Por Ricardo Cravo Albin –
Saúdo, aqui, uma espécie quase em extinção no Brasil um tanto nevoento de hoje: a claridade e a luz de que todos somos devedores por conta do fazedor Carlos Alberto Serpa, hoje, 7 de abril, aos 80 anos.
Dizer que o filho de Julieta de Serpa não para é lugar comum. Mas todos nós que acompanhamos sua efervescente trajetória de feitos, eventos, e provocações culturais, reconhecemos o permanente motorzinho sempre em funcionamento que seu cérebro privilegiado inspira. E realiza!
Quando da primeira edição do Prêmio Cesgranrio de Teatro no Copacabana Palace, disse-lhe ao pé do ouvido que todos acabáramos de assistir ao mais importante evento para o teatro desde o Prêmio Molière. Esse tipo de consideração/exaltação se repetiu inúmeras vezes a cada acontecimento cultural provocado por ele: teatros, escolas, lançamento de livros (vem aí a biografia de Bibi Ferreira, aos 100 anos no dia 1º de junho, abraçada por ele com a paixão habitual), novos prédios, etc. Novidades e novidades a não mais parar.
Aproveitando o verbo, vou parar por aqui. Que sempre em momentos até inesperados Serpa inaugura novas ideias e novos fazimentos.
Como integrante do novo desafio “serpiano” que foi a inauguração da Academia Brasileira de Cultura no dia de hoje, devo dizer que já circula nos meios litero-culturais como o abc latu sensu da cultura, além de representar mais uma ideia criativa, inovadora e original de um dos homens mais produtivos do conhecimento e da expansão do saber no Brasil.
Não de hoje acompanho esse conjunto de inovações e criatividade de Carlos Alberto Serpa. Muitas vezes cheguei a prever para ele a incumbência de administrar dois Ministérios, necessariamente o da Educação, ou o da Cultura. Felizmente ele não aceitou essas incumbências em país tão desorganizado e inconstante. Isso terá determinado um cadinho mágico de iniciativas que nosso construtor de ideias elaborou a partir da sua bem-sucedida CESGRANRIO.
Observei durante anos em Conselho Cultural restritíssimo, a que tive assento por convite do próprio organizador, a febre incessante de iniciativas inventadas (e o mais importante, realizadas) por Serpa.
Cabe a nós, seus admiradores atentos, repetir: o Prêmio CESGRANRIO é o mais cobiçado do Teatro Brasileiro. Os detalhes impostos pelo eficacíssimo agente cultural, desde o julgamento dos premiados até a produção esmerada da cerimônia de consagração, qualificam um executivo que busca o quase impossível, a perfeição. Bastaria isso para aplacar o fogo criativo de que ele é dotado. Qual o quê? Seu gabinete no que eu intitulo Condado da CESGRANRIO no Rio Comprido é uma chaminé de criatividade de eventos, começando por anunciar novos projetos, através de uma imaginária fumaça branca saindo de seu gabinete. Tal como os Papas quando eleitos, a qualquer hora o aviso criativo de novas iniciativas paira pelos céus, fumaça certamente soprada em direção ao Cristo Redentor. Que, não tenho dúvidas, está sempre atento para proteger e inspirar o incansável criador. Ele fez quase tudo, dentro de todas as áreas a partir da CESGRANRIO: uma insuspeita cadeia de teatros, escolas de audiovisual, Dança, Literatura, Orquestras, e muito mais.
E, não tenham dúvidas, nesses próximos 80 anos a atividade incansável do CESGRANRIO de Serpa dobrará e frutificará.
RICARDO CRAVO ALBIN – Jornalista, Escritor, Radialista, Pesquisador, Musicólogo, Historiador de MPB, Presidente do PEN Clube do Brasil, Presidente do Instituto Cultural Cravo Albin e Membro do Conselho Consultivo do jornal Tribuna da Imprensa Livre. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2019 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do Jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.
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MAZOLA
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