Rodrigo Rocha

Tokenização, uma mão na roda da economia.

Cada vez mais me convenço de que a tokenização das emissões de captação de recursos, devem andar com lastro ao par, tendo cada item de usos registrados em blockchains atrelados a cartórios digitais e a respectiva distribuição de resultados igualmente controlados, conciliando o repagamento destes itens investidos vinculados.

O caminho ideal da capitalização precisa andar pela via das plataformas autorizadas pelo BACEN e pela CVM, com o máximo de mecanismos para a democratização do capital.

No caso do nosso principal foco de atendimento – pequenos e médios produtores rurais ou empreendedores urbanos, estes não têm cadastro suficientemente robusto para contratar linhas de crédito. Por isso, é fundamental a disseminação da cultura de Sociedades Empresárias Colaborativas – “SECs”, que são as encarregadas pelo beneficiamento das suas produções, comercialização e distribuição, pagando preço justo e posteriormente, distribuindo resultados entre os integrantes do APL (Arranjo Produtivo Local).

Essas SECs precisam prever em seus Estatutos Sociais, controle de capital pulverizado, direito a voto para cada ação; rodízio de Diretoria e Conselhos; política de distribuição de lucros equânime, investimentos em inovação e reserva para ações sociais.

Seus principais acionistas são os próprios produtores e dos demais extratos produtivos daquele determinado local, como: comerciantes, outros grupos industriais, profissionais liberais, aposentados, prestadores de serviços, institutos de previdência, etc., além de, claro!, investidores privados, que em muitas situações são os próprios compradores finais daquilo que é produzido e beneficiado, sejam domésticos ou do exterior.

Voltando à questão da tokenização, essa tecnologia permite uma organização formidável para as tranches de investimentos. A transparência colabora para os procedimentos instantâneos de auditoria, compliance e de prestação de contas.

O token em si, também desburocratiza bastante a fase de captação, e posteriormente, a distribuição de resultados. Nessa fase experimental, é prudente que cada passo tido como inovação, seja participado à CVM e/ou BACEN, colaborando para o aprimoramento do Mercado.

A operação não pode nascer capenga. No lançamento da captação, fica previsto no Acordo de Investimentos referente ao lançamento do token, que todos os recursos captados deverão ser transferidos para uma única conta “escrow”, aberta em ambiente institucional sólido e bem auditado, e desta, partem as transferências dos usos, e o mesmo ocorrendo na etapa de distribuição de dividendos, onde cada token, assim como debêntures ou títulos equiparados, recebe a proporção do lucro auferido pela SEC emissora.

RODRIGO ROCHA é diretor executivo da Videira Invest Empreendimentos e coordenador da editoria de economia do jornal Tribuna da Imprensa Livre. O objetivo da Videira Invest é construir planos de negócios e promover parcerias estratégicas que viabilizem operações agropecuárias e atividades pesqueiras sustentáveis. Desenvolvendo plataformas eletrônicas focadas em soluções financeiras e operacionais para o Agronegócio Sustentável, priorizando o financiamento de negócios direta e indiretamente vinculados à produção de alimentos, ao desenvolvimento de Arranjos Produtivos e à infraestrutura rural.

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