Por Carlos Barreto –
Esta viagem pretende mostrar cada momento, cada rua e cada olhar, que nos fez sentir os lugares, cada crónica é pessoal e intransmissível.
1- Serra do Soajo
Uma das regiões mais a norte de Portugal, inserida no Parque da Peneda Gêres, tenho o prazer de conhecer pois é desta região que nascem as minhas origens, uma região onde todas as emoções de paisagens, os lugares e a experiência de vida nos leva à pura natureza.
O Minho tem características únicas, o minhoto fala da sua terra com muita emoção e naturalidade tornando tudo especial e sente-se, que é embaixador da sua terra.
O Minho e a Serra do Soajo são uma região toda ela verdejante, cheia de encanto nas pequenas particularidades, foi daqui que no passado as pessoas partiram à procura de melhor vida, com destino aos USA, França, Suíça, Brasil, França, Alemanha, um povo que partiu à procura de oportunidades, hoje em dia a população que ficou é idosa vive e trabalha da agricultura, na sua maioria. O Soajo está inserido numa zona protegida, com alguma habitação local para acolher os visitantes, poucos restaurantes, mas paisagens deslumbrantes.
Quem tem o prazer de visitar faz uma viagem pelo tempo, encontrando a natureza na sua forma mais primária.
Desfrutar de Portugal no seu melhor, em que o ar que se respira oxigénio, lugares para caminhadas que são únicas ao longo da serra e de pequenos riachos, experiências de alguns desportos radicais, e uma gastronomia em que os sabores da terra estão presentes em cada prato que nos deliciamos, sendo a carne a iguaria mais apreciada.
Tudo é diferente, pois as próprias pessoas são diferenciadas, uma característica peculiar é as mulheres que se passeiam pelas pequenas ruas e caminhos, vestidas de preto e lenço na cabeça, é normal cruzarmo-nos com um rebanho de ovelhas ou pequenas manadas de vacas que se passeiam para ir ou voltar do campo.
O que mais se distingue mestas paisagens é a luminosidade, ao amanhecer ou ao final de dia, o sol apresenta cores que se misturam com o verde da paisagem pelos montes que são um postal único ao vivo e a cores.
Quem tem o prazer de visitar esta região tem pequenos olhares, pequenas paisagens, gastronomia única onde o cabrito é o expoente máximo dos prazeres de sabores, as pessoas que nos fazem viajar no tempo, as levadas de águas que percorrem toda a região para os campos de cultivo, animais à solta pelas ruas e ruelas, são momentos e paisagens, que não se esquecem.
A natureza natural destas paisagens são o encontro do homem com a natureza numa parceria de mão dada com o tempo.
Nada é igual nas suas diferenças, quem visita fica ligado a paletas de cores no horizonte e lembranças de um lugar que apela aos sentidos.
Próxima crônica: “À procura do Portugal desconhecido, Cascais”.
Leia também: Tio Antônio, um mestre do saber, da honra, “natural da Serra do Soajo”
CARLOS BARRETO – Consultor de Comunicação; Colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre, representante e correspondente internacional em Lisboa, Portugal.
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