Por Michelle Meneses –
Há um ano a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretava oficialmente a Pandemia do Coronavirus em todo o mundo. De repente nos vimos mergulhados em uma nova e difícil realidade, e naquele momento, rapidamente foi decretado o fechamento de escolas, estabelecimentos comerciais, shoppings, praias e parques por todo o Brasil.
Em 13 de março de 2020, minha filha se despedia dos colegas na porta da escola, sem saber que aquele seria o último dia em que estaria naquele ambiente que lhe é tão importante! Um ano no qual nossas vidas foram transformadas, reviradas e marcadas por acontecimentos nunca antes vivido de forma simultânea por toda a humanidade.
Será que podemos dizer que a Pandemia do Coronavírus é a 3° Guerra Mundial?
Afinal é um inimigo invisível, um vírus letal, com grande potencial de destruição, que surgiu no mundo que não estava preparado para um combate tão intenso e dramático. Estamos todos expostos ao mesmo inimigo, mas sempre digo que estamos TODOS navegando em águas turbulentas, na mesma tempestade, porém em barcos muito diferentes!
No Brasil a Pandemia escancarou de vez o abismo social, cultural e econômico em que vivemos! Os mais abastados atravessam esse período de incertezas sociais e financeiras com mais tranquilidade, seus filhos tem acesso à internet, ao conteúdo das aulas online e suas vidas não foram afetadas de forma tão cruel como a vida dos mais pobres e vulneráveis.
Atitudes simples como lavar as mãos, usar álcool em gel, usar máscaras, manter o distanciamento social, nunca foram tão difíceis para aqueles que sofrem com a extrema pobreza em nosso país. É uma guerra contra um vírus, mas também contra às diferenças sociais que assolam o Brasil! Se não bastassem as mortes diárias, o colapso do sistema público de saúde, a falta de vacina, a falta de auxílio emergencial para os mais necessitados, a economia do país em frangalhos, a falta de solidariedade e a falta de perspectiva quanto ao futuro do país.
Ainda temos que conviver com um Presidente da República desumano, que jamais demonstrou qualquer tipo de empatia pela situação da população, que todos os dias adoece, padece e morre. Um Presidente que nunca ofereceu uma palavra de conforto aos que sofrem e muito menos visitou um hospital durante a Pandemia. Um Presidente que Não lamenta a morte de seu povo!
Sem falar que as medidas tomadas pelo Governo Federal no combate ao Coronavírus são precárias, desorganizadas e insuficientes.
Vivemos tempos tenebrosos em todo o mundo, mas no Brasil, ainda é mais grave, porque temos que enfrentar diariamente o descaso, o desprezo e a incompetência de um Governante arrogante, perigoso e mau, que diuturnamente conspira contra a vida de seu próprio povo!
Quem deveria comandar a Nação nessa jornada de luto, dor, sofrimento e incertezas, simplesmente dá risadas e debocha de todas as medidas necessárias para combater o Coronavírus, contribuindo assim de forma vil, para a propagação da doença por todo o país.
“E daí?”, “Eu não sou Coveiro”, “É só uma gripezinha”, são algumas das expressões macabras usadas pelo Presidente da República, quando questionado sobre os mais de 275 mil brasileiros MORTOS pelo Coronavírus em um ano. É assustador!!
A batalha da população brasileira é dura, difícil e dolorida contra a inépcia de quem nos deveria guiar em meio à Pandemia, que castiga nosso povo já tão sofrido pelas adversidades da vida. Estamos jogados num mar de incertezas, de cadáveres, de medos, completamente à mercê da indiferença de um governante cruel e desprovido de competência para nos tirar desta tempestade.
Sem falar nas pessoas que seguem o “modo de viver” do Presidente da República, numa mistura de negacionismo e falta de responsabilidade, sabotando assim, todo e qualquer tipo de prevenção contra o vírus.
Ao longo deste primeiro ano da Pandemia, assistimos muitos gestos de Solidariedade e Amor ao próximo, por parte da população brasileira, mas também vimos o ódio e o desprezo sendo destilados por uma parcela de pessoas abomináveis da sociedade.
Ainda não sabemos como será nosso futuro, mas estou certa de que não podemos e não devemos perder a Esperança por dias melhores, onde a Saúde vencerá a Doença, onde a Empatia vencerá o Desprezo, onde o Amor vencerá o Ódio.
Como diria John Lennon, em sua célebre canção “Imagine”.
“Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz
Você pode dizer que sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Torço pra que um dia você se junte a nós
E o mundo viverá como um só.”
Eu sou uma sonhadora!
MICHELLE MENESES – Advogada, Escritora, Mãe de 4 filhos e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.
MAZOLA
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