Por Rafael Holanda –
A grande virtude da medicina não está nos seus aparatos modernos, nem nas máquinas fantásticas, mas nos profissionais que escolheram a solidariedade como forma de vida.
Enquanto houver um mesmo pensamento, enquanto houver uma forma virtuosa de se fazer medicina, aí sim, estará a mão de Deus com reflexo maior na esperança dos que sofrem.
Enquanto houver o mínimo do princípio Hipocrático, persistirá a medicina com dom de amor, do ajudar, diferente da medicina que se emborca na lama do mercantilismo desenfreado e desrespeitoso com o paciente e a consciência de quem pratica.
Além de técnico, o médico é um homem que para exercer a sublime missão deve estar acima de tudo e em harmonia consigo, deve exercer a sua compaixão como forma para compensar as dificuldades e frustrações.
Por este mundo de Deus ainda existe médico que todo paciente sonha: não o que tenta ignorar sua dor, não o que não se comove com suas lágrimas e ou num momento maior foge à luta.
Sonha-se sempre com o médico que esclarece, tranquiliza, conforta, mesmo diante de perda de todas as condições técnicas é capaz de continuar lutando trazendo notícias aos familiares de que a morte não existe, de que não há perdas, mas a libertação do sofrer.
Muitos médicos desistem de sua luta ou buscam no suicídio como forma de frustração, outros recorrem a especialidades menos estressantes para evitar o confronto com inevitável e doloroso.
Fugir do esforço maior ao combate a dor, onde a lágrima corre a distância e a perda não prevalece, faz com que o médico demonstre sua insegurança, se torne não pequeno, mas distanciado das agonias que reinam em cada cama de um hospital.
Dr. RAFAEL HOLANDA – Médico, colunista, representante e correspondente do jornal Tribuna da Imprensa Livre em Campina Grande, Paraíba – Brasil.
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