Por Iata Anderson –

O Fluminense precisava diminuir a diferença para o Palmeiras, se quisesse continuar pensando no título. Tocou bola por quase dois minutos, à moda Diniz, não chegou a botar o Verdão na roda mas faltou pouco. Os de Abel Ferreira foram se acostumando ao ritmo de jogo, time bom como é, foi jogando seu jogo como devem fazer aqueles que sabem ser competentes. Em pouco tempo equilibrou a posse de bola e o jogo ficou muito interessante, bom de se ver.

Duas escolas parecidas, que praticam, ao lado do Flamengo o melhor futebol no país pentacampeão do mundo. Aquela história de quinze times disputando título é balela, lembra coisa de político que não tem o que mostrar. Equilibrou e abriu vantagem, um golaço, de bicicleta, o que parece ser a nova especialidade de Rony, o segundo em poucos dias. Era tudo que queria Abel. Postou seu time e deixou o tempo passar, sem que deixasse de tentar o segundo, matar o jogo. Não contava com a presença de Manuel, na área, para marcar mais uma vez, de cabeça. Aí sim, os dois times deixaram o tempo passar. Para o Palmeiras estava bom, mantinha a distância para a dupla Fla/Flu, que acabou não vencendo, e passa a administrar o título, que vai ficando cada vez mais perto.

O Flamengo, como esperava sua torcida, foi ao Nilton Santos e venceu o Botafogo, uma vez mais com o time misto, que está invicto. Titulares poupados, o elenco é bom e permite o rodízio, hoje, já que a diferença foi estabelecida justamente por essa medida tomada pelo treinador, lá atrás. É o chamado “correndo atrás do prejuízo”, muito caro por sinal. Primeiro gol de Vidal, inteiramente “em casa”, à vontade para jogar seu futebol, bastante conhecido por aqui. Diminuiu a distância em sete pontos para o líder, folga considerável, considerando que os dois jogos que poderiam causar um tropeço foram realizados em uma semana e o prejuízo parecia nos cálculos do multicampeão paulista. Vou repetir, acho pouco provável que essa taça não vá para a sala de troféus do Palmeiras. O Botafogo ficou em 14º lugar, dois pontos acima do Cuiabá, primeiro da zona de rebaixamento, enquanto o Fortaleza não para de subir, agora em 12º lugar, com 30 pontos, bela arrancada. Atlético e América empataram no clássico mineiro, 14 pontos atrás do líder, campanha péssima para quem queria o terceiro título e o inédito bicampeonato seguido.

O Vasco perdeu para o Bahia, na Fonte Nova, estacionando no quarto lugar, com 42 pontos, somente 4 pontos adiante do Londrina, que derrotou o Brusque por 1×0, mesmo placar do Sport contra a Chapecoense, 5 pontos atrás dos cariocas. Não é assustadora mas é uma situação preocupante, depois de 26 rodadas e time não encaixa uma série, por menor que seja, de bons resultados. Jogou mal, uma vez mais, não deu UM chute a gol, contra 9 do Bahia, dos 17 que fez. São 3 derrotas, 1 vitória e 1 empate, na sequência, muito pouco para quem quer voltar à elite do futebol brasileiro.

Restam pouco mais de quatro dias para o encerramento do mercado de verão e Cristiano Ronaldo se desespera com a possibilidade de não disputar a Liga dos Campeões (Champions). Seu time não se classificou e ele tem algumas metas, recordes a bater e ampliar. O moço é uma máquina de jogar futebol e fazer gols. Além disso, todos os jogadores do Manchester United tiveram seus salários rebaixados em 25%, por cláusula contratual. Enquanto isso, na Espanha, onde CR7 cansou de quebrar recordes e tabus, a disputa pela artilharia pesada se acirra com a chegada de Robert Lewandowski, que levou o Barcelona a golear o Real Valladolid por 4×0, marcando duas vezes, festa dos culés, no Camp Nou. Ali perto, contra o fechadinho Espanyol, Karim Benzema, goleador europeu na temporada passada, também fez o “doblete” na duríssima vitória sobre o Espanyol, que havia vencido o Real em 2021. Casemiro estreou na Inglaterra e Carlo Ancelotti escalou Tchouameni, 22 anos, para ser seu substituto, ao lado dos míticos Toni Kroos e Luka Modric. Os campeões lideram com 9 pontos, ao lado do Betis, também com 3 vitórias seguidas. Sábado se enfrentam no Santiago Bernabeu, primeiro jogo em casa, estreando gramado em seu moderno e belíssimo estádio, que será entregue aos torcedores no próximo ano.

Continuo achando uma temeridade a presença de crianças em estádios, pior ainda em jogos do Flamengo, Corinthians, Palmeiras, Fluminense, com maior apelo nesta temporada. Até bebês pais irresponsáveis têm levado aos jogos de grande porte. Penso que Ronaldo Lima dos Santos, Secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, que faz excelente e silencioso trabalho em Brasília, poderia sugerir uma fiscalização ou limite de idade nesses casos. Melhor assim que chorar uma tragédia anunciada, como parece.

Se a TV parar de mostrar também vai ajudar muito.

IATA ANDERSON – Jornalista profissional, titular da coluna “Tribuna dos Esportes”. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, TV Manchete e Tupi; Atuou em três Copas do Mundo, um Mundial de Clubes, duas Olimpíadas e todos os Campeonatos Brasileiros, desde 1971.

Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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