Por Ricardo Cravo Albin

De fato, torna-se um dever que nós, cronistas do cotidiano, registremos o Dia Nacional desta quinta feira como revigorado.

Ao invés do triste esvaziamento do Bicentenário da Independência, imposto como propaganda eleitoral para a reeleição do então presidente, comprovou-se no desfile tradicional deste Sete em Brasília a pacificação das Forças Armadas, com ausência de discursórios inadequados, o que de fato fez emergir a despolitização dos quartéis do Brasil. Muitas vezes tramadas pelo governo central para o golpe de Estado de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes. Ainda neste Sete foi anunciada a delação premiada do notório Mauro Cid, o mais próximo auxiliar do então chefe do governo. Do qual se aguardam revelações esclarecedoras de atos do mandatário anterior.

Brasília (DF) 07/09/2023 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa do desfile militar em comemoração da independência do Brasil. (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

As boas notícias também vieram da Bienal do Livro do Rio. Uma novidade absoluta por lá ocorreu no Dia da Pátria. Cabe a este cronista detalhar – o que já havia sido anunciado em texto anterior – o sucesso de um stand não comercial, para apenas vender livros (um dever…). O stand montado pela Secretaria Estadual de Educação do Estado do Rio de Janeiro para abrigar o público preferencial e crescente a cada ano, as crianças entre 8 e 15 anos, estimuladas (ou conduzidas) pela ampla maioria das escolas públicas e particulares dos municípios próximos.

Pois foi nesta Bienal (lotada por jovens) que a Secretaria de Educação perfilou o que deveria ser feito a cada ano: as honras e citações ao principal protagonista da Independência, o Herói Pedro I, o libertador do Brasil em 1822 com o brado “Independência ou Morte”.

Pedro I foi reverenciado na Bienal não por editoras, mas pela aguda percepção da pasta estadual da Educação que apresentou o livro “Pedro I, Compositor Inesperado” – com 8 ensaios inéditos sobre o Herói Nacional curatelado por Mary Del Priore. O cuidadoso livro do Instituto Cravo Albin foi lançado recentemente na Feira do Livro de Lisboa com grande repercussão. Além de inédita iconografia, contém QR Code e CD embutidos com 18 composições quase desconhecidas pela maioria do povo brasileiro e portugueses. À exceção do Hino da Independência, escrito por Pedro com versos do poeta Evaristo da Veiga ainda em 1822.

Foi certamente emocionante presenciar a cara de espanto das crianças ao saberem que o nosso Herói Nacional está sendo agora lançado como compositor erudito de músicas sabras, além de hinos patrióticos, missas e Te Deum.

O nosso Instituto Cravo Albin doou 17 livros para a Secretaria Estadual da Educação equipar suas bibliotecas e Escolas de Música. A doação foi recebida pela Superintendente Cristina Silveira em nome da Secretária Roberta Barreto.

Enfim, o Dia Nacional do Brasil pode aclarar eventos e restabelecer a ordem natural das coisas.

RICARDO CRAVO ALBIN – Jornalista, Escritor, Radialista, Pesquisador, Musicólogo, Historiador de MPB, Presidente do PEN Clube do Brasil, Presidente do Instituto Cultural Cravo Albin e Membro do Conselho Consultivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2019 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do Jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.

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