Por Siro Darlan –
Salve os heróis do Brasil!
O sistema dominador que se renova desde os tempos coloniais quando a elite era composta pela fidalguia colonizadora, mas sobretudo pelos traficantes de vidas humanas, inicialmente escravizando os povos originais e posteriormente importando vidas humanas negras da África para submetê-los à escravidão e à mercancia dos corpos humanos para exploração na produção de riquezas, continua passando o bastão de família para seus sucessores. Independente dos sistema de governo que passamos, colônia/Império/República, os dominadores são os mesmos.
Ao longo desses séculos de exploração dos corpos humanos, vários foram os focos de resistência que foram criminalizados e dizimados em nossa história de formação do povo brasileiro. Para mencionar apenas alguns, Zumbi dos Palmares, a revolta dos Malês em Salvador, a Inconfidência Mineira, Antônio Conselheiro em Canudos na Bahia, e todos aqueles que lutaram contra a tirania da elite dominante como o Presidente Getúlio Vargas reconhecendo direitos aos trabalhadores, João Goulart, ao tentar implantar as reformas de base e reforma agrária de traria mais igualdade ao povo brasileiro, além de Leonel Brizola e Darcy Ribeiro ao propor a educação como forma de libertação, todos foram criminalizados e derrotados pelos sistema.
Não foi diferente quando um grupo de jovens estudantes em junho de 2013 proclamou sua revolta contra o status de corrupção e desvios do dinheiro público sob pretexto de preparar o Brasil para as competições esportivas. Valentemente saíram às ruas e mobilizaram a população para denunciar os esquemas que resultaram comprovados e desaguaram na crise político-institucional que vivemos até hoje. Assim como os mencionados heróis da história, esses jovens foram criminalizados, presos, denunciados e passaram mais de dez anos sendo humilhados, perseguidos, tiveram suas vidas destroçadas por esse sistema corporativo e perseguidor.
Contudo desatacou-se a figura do advogado do povo Marino D`Icaraí, que cumprindo seu juramento profissional ao se dedicar com ética e princípios à defesa de seus constituídos, pugnando pela dignidade e valorização da advocacia.
Ora, o sistema não perdoou esse nobre causídico que viaja pelo Brasil patrocinando pro bono a defesa dos lavradores perseguidos pelos latifundiários e seus capangas, e não só promoveu ações penais como cíveis visando a destruição da reputação e de resistência dessa cidadela humanitária. O sistema dominado pela elite, a mesma que comercializava corpos humanos e hoje os aprisiona, ao tornar o Brasil o 3º colegiado de prisioneiros do planeta, de forma corporativa promoveu toda essa insidiosa campanha de destruição desse herói da resistência.
Graças à sua luta pessoal e valor profissional, Marino resistiu e venceu, depois de mais de dez anos conseguindo absolver seus clientes, antes jovens guerreiros, agora homens que venceram essa batalha e trabalham para dar ao povo brasileiro o que deles é por direito, mas que continua nas mãos de poucos privilegiados que a cada dia acumulam mais riquezas, deixando o povo na miséria das tragédias e intempéries, vivendo em mocambos e casebres cada dia mais empobrecidos enquanto assistem a festa dos mais ricos que esbanjam lucrando cada vez mais com a exploração do trabalho dos mais humildes e assalariados.
Salve os heróis brasileiros e vida longa para o advogado do povo Marino D`Icaraí.
SIRO DARLAN – Advogado e Jornalista; Editor e Diretor do Jornal Tribuna da imprensa Livre; Ex-juiz de Segundo Grau do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ); Especialista em Direito Penal Contemporâneo e Sistema Penitenciário pela ENFAM – Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados; Mestre em Saúde Pública, Justiça e Direitos Humanos na ENSP; Pós-graduado em Direito da Comunicação Social na Universidade de Coimbra (FDUC), Portugal; Coordenador Rio da Associação Juízes para a Democracia; Conselheiro Efetivo da Associação Brasileira de Imprensa; Conselheiro Benemérito do Clube de Regatas do Flamengo; Membro da Comissão da Verdade sobre a Escravidão da OAB-RJ; Membro da Comissão de Criminologia do IAB. Em função das boas práticas profissionais recebeu em 2019 o Prêmio em Defesa da Liberdade de Imprensa, Movimento Sindical e Terceiro Setor, parceria do Jornal Tribuna da Imprensa Livre com a OAB-RJ.
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