Por Karlos Holanda –

O Tabagismo é uma doença crônica, caracterizada pela dependência da nicotina, sendo uma causa evitável de mortes precoces em todo o mundo.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), ele é responsável por mais de 8 milhões de mortes por ano em todo mundo, e o que chama a atenção é que cerca de 1,2 milhão desse total é causado pelo que se chama de fumo passivo, onde pessoas que não fumam desenvolvem complicações por conviverem com pessoas que fumam ao seu lado de maneira constante.

Segundo a Pesquisa Nacional de saúde (PNS) em 2019 no Brasil, 12,6% dos adultos eram fumantes, mas vale ressaltar que ao longo dos anos vem sendo observada uma expressiva queda no número de fumantes em nosso país. Para se ter uma ideia a Pesquisa Nacional de Controle do Tabaco em 1989, identificou que 34,8% da população brasileira adulta da época era fumante. Já em 2008 a Pesquisa Especial sobre Tabagismo indicou que 18,5 % da população brasileira consumia tabaco.

Todos sabemos que fumar, faz mal a saúde e está relacionado ao desenvolvimento de vários tipos de câncer, como de pulmão, boca, faringe, cordas vocais, estômago, bexiga, fígado, cólon e reto, colo de útero e rim, conforme informações divulgadas pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA). Além disso ele contribui para o desenvolvimento de outras patologias, como as doenças cardiovasculares, infecções respiratórias, úlcera gástrica, infertilidade, impotência sexual, entre outras. Dessa forma é possível identificar como são grandes os riscos que o tabagismo traz a saúde da população.

Vale ressaltar que o Tabagismo também é um fator de risco para a COVID-19, pois como leva ao comprometimento da capacidade pulmonar, ele aumenta o risco de desenvolvimento de sintomas graves da doença, e consequentemente aumentando a mortalidade.

Diante do exposto no parágrafo anterior, podemos chegar a uma conclusão, que parece ser extremamente simples, mas não é. Parar de fumar não é tão fácil como parece, para se ter uma ideia, a OMS afirma que apenas 4% das pessoas que tentam parar de fumar sem apoio profissional, conseguem êxito, já com apoio, associado ao uso de medicamentos, essa taxa, mais do que dobra.

Como forma de ajudar a reduzir o uso do Tabaco no mundo, a OMS sugere que algumas medidas sejam tomadas pelos países, tendo como objetivo reduzir as doenças relacionadas com o Tabagismo, que além de levarem milhões de pessoas a morte todos os anos, geram um custo muito elevado aos sistemas de saúde. Essas medidas são chamadas de MPOWER, e irei citá-las abaixo:

– Monitorar o Tabagismo e desenvolver políticas de prevenção.
– Criar formas de proteger as pessoas do uso do Tabaco.
– Oferecer ajuda para quem quer parar de fumar.
– Alertar sobre os riscos do Tabagismo.
– Proibir ações de publicidade do Tabagismo.
– Elevar os impostos sobre o tabaco.

Algo que poucas pessoas sabem é que o Brasil e a Turquia são os dois únicos países que implementaram integralmente as medidas do MPOWER, criadas pela Organização Mundial de Saúde, algo a ser comemorado, pois vem ajudando a redução do fumo e suas consequências em nosso país, principalmente quando comparadas a países onde essas medidas não foram adotadas. Vale lembrar que o dia 31 de Maio é considerado O Dia Mundial Sem Tabaco, e essa celebração ocorre para alertar a população sobre os riscos do Tabagismo.

Uma vida saudável passa por uma série de fatores, como praticar exercícios físicos regularmente, ter uma alimentação adequada, manter a higiene do sono adequada e cessar o tabagismo. Leve uma vida longe do Tabaco, e caso não consiga parar, procure ajuda, pois os benefícios serão muito grandes para sua saúde.

E como sempre vale ressaltar que a vida é o nosso maior patrimônio.

Dr. KARLOS GUDDE DE HOLANDA MOURA – Médico – CRM 5276708-5, titular desta “Tribuna da Saúde”, colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre; Residência Médica em Anestesiologia pelo Hospital Beneficência Portuguesa da São Paulo; Pós-graduado em Laser, Cosmiatria e Procedimentos pela FATESA de Ribeirão Preto; Pós-graduando em Nutrologia pela USP de Ribeirão Preto; Professor da Pós-Graduação de Laser, Cosmiatria e Procedimentos na FATESA de Ribeirão Preto. @dr.karlosholanda


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