Por Luiz Carlos Prestes Filho –
Em sua entrevista sobre o desenvolvimento do projeto ESPAÇO DANÇA DE NOVA IGUAÇU, a professora, bailarina e coreografa, Tereza Petsold, destacou a importância do Festival de Dança de Nova Iguaçu 2021, recentemente realizado: “Durante o festival afirmei que estávamos ali aplicando o ‘remédio do coração’, pois só a arte tem esse potencial – amenizar as mazelas e dar um refrigério ao cotidiano tão sofrido que temos vivido. Creio que essa missão sagrada é de total importância para que o povo não adoeça mentalmente, pois com responsabilidade e correção conseguimos desenvolver esse projeto e cumprir nossas metas. A prova disso foi não ter havido nenhuma desistência entre os inscritos!” Para ela, uma cidade da importância de Nova Iguaçu, centro cultural da Região Metropolitana do Rio de Janeiro:
“Tem que ter o seu Teatro Municipal para produções locais e convidadas. Um espaço multiuso que possa contemplar plateias variadas com música, teatro, óperas, dança, eventos audiovisuais, feiras e congressos.”
Luiz Carlos Prestes Filho: O 27⁰ Festival de Dança de Nova Iguaçu 2021 enfrentou a pandemia da Covid-19. Como o festival foi estruturado, do ponto de vista dos patrocinadores e da infraestrutura?
Tereza Petsold: Nosso projeto foi contemplado com a Lei de Incentivo Federal, a lei Aldir Blanc, e ele foi criado para o momento, ou seja, com o cumprimento de todos os protocolos de segurança, limitação de inscrições, de público e de horários. Montamos um palco na praça de eventos do Top Shopping de Nova Iguaçu com cadeiras dispostas em distanciamento social e divulgamos que estaríamos transmitindo simultaneamente as apresentações no YouTube da Academia de Dança Tereza Petsold. Tivemos mais de 20.000 visualizações diárias! Sentimos que os órgãos públicos foram sensibilizados sobre a importância que os agentes da cultura exercem na sociedade.
Durante o festival afirmei que estávamos ali aplicando o “remédio do coração“.
Pois, só a arte tem esse potencial: amenizar as mazelas e dar um refrigério ao cotidiano tão sofrido que temos vivido. Creio que essa missão sagrada é de total importância para que o povo não adoeça mentalmente. Interessante que não ocorreu nenhuma desistência entre os inscritos, mesmo quando tivemos que adiar e transformar em segunda parte o festival, já que os shoppings centers fecharam por determinação de decretos governamentais. Um mês depois, realizamos a segunda parte com todos os inscritos. Isso se chama confiança em nossa conduta. Este foi um projeto de pandemia e creio ter conseguido meu propósito. Vale o relato de vários bailarinos emocionados vindo me agradecer por estarem pisando no palco depois de um ano longe do mesmo. Vale o aplauso da plateia encantada com a magia da dança “abraçando” seus corações.
Sem dúvida foi o festival mais difícil de produzir, mas o que ficará na minha história como o que me deu mais alegria.
Prestes Filho: Quantas companhias e quantas bailarinas/bailarinos participaram do Festival de Dança de 2021? Como foram as premiações?
Tereza Petsold: Tivemos um total de 53 grupos/academias inscritas pois o número era limitado. 1.500 bailarinas/bailarinos distribuídos entre os 4 dias de festival. 80% dos números eram solos ou duos, para evitar aglomerações. Foram distribuídos prêmios especiais além dos troféus de primeiro segundo e terceiro lugares por categoria e modalidade.
A maior pontuação por modalidade recebeu R$500,00: jazz, ballet livre, ballet repertório, neoclássico, danças urbanas, danças populares, dança livre, sapateado, moderna e contemporânea. Receberam R$2.000,00 a melhor bailarina do festival; o melhor bailarino e o melhor coreógrafo; R$3.000,00 o melhor grupo.
Foram agraciados com prêmio revelação dois artistas, um de Belford Roxo e outro de Nilópolis.
Prestes Filho: Nova Iguaçu precisa ter um teatro equipado para realizações de espetáculos de balé? Como poderia ser este espaço?
Tereza Petsold: Uma cidade dita “mãe da baixada” urge em ter o seu teatro municipal para produções locais e convidadas. Um espaço multiuso que possa contemplar plateias variadas com música, teatro, audiovisual, ópera e dança. Criamos uma infraestrutura no Top Shopping, que sempre nos apoiou e apoia, que atendeu muito bem o nosso propósito: palco de 8×7; com 200 cadeiras; luz básica; e banheiros com camarins.
Mas precisamos construir um espaço definitivo.
Prestes Filho: Recentemente, com o Secretário de Cultura de Nova Iguaçu, Marcus Monteiro, você visitou a obra de reconstrução da Fazenda São Bernardino e de Iguassu Velha. Novos projetos a vista?
Tereza Petsold: O secretário propôs um grande desafio. Ele entende que a Região Metropolitana do Rio de Janeiro carece de um espaço tecnicamente estruturado e voltado para a arte da dança. Local que possa atender professores, alunos e público das nossas 22 cidades. Por sediar o Festival de Dança de Nova Iguaçu, durante as últimas três décadas, evento de abrangência nacional, a cidade demonstra que tem expertise na arte da dança.
Então, surgiu a ideia da construção do ESPAÇO DANÇA, em Iguassu Velha, para atender esta demanda histórica.
Com a orientação da Secretaria Municipal de Cultura criei o programa do ESPAÇO DANÇA a partir da experiência da execução do Conjunto Arquitetônico da Pampulha. Projeto que garantiu a capital de Minas Gerais uma expansão urbana baseada no respeito ao meio ambiente, a identidade cultural local, oferecendo espaços para o desenvolvimento de projetos voltados para o turismo sustentável e o para o esporte.
A coragem do governador, Juscelino Kubistchek, e o profissionalismo do arquiteto Oscar Niemeyer, doaram a Belo Horizonte uma obra que hoje é considerada uma das mais originais da arquitetura e do planejamento urbano brasileiro.
Fiquei muito emocionada com o convite do secretário Marcos Monteiro!
Prestes Filho: Os professores da Academia de Dança Tereza Petsold já foram vacinados contra a Covid 19?
Tereza Petsold: Esta semana em minha cidade os professores da rede privada de ensino serão vacinados contra a Covid. Parabéns para as autoridades que estão à frente desta fase. Porém, estou em campanha para que todos os professores recebam a vacina, principalmente os que trabalham com arte, pois estamos na cadeia das atividades fundamentais. Nos professores de dança estamos trabalhando, desde julho do ano passado, com toda a correção e dedicação, precisamos receber a vacina para continuar nessa luta por dias melhores.
Juntamente com o Sindicato da Dança, estamos procurando as autoridades para nos orientar e nos proporcionar essa justa tranquilidade. Ganha o profissional, o aluno e a sociedade. Fomos orientados a procurar o posto de vacinação munidos com documentos, provando sermos professores para recebermos a tão almejada vacina.
LUIZ CARLOS PRESTES FILHO – Diretor Executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Cineasta, formado em Direção de Filmes Documentários para Televisão e Cinema pelo Instituto Estatal de Cinema da União Soviética; Especialista em Economia da Cultura e Desenvolvimento Econômico Local; Coordenou estudos sobre a contribuição da Cultura para o PIB do Estado do Rio de Janeiro (2002) e sobre as cadeias produtivas da Economia da Música (2005) e do Carnaval (2009); É autor do livro “O Maior Espetáculo da Terra – 30 anos do Sambódromo” (2015).
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