Por Indianara Siqueira –
Sábado, 29 de maio, foi dia de ir às ruas com todxs contra o desgoverno genocida do bolsonada. Protegidxs com álcool e máscaras várias cidades de todos os estados do Brasil e até em países no exterior o que nos unia era o Fora Bolsonaro, fora Guedes e Mourão. Se reuniram pessoas de classes sociais distintas nas ruas em um movimento forte e unificado contra a atual conjuntura politica, sanitária nesse contexto de pandemia e caos econômico onde mais de 39 milhões de brasileiros estão em situação de miséria e passando fome, com mais de 120 milhões em insegurança alimentar sem saber se terão o que comer nos próximos dias e onde mais de 10 milhões foram contaminadxs com covid-19 dos quais temos mais de meio milhão de mortos.
Eu enquanto coordenadora da CasaNem convoquei a galera LGBTIA+ pras ruas através do Fórum Estadual de Travestis e Transexuais e da Frente LGBTIA+ RJ. Estivemos então enquanto LGBTIA+ unidxs nas ruas.
Como moro na Zona Oeste aproveitei pra ir buscar um boneco que representava Bolsonaro pra levar pra manifestação. O que acabou sendo o auge do final do ato na Cinelândia onde a cabeça foi virada de cabeça pra baixo, depois chutada e queimada.
Depois do ato todxs pras suas casas.
Qual não foi nossa surpresa ao ver as fotos de pessoas da CasaNem sendo apropriadas pra ataques descabidos de uma extrema direita LGBTIfobica.
Pois bem não voltaremos pro armário. Estaremos presentes nos atos de rua contra Bolsonaro como sempre estivemos desde antes da pandemia, durante a pandemia e agora que o povo entendeu que a luta contra esse desgoverno genocida tem que ser nas ruas continuaremos nas ruas.
Será nas ruas que derrubaremos esse Bolsonaro genocida.
Esse povo de extrema direita nos atacam colocando a foto de uma mãe com uma criança no colo e a foto da bunda desnuda de uma das acolhidas da CasaNem onde na foto da mãe com a criança a legenda era: Bolsonaro. E na da bunda a legenda era: Lula dizendo: “Tire suas conclusões”.
Devemos lembrar a essa galera LGBTIfobica que o modelo de família cis-hetero que Bolsonaro torturador defende são como as encabeçadas por Drs Jairinhos da vida que torturam e assassinam crianças indefesas, são famílias como a de Flordelis que assassinam maridos, encabeçadas por empresários como o Salomão das Casas Bahias que assediou, estuprou e explorou sexualmente mulheres, crianças e adolescentes.
Esse modelo de família da extrema direita bolsonarista são famílias encabeçadas por pastores como Silas Malafaia e Edir Macedo exploradores da fé que são denunciados a Justiça por fraudes e sonegação fiscal e que da África estão sendo expulsos. A família que essa turma de direita extrema fundamentalista defende como tradicional é de homens violentos que assassinam mais de 6 mil mulheres todos os anos no Brasil, estupram mais de 60 mil mulheres, crianças e adolescentes todo ano e, que ferem com arma branca mulheres que decidem se separar de homens violentos, onde essas mulheres depois das agressões muitas vezes quando não morrem ficam deficientes sem terem sequer acesso aos cuidados necessários.
Então quando me mostrarem uma foto de uma bunda com a legenda = Lula, eu vou responder: Pois bem, eu prefiro bundas.
Pois aí teremos mais de 40 milhões de pessoas fora da linha da miséria, teríamos desbundes de bolsas-família, FIES, PROUNI, incentivo a cultura, desbunde de CLTs, ciência e tecnologia, empregadas domésticas em desbunde indo pra Disney, teríamos pobres e pretxs em desbunde de cotas universitárias, seriamos um desbunde de 6° economia do mundo na frente do Reino Unido da Inglaterra, teríamos um SUS em desbunde de investimento, teríamos o desbunde da Petrobras e os campos do pré-sal de volta , teríamos o desbunde de não privatizar a Eletrobras pra não colocar em risco a soberania energética do Brasil, nos desbundaríamos com a Casa da Moeda sem riscos de ser privatizada, os Correios desbundando a correspondência sem que isso fosse serviço oferecido pela iniciativa privada, teríamos o desbunde da CEDAE com seus 700 milhões de lucro que dava ao Rio de Janeiro de volta. Teríamos os direitos LGBTIA+ desbundantemente sendo discutidos. Teríamos desbunde dos BRICs fortes com a China, Rússia, Índia, Mercosul e África e já estaríamos com certeza desbundantemente com vacinas e não na bunda, mas no braço.
Vacinas essas produzidas pelo Butantã e FIOCRUZ que em sua falocentridade, como acusam os bolsonaristas, mas que na realidade são pesquisas e centros de conhecimento técnico científico de excelência adquiridos por décadas de estudos, teríamos essas instituições exercendo seu papel de maneira excelente em um desbunde de conhecimento técnico-cientifico nos livrando do caos sanitário em que estamos.
Vamos então lutar por VACINAS NO BRAÇO E COMIDA NO PRATO.
ELES NÃO. FORA BOLSONARO, FORA GUEDES E MOURÃO.
Que possamos sair dessa pandemia mais fortes, mais solidarixs, com uma sociedade mais inclusiva. Que não voltemos ao normal. A suposta normalidade em que vivíamos nos levou ao caos em que estamos hoje.
Que possamos nos desbundar nessas águas turvas e lodosas de agora onde nasceremos como Lotus que na escuridão se fecha e submerge para nos primeiros raios de sol surgir e se abrir outra vez pra vida. Que sejamos como a Flor de Lotus com sua capacidade de atravessar a lama e nascer, renascer.
Então entre Bolsonaro e Lula eu prefiro bundas. Tirem suas conclusões. Então deixem as bundas livres.
Bunda presidente do Brasil em 2022 pra gente ser feliz de novo.
Bunda lá, brilha uma estrela.
Bunda lá, cresce a esperança.
Bunda lá, o Brasil criança.
Bunda lá…
INDIANARA SIQUEIRA – TransVestiAgenere, pute, ateie, vegane, presidente do Grupo Transrevolução-RJ, da REBRACA LGBTIA+, coordenadora do PreparaNem, Casa Nem Abrigo LGBTIA+, Rede Brasileira de Prostitutas, Fórum TT RJ e Coletivo Davida.
SIRO DARLAN – Juiz de Segundo Grau do TJRJ, Mestre em Saúde Pública e Direitos Humanos, membro da Associação Juízes para a Democracia, conselheiro Benemérito do Clube de Regatas do Flamengo, conselheiro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa, colunista e membro do Conselho Editorial do jornal Tribuna da imprensa Livre. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2019 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.
MAZOLA
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