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Agosto Lilás e o Combate à Violência contra a Mulher – por Michelle Meneses
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Agosto Lilás e o Combate à Violência contra a Mulher – por Michelle Meneses

Por Michelle Meneses

“A vida começa quando a violência acaba” (Maria da Penha – Ativista pelos Direitos das Mulheres brasileiras)

O mês de Agosto é dedicado ao enfrentamento à Violência contra a Mulher brasileira.

A data foi instituída por meio da Lei nº 14.448/2022, o Agosto Lilás é uma campanha que tem como objetivo: “instruir a população a como identificar e reagir a casos de violência, alertando ainda que muitos desses podem ser pouco perceptíveis, como em situações de violência patrimonial, moral, psicológica, sexual e até mesmo física.”

Em uma rápida passagem pelo noticiário do dia, podemos constatar a explosão dos casos de Violência e Crimes brutais contra a Mulher brasileira, confirmados pelos dados alarmantes do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

🚨 “O Brasil é o quinto país que mais mata mulheres no mundo”

🚨”Brasil tem aumento em todos os tipos de violência contra mulher”

” O Brasil registrou um crime de estupro a cada seis minutos em 2023. Com um total de 83.988 casos de estupros e estupros de vulneráveis registrados e um aumento de 6,5% em relação a 2022 o país atingiu um triste recorde. As mulheres são a maioria das vítimas e os agressores estão, na maior parte das vezes, dentro de casa.

“Os dados são do 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em julho de 2024 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Além do recorde em estupros, a publicação aponta o aumento dos registros em todas as modalidades de violência contra a mulher no país e mostra que o perfil dos agressores é constante: quase a totalidade é HOMEM – algo que pode parecer óbvio sobretudo para as mulheres, mas, como defende o Fórum, é preciso ser lembrado principalmente quando se pensa em políticas públicas para prevenir esse crime.”

“Segundo a publicação o crime de assédio sexual aumentou 28,5% nesse período, totalizando 8.135 casos. Tentativas de homicídio cresceram 9,2%, com um total de 8.372 vítimas.

A violência psicológica aumentou em 33,8%.

Houve 38.507 desses registros. As agressões decorrentes de violência doméstica, cresceram 9,8%, chegando a 258.941 registros.

“Os feminicídios tiveram alta de 0,8%. No total, 1.467 mulheres foram mortas no país em crimes de violência doméstica e outros por simplesmente serem mulheres. Mais da metade das mortes ocorre na residência – 64,3%. Entre as que morreram, 63% foram vítimas do parceiro íntimo; o ex-parceiro é o autor do crime em 21,2% dos casos. Nove em cada dez autores de assassinatos de mulheres são homens.”

” O número 190 foi acionado 848.036 vezes para reportar episódios de violência doméstica. Outras 778.921 ligações reportaram ameaças. Já as medidas protetivas de urgência ultrapassaram a barreira do meio milhão, ao todo, 540.255 foram concedidas em 2023.”

Os dados são estarrecedores, preocupantes e exigem uma resposta rápida das Autoridades de segurança pública para conter o aumento avassalador da violência contra a Mulher.

A mulher brasileira vive no “modo pânico” em um país violento, machista e misógino.

As mulheres estão sendo caçadas e mortas simplesmente porque são Mulheres.

Nos últimos anos a violência física e moral contra a mulher aumentou absurdamente em nosso país; virou rotina os casos de feminicídios, onde na maioria das vezes as mulheres são agredidas e assassinadas por seus maridos, companheiros ou namorados.

Nunca tantas mulheres sofreram violência pelas mãos de seus parceiros, em nome do “Amor”,” Honra” ,”Ciúmes ” ou pelo simples fato de serem Mulheres.

É uma rotina macabra de abusos físicos, sexuais, morais, assassinatos e desrespeito às mulheres brasileiras!

Qual seria o motivo de tanto ódio contra as mulheres?

Por que os homens brasileiros têm tanta dificuldade em lidar com uma separação, com a rejeição ou simplesmente com o término de um relacionamento amoroso?

Para muitos homens, a mulher é vista como “sua propriedade”, como um objeto a ser usado e destruído.

A realidade é que muitos agressores se escondem sob o manto de “homens amáveis”, mas ao longo da convivência mostram suas garras de macho dominador e agressivo, e lentamente vão destruindo a autoestima de sua mulher. É o que se chama de uma relação abusiva que em muitos casos tem um fim trágico e violento.

A Lei Maria da Penha que completou 18 anos, foi sancionada pelo Presidente Lula em 7 de agosto de 2006 e “é considerada pela Organização das Nações Unidas (ONU) uma das três mais avançadas do mundo na proteção dos direitos das mulheres. Uma das principais inovações trazidas pela lei são as medidas protetivas de urgência para as vítimas. Além disso, ela prevê a criação de equipamentos indispensáveis à sua efetividade: Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, Casas-abrigo, Centros de Referência da Mulher e Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, entre outros.”

Mesmo com uma legislação que protege as mulheres brasileiras, isso não está sendo suficiente para diminuir os casos de Violência doméstica e feminicídios.

A escalada da violência de gênero também é o triste resultado de um país que carece de políticas públicas eficazes e punições mais duras para combater à violência contra a Mulher.

A pergunta que não quer calar: Por que o homem brasileiro é tão violento com as Mulheres?

Infelizmente no Brasil, o machismo é cultural e estrutural, a própria sociedade patriarcal estimula os meninos à comportamentos agressivos e de dominação em relação às meninas; e isso se reflete na idade adulta quando os homens veem as mulheres como objetos a serem usados, abusados e descartados!

É um círculo vicioso de violência que precisa ser freado!

As mulheres, muitas vezes tem medo e vergonha de denunciar seus agressores, seja por não ter uma rede de apoio ou simplesmente por desconhecer seus Direitos perante a Justiça.

A sociedade civil não pode se calar e nem tolerar homens que cometem violência contra as mulheres!

🚨Coincidência?

Os crimes contra as Mulheres tiveram um aumento absurdo durante e após o Governo misógino e violento de Jair Bolsonaro; ele que por diversas vezes agrediu verbalmente parlamentares e jornalistas mulheres.

A Política armamentista do Governo Bolsonaro estimulou o discurso de ódio de gênero e facilitou a aquisição de armas de fogo, contribuindo para o aumento absurdo dos índices de violência contra as Mulheres.

Ser Mulher no Brasil hoje é sofrer todo tipo de violência, ataques, insultos, ofensas e agressões, simplesmente por SER MULHER.

Precisamos urgentemente de uma profunda reflexão e conscientização para que possamos combater à Violência contra a Mulher, com políticas públicas eficientes e com o fim da “cultura” machista no Brasil.

Além de todas as campanhas de combate a violência feminina, a sociedade civil organizada deve se manter ativa e alerta na manutenção e aplicação de todas as Leis que protegem os direitos das Mulheres brasileiras.

Basta de Violência contra as Mulheres!

MICHELLE MENESES – Advogada, Cientista Política, Escritora, Mãe de 4 filhos e colunista do jornal Tribuna da Imprensa Livre.

Envie seu texto para mazola@tribunadaimprensalivre.com ou siro.darlan@tribunadaimprensalivre.com


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