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Sucesso e destaque pessoal tornaram Silvio Almeida vítima de si mesmo – por Pedro do Coutto
O ministro Silvio Almeida. (Divulgação)
Opinião

Sucesso e destaque pessoal tornaram Silvio Almeida vítima de si mesmo – por Pedro do Coutto

Por Pedro do Coutto –

O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi demitido na noite desta sexta-feira pelo presidente Lula da Silva. A decisão da demissão ocorreu após a denúncia de casos de assédio sexual envolvendo o ministro virem à tona, nesta quinta-feira.

Entre os alvos está a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que admitiu ter sido importunada sexualmente pelo colega de Esplanada em reunião com a Advocacia-Geral da União (AGU) e com a Controladoria-Geral da União (CGU). Anielle fez o relato abalada e chorou em vários momentos .

GRAVES DENÚNCIAS – A nota emitida pela assessoria de Lula, diz que “diante das graves denúncias contra o ministro Silvio Almeida e depois de convocá-lo para uma conversa no Palácio do Planalto, no início da noite desta sexta-feira, o presidente Lula decidiu pela demissão do titular da Pasta de Direitos Humanos e Cidadania”.

O texto afirma que “o presidente considera insustentável a manutenção do ministro no cargo considerando a natureza das acusações de assédio sexual”. A assessoria do presidente disse ainda que “a Polícia Federal abriu de ofício um protocolo inicial de investigação sobre o caso.

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República também abriu procedimento preliminar para esclarecer os fatos. O Governo Federal reitera seu compromisso com os Direitos Humanos e reafirma que nenhuma forma de violência contra as mulheres será tolerada”.

DECISÃO – Partindo-se do princípio de que as denúncias são verdadeiras e não foram superdimensionadas, o ex-ministro Silvio Almeida teria sido vítima de si mesmo na medida em que o sucesso e o destaque pessoal o levaram a considerar que poderia tudo, até dispor do corpo de mulher contra a vontade da mesma.

Assim, não poderia ter sido outra a decisão final do caso de assédio praticado contra a ministra Anielle Franco que levou a primeira-dama Janja a intervir no processo, solidarizando-se com a vítima e enfraquecendo qualquer justificativa de Almeida. A embriaguez do sucesso talvez explique esse fenômeno que se repete ao longo do tempo durante as gestões públicas, infelizmente.

Lula marcou pontos com o eleitorado feminino.A exposição às situações desse tipo representam uma violação pessoal inadmissível. Não tem cabimento. Para que fatos assim não se repitam, serve de exemplo a demissão de Silvio Almeida.

E a pergunta que se faz é a seguinte: o que leva um homem a querer invadir o universo da vontade de uma mulher?

PEDRO DO COUTTO é jornalista.

Enviado por André Cardoso – Rio de Janeiro (RJ). Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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