Por Bolivar Meirelles –
Ser sem ser. Amorfos, disformes. Perambulantes pela vida.
O que sou? Se perguntam. Ao próprio e aos outros. “To be or not to be?”. William Shakespeare. O mal ajustado Ser… Humano? Nem sei. Petrificado? Amorfo? Distinto sem se distinguir? Pode ser. Será? “O que não tem certeza nem nunca terá…” Milton Nascimento, Chico Buarque de Holanda. Bom registro. Viventes não nascidos…Mortos sem história…Sem distinguir um amoroso de um torturador… Um racista…de um combatente pela igualdade racial. Um superador das diferenças raciais para a concepção da espécie humana. Poetas da poesia, energizem esse singular Ser sem ser, sem sentido…viventes sem terem vivido. Homens e mulheres, passantes para esses energúmenos que não veem a unidade nas diferenças. De gênero,…apenas como seres. Humanos todos. As competências de engravidar e de parir, ser mãe… além do que, humana competência de trabalhar, de produzir…Quem não vê ou, pior, só vê como quer ver. Preceptores do nada. Vazios, formatados para o mal. Se pensam neutros. Opção pelo pior. É isso. Badalar de um existir amorfo. Precário, sem se posicionar. Sempre se pensando o bem. Maléfico Ser do que não é. Sendo sem ser, caminha o caminhante inescrupuloso Ser. Observa outros vacilantes. Conduzidos gado sem pensar. Pensando pelos condutores do mal. Pastores inescrupulosos. Falam em nome de quem não lhes deu procuração. Jesus, José ou Maomé. É o que é. Será? Seria? Tópicos atópicos. Atípicos? Nem sei…tantos os há por aí. Energúmenos de um existir sem existência. “Afaste de mim esse cálice de vinho tinto de sangue”. Outra vez Milton Nascimento e Chico Buarque de Holanda outra vez… Se fosse “vez por outra”… até mais fácil suportar. Suporte adequado…inadequado? Deixar para lá?… O Ser que não é não é mesmo. Navega no nunca ter sido. “O que será! Será!… Vivamos os posicionados para o outro, a outra…seremos seres humanos humanizados. Constituintes da boa existência de si e do outro na necessidade do outro, da outra. Um dia onde todos e todas estiverem numa vida vivenciada igualitária… aí sim a perspectiva da alteridade, talvez Martin Buber possa se ver reconhecido, se implantará em nossos seres o respeito pelo outro, a outra, humanizados.
Até porque todos os seres humanos seremos.
BOLIVAR MARINHO SOARES DE MEIRELLES – General de Brigada Reformado, Cientista Social, Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, Mestre em Administração Pública e Doutor em Ciências em Engenharia de Produção, Pós Doutor em História Política, Presidente do Conselho Executivo da Casa da América Latina.
Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com
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