Por Kleber Leite

Dos vinte e seis convocados, talvez o que cause a maior polêmica seja a presença de Daniel Alves. Tanto é verdade que esta foi a primeira pergunta feita ao treinador Tite, após a divulgação dos escolhidos.

No mais, embora possa haver uma discordância aqui, outra ali, nenhuma novidade em função do que já se comentava.

Sei que o mundo mudou e que a garotada de hoje não dá tanta importância à Seleção como na minha época, porém, talvez “démodé”, confesso a minha euforia, minha enorme alegria, em ter a certeza de que dois jogadores do Flamengo disputarão uma Copa do Mundo pela Seleção Brasileira.

Não é de hoje que venho aqui afirmando que Everton Ribeiro é o mais importante organizador de jogo entre todos os jogadores brasileiros. Não bastasse esta característica, Everton cria, combate, ataca e o raciocínio é tão rápido que para jogar com ele é preciso ter anel no dedo, pois o pensamento dele está sempre um passo à frente.

Gabigol é o ídolo rubro-negro. Arrascaeta, o raro talento. Já Everton Ribeiro, a meu conceito, o maestro, o cérebro, o jogador mais importante do time.

Tomara que Tite não seja acometido pela síndrome de vira-lata e não tenha receio de escalar como titular um jogador que não atua na Europa. Se uma pelada fosse e se ganhasse no par ou ímpar para escolher para o meu time o primeiro jogador entre todos os meio campistas convocados, escolheria – sem dúvida – o nosso camisa 7.

Vou acirrar a polêmica. Pedro foi convocado e Gabigol ficou de fora.

Acho Pedro um jogador diferente, muito bom mesmo!

Talvez por empatia, talvez por confiança, talvez pelo carisma, talvez por ser decisivo, jamais deixaria de ter Gabigol. Não o trocaria, com exceção de Neymar, por nenhum dos atacantes convocados, embora, reconhecendo mérito em todos.

Sei que alguém pode argumentar que Pedro foi chamado por ser um jogador com característica diferente dos outros atacantes. Reconheço que o argumento seja bom. Mesmo assim, jamais abriria mão de um jogador predestinado, como Gabigol.

Aliás, vale uma pesquisa interna dupla:

1- Se o Flamengo só pudesse ficar com um. Pedro ou Gabigol?
2- Quem dos centroavantes convocados você trocaria por Gabigol?

E aí?

***

Ressaca geral

Coritiba 1 x 0 Flamengo

Antes de falar um pouco sobre esta derrota para o Coritiba, fico me perguntando o motivo de os nossos principais jogadores já não estarem de férias. Caramba, se é para não jogar, se é para poupar, por que motivo não se une o útil ao agradável, premiando com justo descanso quem jogou muito – e bem – e, ao mesmo tempo, usufruir de melhor preparação na próxima temporada, com estes jogadores se apresentando mais cedo?

Não sei se é verdade, mas corre a informação de que houve quem fosse poupado neste jogo contra o Coxa, porém, participando de torneio de Beach Tennis.

Nada contra quem queira descontrair após jornada árdua e vitoriosa. Só que, em pleno gozo de férias…

O jogo, sem nenhuma criatividade. Só houve um gol em função de um pênalti, totalmente desnecessário, cometido por Diego.

Aliás, começamos o jogo com três volantes e, quando se joga assim, a criatividade já fica inibida na própria escalação.

Paralelo a isso, Matheus França começou como um falso centroavante. Resumo da ópera: a bola não chegava – e tão pouco Matheus França criava.

Nossos dois atacantes mais agudos, Marinho e Cebolinha, em tarde não muito feliz, embora prejudicados pela falta de alguém que criasse, alguém capaz do passe decisivo.

Nosso goleiro, Hugo, muito bem. Defendeu as possíveis, fez uma defesa espetacular em cobrança de falta e, por pouco não pega o pênalti.

A ressaca é mais do que natural e justa. Tomara que continue, porém, em pleno gozo das férias pra lá de merecidas.

Férias, já! 2023 é logo ali…

KLEBER LEITE é jornalista, radialista, empresário, dirigente esportivo, blogueiro e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Fundador da Klefer Marketing Esportivo em 1983.

Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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