Por Iata Anderson –
O Vasco perdeu a segunda partida na temporada, na penúltima rodada do primeiro turno, ficando em segundo lugar, independente do resultado do Cruzeiro, já com o título simbólico da primeira volta de jogos na série B e acabou vencendo seu jogo contra o Novorizontino por 2×1, aumentando a diferença para sete pontos.
Jogando mal, sem contar com Nenê, que reapareceu fora de ritmo, jogando apenas o primeiro tempo, o Vasco foi derrotado com facilidade pelo Sampaio Correia, no Castelão, num sábado para esquecer. Os gols foram marcados por Ygor Catatau (2) e Gabriel Poveda, descontando Erick, para o Vasco. Além disso, desperdiçou a chance de ampliar vantagem sobre o Sport, quinto colocado. O Sampaio foi a 25 pontos, na sexta posição. Agora, com duas derrotas, deixou de ser o time menos derrotado nas duas séries, juntando-se a Palmeiras, Internacional, Grêmio e Atlético Mineiro.
SHOW EM SÃO LUÍS!
Com direito a Lei do Ex duas vezes, @sampaiocorrea vence mais uma em seus domínios, mantem invencibilidade em casa e cola no G4!#SAMxVAS pic.twitter.com/87iwLWfMKi
— Brasileirão SportingBet – Série B (@BrasileiraoB) July 16, 2022
O Flamengo aproveitou o embalo da vitória sobre o Atlético Mineiro, passando às quartas-de-final da Copa Brasil, foi a Brasília e venceu o Coritiba por 2×0, marcando em cobrança direta de corner que, como estou cansado de falar, enterra de vez aquela idiotice de usar dois jogadores na cobrança, um modismo idiota, copiado por todos os treinadores brasileiros. Foi assim que sepultaram, definitivamente, mais um gravíssimo erro, citado à exaustão pelo Chacrinha, na década de 1970: “tudo se copia”. Mesmo com time bastante modificado, poupando os principais titulares, o jogo foi fácil.
Mais uma vez brilhou o futebol de João Gomes, jogando sério, aparecendo nas principais jogadas ofensivas, pedindo passagem.
Jogando menos que o habitual, o Fluminense empatou com o São Paulo, no Morumbi, em 2×2, novo gol de Manoel e primorosa partida de André, que também vem pedindo passagem, faz algum tempo. Jogando demais o jovem volante formado em Xerém. Fechando a rodada, o Atlético Mineiro assumiu a liderança com a vitória sobre o Botafogo por 1×0 e mais um jogador de meio-campo se destacou no estádio Nilton Santos. Graças a Allan, presente em todas as ações do campeão brasileiro, o primeiro lugar foi alcançado, mesmo sem vencer a dois últimos jogos, um pela Copa Brasil, eliminado pelo Flamengo, semana passada.
O bom trabalho, todavia, continua.
Coincidência ou não, desde 2010, quando venceu sua primeira copa do mundo, a Espanha apresentou o futebol mais bonito, romântico, que marcou uma geração, um estilo de jogo que agradou e encantou o mundo. Depois voltou a mesmice, marcação como prioridade, ao invés do ataque, dos gols, e foi piorando a cada competição. Mudaram os esquemas deu-se prioridade ao condicionamento físico, uma exigência natural e acertada, os espaços diminuíram e os craques sofreram com as marcações. É uma década pobre de talentos, raríssimas são as exceções, nenhum time ou seleção que possa assumir o protagonismo ou assumir o primeiro patamar, como o Honved e a seleção húngara dos anos 1950. O Real Madrid na década seguinte. O Ajax e a seleção brasileira, o carroussel holandês da década de 1970.
E finalmente o fantástico time do Barcelona, montado por Pep Guardiola, estendido até a seleção campeã mundial na África do Sul.
Vieram as mudanças, as “invenções” e o futebol parou no tempo. Veio o VAR e mudou tudo, passou a valer o futebol virtual, dependente de uma engrenagem complicada que depende do homem e da máquina. Por fim, inventaram molhar o campo para dar “velocidade” ao jogo, tamanha estupidez, difícil de ser avaliada, mais um modismo. O que temos visto, por aqui, é uma série de quedas, prejudicando o andamento do jogo. Na verdade deveriam priorizar a velocidade do jogador, não da bola, como pregam alguns “estudiosos” do assunto que, com ela, não têm a menor intimidade.
Penso que essa prática está com os dias contados, questão de tempo.
Roberto Lewandowski já é jogador do Barcelona, depois do anúncio feito pelo Bayern de Munique, cedendo seu principal jogador por 45 milhões de euros, mais cinco parcelas variáveis. O atacante, um dos principais goleadores da Europa, receberá nove milhões de euros por temporada, sem impostos, mas a duração do contrato não foi anunciada. A transferência de Levandowski foi demorada mas foi feita sem problemas, visto que o jogador anunciou publicamente sua vontade de seguir para a Espanha, considerando o fim de seu ciclo em Munique, que demorou oito anos.
Lothar Matthäus (abaixo), uma das lendas do Bayern de Munique (1984 a 1988 e de 1992 a 2000), hoje comentarista da Sky Sports da Alemanha, comentou a saída do atacante polonês: “por uma razão muito simples, vai ganhar o dobro do que recebia no Bayern”.
Depois do Goiás foi a vez do Sampaio Correia, na partida contra o Vasco, apresentar numeração organizada, como antigamente, de 1 a 11 entre os titulares. Não parece mas dá um ar de organização, sempre bem recebido. Os dois gols do Flamengo contra o Coritiba foram feitos após cruzamento em escanteio. Mais uma pancada no modismo copiado por treinadores, alguns de grande fama e salário, que insistiam em dar dois toques quando o caminho mais curto é a cobrança direta. Eles poderiam treinar mais seus zagueiros que acompanham a bola e esquecem quem deveria marcar. Muitos gols acontecendo dessa forma.
Será que falta tempo para treinamento ou é mesmo incompetência?
IATA ANDERSON – Jornalista profissional, titular da coluna “Tribuna dos Esportes”. Trabalhou em alguns dos principais veículos de comunicação do país como as Organizações Globo, TV Manchete e Tupi; Atuou em três Copas do Mundo, um Mundial de Clubes, duas Olimpíadas e todos os Campeonatos Brasileiros, desde 1971.
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