Redação –

O Ministério da Saúde disse neste sábado (9.jan.2021) que a vacina contra o coronavírus produzida pelo Instituto Butantan será distribuída para todos os Estados. As 100 milhões de doses adquiridas serão incorporadas ao Plano de Operacionalização de Vacinação contra a covid-19.

O anúncio foi feito depois que o governo do Estado de São Paulo divulgou que a vacina reduz em 78% o risco de contrair covid-19. Segundo as autoridades paulistas, o imunizante preveniu totalmente mortes pela doença e foi 100% bem-sucedido ao impedir que os infectados desenvolvessem casos graves e moderados da doença.

Instituto Butantan desenvolve a vacina contra a covid-19 em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. O presidente Jair Bolsonaro é crítico do imunizante.

A vacinação será feita de forma simultânea, segundo a pasta, dentro da logística integrada do ministério e secretarias estaduais e municipais.

O governo federal já havia assinado contrato para a aquisição de 46 milhões de doses da vacina fabricada pelo instituto.

O Ministério da Saúde disse que, além da vacina produzida pelo Butantan, outros imunizantes adquiridos ou em negociação pela pasta seguirão o mesmo caminho, desde que tenham aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), garantindo a segurança e eficácia.

“Os Estados receberão as doses em quantidade proporcional à sua população e farão a distribuição aos 5.570 municípios brasileiros, de forma que todas as salas de vacinação do país recebam as vacinas o mais rápido possível”, afirmou a pasta.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebeu na 6ª feira (8.jan.2021) o pedido de autorização para uso emergencial e em caráter experimental da CoronaVac.

A campanha deve começar tão logo os imunizantes recebam autorização da agência para uso emergencial ou o registro definitivo. A aplicação será feita de forma gratuita para a população.

Também na reunião entre representantes do governo e do Butantan, foi acertado um novo encontro para os próximos dias, do qual participam o ministro Eduardo Pazuello (Saúde), e representantes dos Conselhos Nacionais de Secretários Estaduais e de Secretários Municipais de Saúde para detalhamento dos próximos passos da logística e calendário da campanha.

O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse na 6ª feira (8.jan.2021) que São Paulo não abre mão de iniciar a vacinação contra a covid-19 a partir de 25 de janeiro.

O governo de São Paulo divulgou na tarde de 5ª feira (7.jan.2021) um vídeo promocional do Instituto Butantan com o que seriam os bastidores da revelação da taxa de eficácia da CoronaVac contra a covid-19.

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Taxa de eficácia divulgada da CoronaVac iguala a de vacinas em uso no Brasil

A CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac, têm eficácia parecida com a de outras que já estão em uso ou em desenvolvimento no Brasil.

Segundo o Governo de São Paulo, o imunizante contra a covid-19 é capaz de reduzir em 78% o risco de contrair a doença. Também preveniu totalmente mortes pela doença e foi 100% bem-sucedido em impedir que os infectados desenvolvessem casos graves e moderados de covid-19.

Os dados completos, no entanto, ainda não foram divulgados, e as informações iniciais estão sendo contestadas por pesquisadores, que pedem números exatos de infectados em cada grupo de voluntários (os que receberam a vacina e os que receberam placebo). Do modo como os dados foram expostos pelas autoridades paulistas, alguns integrantes da comunidade científica calculam que a eficácia global da CoronaVac seja na verdade de 63,75%, ou 14,5 pontos percentuais a menos que a taxa de 78% divulgada oficialmente.

Se confirmada a taxa de eficácia de 78%, o imunizante entrará para o quadro com uma eficácia próxima a de outras fórmulas amplamente distribuídas pelo SUS (Sistema Único de Saúde), como a da gripe e a tetraviral, que previne contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela.

Poder360 compilou as taxas de eficácia da maior parte dos imunizantes presentes no Calendário Nacional de Vacinação. Os dados, consultados em informes técnicos do Ministério da Saúde e em artigos científicos, podem variar de acordo com a fabricante da fórmula, com a idade da pessoa vacinada e com o tipo de vírus ou doença combatido.

Butantan pediu à Anvisa o uso emergencial da CoronaVac na 6ª feira (8.jan.2021). Os dados completos dos estudos com a vacina no Brasil foram enviados e estão sendo analisados pela agência. Somente depois desse trâmite é que os números detalhados serão divulgados, segundo a gestão de João Doria (PSDB).

Em 24 de dezembro, a Turquia afirmou que a fórmula no país teve eficácia de 91,25%  após testagem com 1.300 pessoas. No mesmo dia, o secretário de Saúde de São Paulo, Jean Carlo Gorinchteyn, disse que os testes com a população brasileira não haviam atingido 90% de eficácia.

No Brasil, os testes foram feitos com 12.476 profissionais de saúde voluntários em 8 Estados. Eles receberam duas doses do imunizante com 14 dias de intervalo entre elas. A fase 3 dos ensaios foi patrocinada pelo Butantan.

O imunizante é a aposta do governador João Doria, que trava embate com o presidente Jair Bolsonaro acerca da vacinação.

O chefe do Executivo é crítico das vacinas. Em outubro, chegou a vetar acordo firmado pelo Ministério da Saúde para compra de doses da CoronaVac, levantando a possibilidade do imunizante causar “morte“, “invalidez” e “anomalias. Nenhum dos voluntários relataram reações adversas dessa magnitude.

VACINAÇÃO EM 25 DE JANEIRO

A gestão de João Doria pretende iniciar a vacinação em 25 de janeiro. A imunização irá ocorrer de 2ª a 6ª feira, das 7h às 22h, e das 7h às 17h aos sábados, domingos e feriados.

O governo federal ainda não estipulou data exata para o processo. Trabalha com 3 hipóteses para o início. No pior dos casos, as vacinas só começariam a ser aplicadas depois de 10 de fevereiro. No cenário otimista, o processo começaria em 20 de janeiro.

O plano do governo paulista é vacinar 9 milhões de pessoas no Estado durante o 1º ciclo de vacinação. Como a CoronaVac precisa ser oferecida em duas doses, com intervalo de duas semanas entre elas, serão utilizadas 18 milhões de doses para a etapa inicial –10,8 milhões já chegaram ao Brasil.

Além de idosos com mais de 60 anos, serão vacinados os profissionais de saúde, indígenas e quilombolas.


Fonte: Poder360