Por Luiz Carlos Prestes Filho

No audiovisual “CronoClausura” (6 minutos de duração) Leandro Ligocki e Angela Duarte, falam para onde foram levados “neste momento de profunda reflexão sobre as coisas que realmente importam.” O casal de instrumentistas afirma que optou em buscar:  “a música conectada com o agora, com o que está acontecendo“, também com o que eles  estão sentindo que acontece neste exato momento no  mundo.

Um relógio de areia visualiza o som da harpa. E a harpa vai regendo o tempo, conseguindo absoluta integração: SOM & IMAGEM. As cordas que Leandro toca, trás o elemento da tensão e da distensão.  A cada toque sua guitarra elétrica inventa contrates, em outros momentos faz a narrativa fluir.

As mãos de Angela Duarte, prisioneiras das cordas da harpa,  estão bem realizadas. Estabelecem um paralelo perfeito com a janela gradeada. Destaca o elemento da solidão, do distanciamento e da clausura.

Os instrumentos que toquem sozinhos! O casal no final abandona suas ferramentas. Elas não podem ser mais importantes do que a vida. Melhor olhar horizontes.

O amigo Oscar Niemeyer dizia: “A Vida é mais importante que a arquitetura.”

Leandro Ligocki e Ângela Duarte dizem com este audiovisual: “A vida é mais importante que a música.”

Realizado através de fusões e sobreposições de imagens, o audiovisual demonstra que existe uma procura linguagem. Desejo que essa busca de palavras visuais próprias construa um vocabulário rico e incomparável.


LUIZ CARLOS PRESTES FILHO – Diretor Executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Cineasta, formado em Direção de Filmes Documentários para Televisão e Cinema pelo Instituto Estatal de Cinema da União Soviética; Especialista em Economia da Cultura e Desenvolvimento Econômico Local; Coordenou estudos sobre a contribuição da Cultura para o PIB do Estado do Rio de Janeiro (2002) e sobre as cadeias produtivas da Economia da Música (2005) e do Carnaval (2009); É autor do livro “O Maior Espetáculo da Terra – 30 anos do Sambódromo” (2015).