Por Jansen Oliveira –
À despeito de todas as recomendações sanitárias, que, entre outros comportamentos, aconselha o isolamento social, bem como pela experiência de outros países que enfrentaram o período de pico da pandemia, vivenciando um número altíssimo de mortos por dia, cuja curva de mortandade só começou a cair, após (esses países) terem acatado as medidas restritivas de locomoção e de abertura de comércio, a ponto de alguns chegarem ao extremo de se determinar lockdow (fechamento total), o presidente da República e a turma dos trinta (30% que segundo as pesquisas ainda apoiam o governo) teimam em incentivar o relaxamento das medidas de prevenção contra a Covid-19.
Com o discurso pró-economia, o nosso chefe de Estado segue obstinado a entrar para a história como o único a defender uma postura diametralmente oposta a do mundo, mesmo tendo como exemplo governantes, que no início da proliferação do vírus em seu país, defendia também um comportamento negacionista, mas que diante da cruel realidade exposta pelo vírus, voltaram atrás e passaram a aceitar as medidas de precaução indicada pelos médicos.
É óbvio, que a crise vai muita além da Covid-19. O mundo hoje está preocupado: (1) com a falta de rendimento financeiro das pessoas e por consequência na maneira com que elas poderão honrar seus compromissos mais básicos, que inclui principalmente alimentação; (2) com a educação escolar, especialmente das crianças e (3) com a saúde mental de todos, cujos sinais depressivos vem aumentando significativamente.
No entanto, em um momento em que todos no planeta estão sendo atingidos diretamente pelos efeitos da pandemia, que detém um índice de mortalidade dos mais altos da história, há que se estabelecer por parte do governo de cada país uma prioridade, cuja definição não admite mais de um, pois o prioritário é aquilo primeiro, em tempo, ordem e dignidade.
Talvez seja esse o problema desse governo que quer, em um estado de exceção, deixar de priorizar a saúde das pessoas. Repete-se, é evidente que a “máquina” não pode parar e é de suma importância dar atenção para uma série de providencias necessárias ao funcionamento do Estado. Porém, é fundamental saber qual é a sua prioridade, sob pena do gestor cultivar a desorientação na população, que em última análise será quem mais sofrerá os efeitos da desorganização presidencial.
Diante dessa tragédia que estamos vivendo, a solução reside em cada um de nós. Precisamos estabelecermos o que é prioridade, no caso a nossa saúde, criando mecanismos diários de proteção, ainda, que façamos parte de um grupo essencial para trabalho. Não podemos virar as costas para a ciência e mergulhar no oceano sombrio de ideias contrárias às medidas de prevenção contra a Covid-19.
Por favor, não ouçam o presidente, neste período de pandemia. Dá um gelo nele! Ignorem tudo aquilo que vai de encontro com a preservação de nossas vidas, pois, a falta de dinheiro é reversível, mas a morte não!
#ficaemcasa
Jansen Oliveira – Advogado.
