definição, em conjunto, do calendário anual de eventos das cidades históricas de Minas Gerais para o próximo ano e a decisão, por unanimidade dos seus representantes, pela não realização do carnaval de 2022 nas cidades históricas mineiras que, tradicionalmente, são os mais festejados carnavais de Minas Gerais. Muitos prefeitos argumentaram que a população de sua cidade foi consultada, decidindo sempre pela não realização do carnaval, considerando ainda mais que Belo Horizonte não vai realizar seu carnaval, sendo que o grande fluxo de foliões optaria pelas cidades históricas mineiras. Ao final do encontro, a Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais divulgou uma nota oficial com as decisões da reunião, batizada de Carta de Ouro Preto.
Nas palavras do presidente da Associação das Cidades Históricas, o prefeito de Itapecerica, Wirley Reis, “as cidades históricas de Minas Gerais, principais destinos turísticos do nosso Estado, priorizam a segurança sanitária, a vida e a saúde de seus habitantes e turistas. Então, acreditamos que a retomada imediata do turismo só se dará em cidades seguras, que se preservaram durante a pandemia e seguiram os protocolos sanitários. Por isso nossas cidades optaram pela não realização de seus tradicionalíssimos carnavais neste momento, pois estaremos preparados para receber a todos, como sempre recebemos, com a maior segurança e conforto, em um futuro muito próximo”, declarou Wirley Reis.
O encontro das Cidades Históricas de Minas Gerais começou às 9h30min, desta sexta-feira, na Casa da Ópera de Ouro Preto, e contou com a presença dos prefeitos Angelo Oswaldo, de Ouro Preto; José Fernando Aparecido de Oliveira, prefeito de Conceição do Mato Dentro; Nílzio Barbosa, prefeito de Tiradentes, Juliano Duarte, prefeito de Mariana, Orlando Amorim, prefeito de Itabirito; Isa Menezes, prefeita de Nepomuceno; além de vice-prefeitos, secretários de cultura e turismo dos 30 municípios que a integram.
Carta de Ouro Preto
Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais
Assembleia Geral 2021
A Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais (ACHMG), entidade que congrega os 30 municípios mais antigos do Estado de Minas Gerais, que juntos agrupam mais de 50% de todo o patrimônio histórico tombado no Brasil, se reuniu em Assembleia Geral na manhã do dia 10 de dezembro de 2021, na cidade de Ouro Preto, com a finalidade de debater e deliberar acerca da realização do Carnaval nas cidades integrantes da ACHMG no ano de 2022.
A motivação da Assembleia Geral foi o fato de que os carnavais das cidades históricas mineiras são os mais tradicionais do Estado, atraindo turistas de todo o Brasil e até mesmo do exterior.
Levando-se em consideração as últimas análises do cenário epidemiológico pelas autoridades sanitárias nos âmbitos nacional e estadual, as quais ainda recomendam a adoção de estratégias de prevenção e enfrentamento à Covid-19, a fim de que os avanços conquistados até a presente data com a vacinação não tenham sido em vão e não sofram nenhum retrocesso, a Associação decidiu, por unanimidade de seus representantes, orientar aos municípios integrantes pela não realização do Carnaval 2022.
A orientação não implica no entendimento de que as cidades deverão estar fechadas aos turistas. Como alternativa, pensando, sobretudo, na importância de garantir a manutenção da atividade econômica, a Associação sugere que os gestores incentivem e promovam eventos ligados às várias modalidades do turismo, sendo elas o turismo cultural, gastronômico, ecológico, de aventura, visando proporcionar, em um formato adequado à realidade atual, a visitação aos variados atrativos de suas cidades.
Se confirmados os estudos e índices epidemiológicos anunciados, será possível aos municípios planejarem seus calendários oficiais de eventos que impliquem em grandes aglomerações, com segurança, a partir do segundo semestre do ano de 2022.
Sendo assim, a Associação das Cidades Históricas de Minas Gerais, ciente de serem estes os principais destinos turísticos do Estado e priorizando a vida e a saúde de seus habitantes e turistas, sugere que a retomada integral do turismo só aconteça em um cenário de completa segurança sanitária.
No mais, fica aqui registrado o anseio da Associação para que, muito em breve, todos os grandes eventos sejam realizados com segurança e conforto, permitindo que Minas Gerais continue a vivenciar seu turismo, na mais genuína expressão do seu patrimônio histórico, artístico, arquitetônico, religioso, gastronômico, natural e cultural.
Ouro Preto, Casa da Ópera, 10 de dezembro de 2021
Municípios participantes: Brumadinho – Baependi – Barão de Cocais – Bom Jesus do Amparo – Conceição do Mato Dentro – Caeté – Catas Altas – Cataguases – Congonhas – Campanha – Diamantina – Itabira – Itabirito – Itapecerica – Januária – Lagoa Santa – Mariana – Nova Era – Ouro Preto – Ouro Branco – Paracatu – Pitangui – Prados – Santa Bárbara – Serro – São João del-Rei – São Thomé das Letras – Sabará – Santa Luzia – Tiradentes
PETRÔNIO DE SOUZA é jornalista, escritor e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Tem três livros publicados, sendo um de contos e dois de poemas. Em 2005 ganhou o Prêmio Nacional de Literatura “Vivaldi Moreira”, da Academia Mineira de Letras, como segundo colocado.
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NOTA DO EDITOR: Quem conhece o professor Ricardo Cravo Albin, autor do recém lançado “Pandemia e Pandemônio” sabe bem que desde o ano passado ele vêm escrevendo dezenas de textos, todos publicados aqui na coluna, alertando para os riscos da desobediência civil e do insultuoso desprezo de multidões de pessoas a contrariar normas de higiene sanitária apregoadas com veemência por tantas autoridades responsáveis. Sabe também da máxima que apregoa: “entre a economia e uma vida, jamais deveria haver dúvida: a vida, sempre e sempre o ser humano, feito à imagem de Deus” (Daniel Mazola). Crédito: Iluska Lopes/Tribuna da Imprensa Livre.
MAZOLA
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