Por Edimea Teixeira

Smart Tour irá compor o grupo formado pelo MTur e o MCTI para discutir a digitalização e a criação de destinos turísticos inteligentes no Brasil.

A Câmara de Turismo 4.0, criada pelos ministérios do Turismo e da Ciência, Tecnologia e Inovações para fomentar a criação de Destinos Turísticos Inteligentes (DTI), acaba de ganhar um importante reforço. Por indicação do Wakalua Innovation Hub, primeiro polo global de inovação na área, a empresa catarinense Smart Tour, que opera rotas turísticas inteligentes com o uso de ‘internet das coisas’, representará startups nacionais de turismo no colegiado.

Em 2019, as iniciativas da Smart Tour na categoria ‘Tecnologia e Turismo’ fizeram da empresa uma das vencedoras da 2ª edição do Prêmio Nacional do Turismo, organizado pelo MTur em parceria com o Conselho Nacional de Turismo (CNT). Já no ano passado, a empresa catarinense foi uma das finalistas do 1º Desafio Brasileiro de Inovação em Turismo, promovido pelo Ministério do Turismo e o Wakalua, que reconheceu soluções voltadas à retomada do setor.

Na competição de 2020, a Smart Tour se destacou graças ao desenvolvimento de uma plataforma de rastreamento de contatos de infectados pela Covid-19, por meio de tecnologia QR Code. A empresa também fez parte do grupo de finalistas do Healing Solutions for Tourism Challenge, realizado no ano passado pela Organização Mundial do Turismo (OMT) para identificar soluções inovadoras contra a pandemia, além de ter chegado à final do concurso de startups da OMT.

Gilson Machado Neto é ministro do Turismo (crédito: Isac Nóbrega /PR)

O ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, elogia a participação da empresa catarinense nos trabalhos da Câmara. “É importante contarmos com a colaboração de uma startup já tão reconhecida por iniciativas de vanguarda. A inovação será peça-chave na retomada do turismo e a atuação da Câmara vai estabelecer as bases para o país ter o devido destaque no campo das soluções inovadoras contribuindo, ainda, para gerar emprego e renda”, ressalta.

A Smart Tour vai integrar grupos de trabalho de desenvolvimento de destinos inteligentes e de soluções e tecnologias digitais. Jucelha Carvalho, CEO da empresa, comemora a oportunidade. “Representar as startups brasileiras em um projeto deste porte é dar voz ao ecossistema brasileiro de inovação em turismo e, com isso, criar condições para o estabelecimento de parcerias que gerem ações práticas aos destinos, sobretudo através da tecnologia nacional”, frisa.

Os grupos de trabalho da Câmara de Turismo 4.0 buscam envolver representantes dos setores público, privado, acadêmicos e integrantes de institutos de pesquisa, no sentido de colaborarem com diagnósticos e propostas de desenvolvimento do setor. Indicações ao colegiado ainda podem ser feitas pelo e-mail camara.turismo40@mctic.gov.br e as primeiras reuniões virtuais dos grupos estão previstas para os dias 19, 20 e 22 de abril.

DESTINOS – No último dia 16, o ministro GiIson Machado Neto anunciou o Rio de Janeiro (RJ) como a primeira cidade a fazer parte do projeto de Destinos Turísticos Inteligentes no Brasil. A iniciativa busca preparar os municípios para que possibilitem experiências inovadoras aos visitantes, promovam a melhoria da gestão e dos níveis de competitividade turística. Ao todo, 10 localidades farão parte da primeira etapa do programa, sendo duas em cada região do país.

A fim de promover o desenvolvimento de DTI, o MTur firmou parceria com o instituto argentino Ciudades del Futuro (ICF) e a Sociedade Mercantil Estatal para a Gestão da Inovação e as Tecnologias Turísticas (SEGITTUR), da Espanha, instituições pioneiras na área. A colaboração prevê o acompanhamento da adoção de soluções relacionadas à eficiência da governança e correta utilização de recursos públicos, entre outras iniciativas. (Informações da Secom do MTur)

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Senado aprova criação de programa de auxílio a empresas de eventos e turismo

O Senado aprovou, em votação simbólica, o substitutivo da senadora Daniella Ribeiro (PP-PB) ao Projeto de Lei 5638/2020, que prevê crédito, indenização, isenção fiscal e facilidade de negociação de dívidas para empresas de eventos e de turismo, as mais afetadas pela pandemia.

A relatora incluiu os buffets sociais, inclusive infantis, na relação de empresas que fazem parte do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (PERSE). Também adicionou direito a indenização às empresas que tiveram redução acima de 50% no faturamento de 2020 na comparação com o ano anterior.

Senadora Daniella Ribeiro (PP-PB) alterou texto, que volta para a CD (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

Ribeiro manteve isenção total, no prazo de 60 meses, de PIS, Pasep, Cofins, CSLL e Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas para as empresas que se enquadram no Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse).

Os beneficiados pelo Perse foram mantidos: empresas que realizam congressos, feiras, eventos esportivos, sociais, promocionais ou culturais, feiras de negócios, shows, festas, festivais, simpósios ou de espetáculos em geral, casas de eventos, buffets sociais e infantis, casas noturnas, casas de espetáculos; hotelaria em geral; cinemas; prestação de serviços turísticos.

Os termos de renegociação de dívidas tributárias e com o FGTS também foram mantidos. Haverá desconto de até 70% sobre o valor total da dívida e com prazo máximo de 145 meses para a quitação.

As empresas do Perse que se enquadram nos critérios de micro e pequenas empresas terão acesso a crédito em um programa nos mesmos termos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que disponibilizou recursos com condições especiais de pagamento. O teto da taxa de juros do Perse será de 6% ao ano.

As demais empresas serão contempladas pelo Programa de Garantia aos Setores Críticos (PGSC), que será administrado pelo BNDES e terá como objetivo oferecer garantias em operações de crédito às instituições financeiras que se disporem a conceder empréstimos.

Tais garantias serão vigentes por 180 dias. O prazo de carência nessas operações de crédito deverá ser entre seis e 12 meses; já o prazo total da operação deverá ser entre 12 e 60 meses. As taxas de juros serão definidas em regulamentação posterior, que será feito pelo Conselho Monetário Nacional, o Banco Central e o Ministério da Economia.

O PL 5638/2020 retorna para deliberação final da Câmara dos Deputados. (Informações do site Jota)

Edição: Iluska Lopes


EDIMEA TEIXEIRA – Gerente de Marketing Turístico, membro do Conselho Editorial e Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.