Redação

A Polícia Federal cumpre nesta segunda-feira (16) três mandados de prisão e cinco mandados de busca e apreensão contra suspeitos de participação, organização e financiamento dos atos golpistas realizados após as eleições e no último dia 8 de janeiro, quando os prédios dos três Poderes foram atacados em Brasília.

A ação foi batizada de Ulysses e teve origem na investigação sobre lideranças envolvidas nos atos que bloquearam rodovias em Campos dos Goytacazes (RJ).

FINANCIADORES – A Folha apurou que a PF conseguiu amealhar provas de que alvos de pedido de prisão custearam o transporte e a hospedagem de bolsonaristas da região norte do Rio de Janeiro que foram para Brasília participar dos ataques aos prédios do Supremo Tribunal Federal, Congresso e Palácio do Planalto.

Dois alvos de mandado de prisão já foram presos. São eles, o subtenente do Corpo de Bombeiros Roberto Henrique de Souza e Carlos Victor Carvalho, que nas redes sociais se apresenta como integrante da Associação Direita Campos. Roberto Souza foi candidato a deputado federal 2018 pelo Patriota, partido da base do governo de Jair Bolsonaro.

O Corpo de Bombeiros confirmou a prisão e disse que Roberto Souza foi encaminhado ao Grupamento Especial Prisional da corporação.

NOTA DA CORPORAÇÃO – “O Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro repudia veementemente quaisquer atos que ameacem o Estado democrático de Direito. Será instaurado, ainda hoje, um Inquérito Policial Militar para apurar a participação do bombeiro da corporação em ataques contra o patrimônio público”, afirmou o coronel Leandro Monteiro, comandante dos Bombeiros.

Carlos Carvalho, por sua vez, foi candidato a vereador em Campos dos Goytacazes, em 2020, pelo Republicanos. Ele teve 2.292 votos, mas não foi eleito. Em sua página no Instagram, ele aparece fazendo o gesto de “arminha” com as mãos, característico dos bolsonaristas, e se apresenta como cristão, conservador, anticomunismo e contra o aborto.

A PF ainda realiza diligência em busca de um terceiro alvo, considerado foragido. Nas buscas foram apreendidos celulares, computadores e documentos.

PRIMEIRA OPERAÇÃO – Após as prisões em flagrante dos bolsonaristas acampados no quartel-general do Exército em Brasília, a Ulysses é a primeira operação ostensiva da PF contra os golpistas do 8 de janeiro.

Os suspeitos, diz a PF, também atuaram na organização das manifestações vistas em frente aos quartéis do Exército na cidade fluminense. Sobre os atos em Brasília, a PF afirma que a apuração envolve “lideranças na organização e financiamento dos atos que desencadearam a depredação dos prédios públicos”.

“Durante a investigação, foi possível colher elementos de prova capazes de vincular os investigados na organização e liderança dos eventos”, afirma a PF.

PRESOS E FORAGIDOS – Os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro e os anteriores, como a tentativa de invasão ao prédio da PF e a tentativa de atentado a bomba em Brasília, são investigados em diversas frentes.

No caso da tentativa de invasão ao prédio da PF, quatro pessoas já foram presas e outras 7 estão foragidas. A investigação tramita no STF e é conduzida pela PF de Brasília e pela Polícia Civil do Distrito Federal.

O atentado a bomba também está na mira dos mesmos investigadores uma vez que foram encontrados alvos que atuaram nos dois episódios. Um dos envolvidos é bolsonarista Alan Diego Rodrigues, suspeito de ter instalado uma bomba em um caminhão de combustíveis estacionado próximo ao Aeroporto de Brasília no dia 24 de dezembro.

Fonte: Folha de SP

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