Por Miranda Sá

“Bem-aventurados são os dóceis, porque eles herdarão a terra” (Jesus Cristo – O Sermão das Beatitudes)

A psicanálise freudiana aponta uma das neuroses doentias como “Neurastenia”, cujos sintomas provocam excitação emocional; e, nos fins do século passado apareceu outra versão, o Stress, a exaustão emocional com consequências físicas.

Pela sua origem, e posteriormente como sequela da covid-19, o Stress traz consequências mentais que afetam a qualidade de vida, provocando tensões. A palavra dicionarizada, Stress ou Estresse é um substantivo masculino originário do idioma inglês significando “tensão”, “pressão” ou “insistência”.

No Brasil adotou-se Estresse, enquanto em Portugal foi mantida a sua versão inglesa Stress, para definir a reação do organismo humano a agressões externas provocada por ansiedade, desassossego, excitação, frustração, impaciência, inquietação e preocupação.

Primo da Neurastenia, o Stress afeta o bom humor das pessoas. O seu tratamento psicoterápico é analítico; mas, paralelamente, há inúmeras indicações como a meditação e ervas de efeito tranquilizante. Nos Estados Unidos vem se usando em larga escala o canabidiol.

Pelos exemplos à volta, vê-se que não é fácil escapar do risco em adquirir a enfermidade, como é difícil de se libertar dela. As condições pessoais e sociais têm grande importância para a sua origem e o seu fim.

Ocorrências pessoais com relação a outrem provocam tensões, como o ciúme, a desconfiança, as paixões e os vícios. Entretanto, tudo é curável como demonstrou Jesus Cristo ao ser provocado pelos fariseus com a mulher pegada em adultério….

Só lembrando que Ele foi inquirido sobre a Lei de Moisés que manda apedrejar a adúltera. Contam as escrituras que Jesus abaixando-se pôs-se a desenhar a terra com o dedo e ergueu-se depois, com uma pedra na mão exclamou:

– “O que de vós estiver sem pecado, que atire a primeira pedra”, e novamente ajoelhou-se voltando as desenhar na areia.

Passado um tempo e como ninguém tomou a iniciativa e todos se afastaram, o Nazareno ergueu-se, e virando-se para a mulher perguntou-lhe: – “Ninguém te condenou? ”, e ela respondeu: – “Não, Senhor”, e levou o Mestre ao próprio julgamento: – “Então, eu tampouco lhe condenarei; vai, e não peque mais”.

Essa parábola comove; e na nossa sensibilidade perguntamos aos adúlteros da verdade, como a “Senadora Brasiliense” (que vergonha!) Damares Alves, com a sua libido pervertida continuará a evocar mentiras para se exibir como defensora da moral. É um quadro da neurose atual, o “companheiro” Stress.

Quando apareceu no cenário político pelas mãos de obscurantistas religiosos, Damares disse que viu Cristo sentado num galho de goiabeira; por não ofender ninguém, foi uma alucinação perdoável; mas se continuar mantendo o pecaminoso adultério da verdade não receberá perdão sequer com benzedura de pastores ou a água benta de padres ….

Diante deste quadro, não me canso de lembrar o notável pastor batista e ativista pelos direitos humanos, Martim Luther King, que disse: “a religião mal-entendida é uma febre que pode terminar em delírio”, um recado direto aos delirantes maníacos depressivos fanatizados politicamente.

A obsessão sexual da Ex-Ministra, é a radiografia de corpo inteiro do Governo Bolsonaro. Elegeu-se apoiada pelos eleitores de Brasília para o Senado. Para estes faço uma paródia de Brecht: – “os que votam pelo desvario da demência não se enganam, igualam-se na libertinagem”.

… E se esses eleitores são “crentes”, certamente desconhecem o alerta do Sermão da Montanha em que Cristo os amaldiçoou dizendo:

– “Vós sois o sal da terra; e, se o sal for insípido, com que se há de salgar? Para nada mais presta, senão para se lançar fora e ser pisado pelos homens”.

MIRANDA SÁ – Jornalista profissional, blogueiro, colunista e diretor executivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como a Editora Abril, as Organizações Globo e o Jornal Correio da Manhã; Recebeu dezenas de prêmios em função da sua atividade na imprensa, como o Esso e o Profissionais do Ano, da Rede Globo. mirandasa@uol.com.br

Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


PATROCÍNIO


Tribuna recomenda!